terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

MUDOU O SIGNIFICADO DE “CONQUISTA”?


Os especialistas em mitomania afirmam que o hábito de a pessoa mentir compulsivamente, começa com pequenas mentiras - Posteriormente, dada a sequência de mentiras no cotidiano, o indivíduo incorpora a mentira e, por conseguinte, torna-se um mentiroso contumaz, e passa a acreditar na própria mentira.

É assim que observo cada entrevista dos dirigentes da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf). Há um RODÍZIO de afirmações aos sites e blogs de arbitragem eivado de mentiras. 

A expressão comumente utilizada pela plêiade de sindicalistas da Anaf, é sempre a mesma: “MAIS UMA CONQUISTA DA CATEGORIA DO APITO E/OU ARBITRAGEM” - mas, não específica quando aconteceram e quais foram as conquistas dos últimos sete anos, e que benefícios proporcionou aos homens de preto da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf). 

PRESTE ATENÇÃO: 1) A PROFISSIONALIZAÇÃO DO ÁRBITRO DE FUTEBOL É PAUTADA A CADA REUNIÃO DE TRABALHO OU CONGRESSO DA ANAF – Conquista que não aconteceu. Após onze anos perambulando pelas gavetas e comissões do Congresso Nacional, saiu de Brasília totalmente descaracterizada, via Lei Nº 12.867/2013, que reconheceu a atividade do árbitro de futebol no Brasil como profissional. Ponto. MAS NÃO REGULAMENTOU. Portanto, é uma lei meia-boca e nunca uma conquista.

2) DIREITO DE ARENA À ARBITRAGEM – Elaborado, peticionado e protocolado pela Anaf, junto ao Congresso Nacional, com fraquíssimos argumentos jurídicos, foi VETADO pela presidência da República - sendo que o ex-árbitro, Evandro Rogério Romam (PR), participou ativamente do processo. No retorno ao Congresso Nacional, houve tentativa em derrubar o VETO presidencial, tendo novamente como litisconsorte, o ex-árbitro e deputado Evandro Romam do Paraná - deu “Chabu” - ou seja, o VETO foi mantido. Traduzindo: árbitro de futebol não tem direito ao direito de arena.

3) DIREITO DE IMAGEM À ARBITRAGEM - Aqui talvez, tenha ocorrido o maior absurdo da atual administração da Anaf, comandada por Marco Antonio Martins. Inexplicavelmente, a ação do direito de imagem dos árbitros, foi ajuizada na Comarca de Recife (PE). Distribuída a ação a um dos magistrados da terra do frevo, eis que surge a grande “novidade”: aquela Comarca não tinha a ver com a ação, e sim a Comarca do Rio de Janeiro, sede da emissora detentora dos direitos de transmissão das competições da CBF. Pesquisando sobre o fato, fui informado no final do ano que passou, que a indigitada ação estava mais parada do que água de poço.

4) PATROCÍNIOS ESTAMPADOS NA VESTIMENTA DA RENAF - Há mais de duas décadas, a CBF vem explorando diferentes propagandas na indumentária dos árbitros da Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf). A FIFA normatizou em 2001, a forma como as publicidades devem ser alocadas nas mangas das camisas da arbitragem, e qual deve ser o destino do montante financeiro arrecadado.

Sabe-se que o faturamento da CBF, com as propagandas estampadas na roupa da Renaf, fatura milhões de reais. Mas, não há conhecimento de que algum árbitro e/ou assistente nos últimos vinte anos, tenha recebido um centavo como contrapartida. Pergunto: Quantas vezes se manifestou a Anaf sobre o fato, na atual administração de Marco Antonio Martins? E se se manifestou, quais foram os resultados benéficos à classe que labora nos torneios da CBF?

[Aliás, se a Anaf tem as portas abertas com a direção da CBF como propagam seus dirigentes, porque a arbitragem que atua nos campeonatos da CBF, continua sendo EXPLORADA na questão dos patrocínios nos seus uniformes?] 

Lembro que nos países europeus, as verbas obtidas com os patrocínios das publicidades exibidas no uniforme dos homens do apito, é revertida em cursos de capacitação continuada, e o que sobra, geralmente é dividido proporcionalmente aos apitos e bandeiras. 

5) QUANTOS SINDICATOS DE ÁRBITROS DE FUTEBOL FORAM CRIADOS NA ATUAL ADMINISTRAÇÃO DA ANAF? Resposta: Nenhum. O único sindicato que foi criado desde que Marco Martins assumiu a Anaf, há sete anos, foi o do CEARÁ. Sindicato que foi fundado com a participação decisiva do ex-presidente do SAFERGS, Ciro Camargo (foto) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Ressalto que os sindicatos do PARANÁ, SÃO PAULO e do R. G. do SUL, já existiam antes de Marco Martins ser presidente da Anaf, e já eram detentores da CERTIDÃO DE REGISTRO SINDICAL.

No que tange aos sindicatos, falta um para preencher os requisitos exigidos pelo ministério do Trabalho e Emprego, quando então poderá ser criada a FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL - entidade que irá propiciar à arbitragem condições de discutir em grau de igualdade, com a cartolagem que maneja o futebol brasileiro, e por conseguinte, abandonar o último lugar onde se encontra a arbitragem, na bilionária locomotiva que rege o futebol pentacampeão.

Num cenário de extrema pobreza em termos de conquistas ao longo de sete anos, reivindicar reajuste nas taxas e diárias, na adequação dos bilhetes de passagens aéreas, na premiação dos três melhores trios da Série (A), e outros pormenores à confraria do apito, não é conquista. Salvo se mudou o significado de CONQUISTA. É OBRIGAÇÃO! Portanto, é de bom alvitre os sindicalistas da Anaf darem um tempo, nessa conversa fiada de conquista que não existe.

PERGUNTAR NÃO OFENDE: O conteúdo da pauta da reunião de trabalho da Anaf, no Acre, no próximo mês de abril, será diferenciado dos últimos anos ou terá a mesmice de sempre?

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