quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

DE COSTAS PARA O FUTURO

   Da esquerda para a direita, Altemir Hausmann, Pierluigi Collina presidente do Comitê de Arbitragem da FIFA, Roberto Braatz e Carlos Simon no Mundial da África do Sul

Carlos Eugênio Simon (foto), o maior árbitro brasileiro de todos os tempos, é o único apito do nosso futebol que participou de três Copas do Mundo consecutivas, na matéria em tela, parabeniza os 7 clubes que quiseram a modernidade do vídeo na arbitragem. E, por consequência, traça um cenário preocupante à arbitragem brasileira.

Comentarista dos canais FOX Sports felicitou os clubes que votaram a favor do uso do árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro.

O árbitro de vídeo não será utilizado no Campeonato Brasileiro de 2018. Na contramão do que ocorre no futebol mundial, os clubes brasileiros decidiram não utilizar o recurso que estará presente na Copa da Rússia.

A decisão foi tomada em reunião do conselho arbitral da CBF realizado no início de semana.

Dos 20 clubes que participam da Série A do Brasileirão sete votaram a favor do VAR ( Vídeo Assistant Referee, denominação em inglês do árbitro de vídeo). Foram eles;

Grêmio, Internacional, Chapecoense, Palmeiras, Botafogo, Flamengo e Bahia.

Parabéns a eles, que estão atentos para a modernidade do futebol. Os demais justificaram o voto contrário alegando, principalmente, o custo de 40 mil por jogo em contrato de um ano.
 CBF e clubes não chegaram a um acordo para a implementação do árbitro de Vídeo - foto: FIFA

Creio tratar-se de um equívoco usar o conceito de custo em relação a adoção da medida. Deveria, isto sim, ser encarado como um investimento que só trará benefícios para o futebol, com a correção dos erros de arbitragem e o aprimoramento da atuação dos profissionais do apito e das bandeiras, certamente bem mais zelosos das suas atribuições ao saber que suas decisões podem serem questionadas e modificadas no decorrer da partida.

Em relação ao preço, um contrato de duração mais ampliado (cinco anos, por exemplo) possivelmente faria com que o valor fosse reduzido. (Portugal é um milhão de euros por temporada).

Na minha opinião já passou da hora de a CBF cumprir o que vem prometendo desde 2016 e adotar medidas práticas para efetivação do árbitro de video de forma regular e não eventual, como vai acontecer em 2018 na fase decisiva da Copa do Brasil.

Já disse e repito que o árbitro de video não é a panacéia milagrosa capaz de redimir todas as deficiências do apito brasileiro. O desejável - e necessário - salto de qualidade da arbitragem do nosso futebol exige, também, o fim do sorteio e a profissionalização da atividade, providência capaz de gerar respeito e tranquilidade trabalhista a árbitro

Enquanto tais medidas não se concretizem permanece atual a observação do grande jornalista e cronista esportivo Armando Nogueira: "o dirigente de futebol só se preocupa com o árbitro quando ele erra contra sua equipe".
Fonte: BLOG DO SIMON/FOX SPORTS

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