terça-feira, 15 de agosto de 2017

ESTAR ATUALIZADO É IMPERATIVO


Algumas décadas atrás, o árbitro de futebol quando anunciada a sua escalação, providenciava sua mala e/ou pasta e nela acondicionava uma par de chuteiras, o uniforme totalmente preto, composto de uma bermuda, uma camisa, um par de meião, um apito e quem tinha condições no caso do árbitro, levava um par de bandeiras. E os deslocamentos do trio de árbitros eram realizados de ônibus

Hoje tudo mudou. A partir de uma das peças da vestimenta da arbitragem - a (camisa), tem várias cores - as chuteiras são de várias marcas, as bandeiras possuem dispositivos eletrônicos, o pano utilizado é de altíssima qualidade, assim como o apito. E as viagens são de carrou e/ou de avião.

Já as REGRAS DE FUTEBOL, aumentaram consideravelmente as funções e a responsabilidade dos homens de preto. Além disso, o árbitro, independente do preceituado nas regras, teve que passar por aprendizados de como tratar a imprensa, os atletas, o público, os cartolas, como se vestir fora das quatro linhas, ambientes que deve frequentar só ou (com a família) - e ter comportamento diferenciado até mesmo no seu labor diário.

As mesmas transformações que ocorreram com a confraria do apito, alcançaram os diretores de arbitragem que num passado distante, confeccionavam escalas de arbitragem de maneira monocrática, com lápis preto, depois com a caneta, a seguir com a máquina de escrever e atualmente via computador e o Smartphone.

De uns anos para cá foram instituídas as comissões de arbitragem, de acordo com o entendimento da cada federação. Geralmente composta de três a cinco membros. E, com o advento das evoluções acima nominadas, foram criadas as escolas de formação de árbitros.

No passado, havia uma plêiade de excelentes árbitros na formação dos novos apitos e bandeiras – e, guardadas as devidas proporções, eram realizadas pelos próprios árbitros em atividade. Apitos que exibiam além do dom, talento e vocação, uma simplicidade na didática empregada na formação dos futuros homens de preto, que retratava de forma fidedigna os acontecimentos envolvendo a arbitragem no campo de jogo.

Reitero, tudo mudou. Porém, um contingente expressivo das comissões de arbitragens das federações de futebol e das escolas de formação de árbitros na atualidade, não evoluíram. Pararam no tempo.

Ser ex-árbitro e ocupar a direção ou fazer parte da comissão de arbitragem ou da escola de formação, é na nossa opinião condição sine qua non – mas só isso não basta para descobrir, formar e dirigir árbitros promissores. É imperativo ter equipe e, sobretudo, projeto de alto nível - e estar atualizadíssimo em todas as vicissitudes que acontecem diariamente no futebol. 
                                         Árbitro de Vídeo em testes na (MLS - EUA) -  Crédito: FIFA

PS: Ao anunciar nesta terça (15/8) que, a CBF não irá implementar o experimento do ÁRBITRO DE VÍDEO (AV), foto, este ano, em nenhuma das suas competições, através do diretor de arbitragem Sérgio Corrêa, a entidade mergulha definitivamente o seu quadro de árbitros no poço do SUBDESENVOLVIMENTO.
PS (2): Um ex-árbitro da FIFA me disse nesta tarde, que os dois testes realizados pela CBF, em conjunto com a Federação Pernambucana de Futebol sobre o (AV), não surtiram nenhum efeito perante o (The IFAB) e a FIFA. Pelo contrário: Teve efeito “traque”. 

PS (3): Como exigir que a arbitragem tome decisões adequadas no campo de jogo, se a CBF nega aos homens de preto o apoio de tão importante tecnologia? ? 

VEXAME NACIONAL - A ANAF enviou ofícios ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e ao presidente da CA-CBF, Marcos Cabral Marinho, informando que tomou conhecimento que os árbitros não estão recebendo por completo o material de arbitragem para o CAMPEONATO BRASILEIRO 2017, o que está causando muito transtorno para os árbitros que precisam conseguir material emprestado de colegas que não estejam escalados. A CBF respondeu que a responsabilidade é da distribuidora do material e que já esta tomando as providências. Estamos em agosto e o principal torneio da CBF está no segundo turno. QUE VEXAME!, QUE FIASCO!. Este fiasco explica o outro FIASCO, que foi os dois testes que a CBF realizou em parceria com a Federação Pernambucana de Futebol sobre o ÁRBITRO DE VÍDEO.  


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