Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Na
palestra que proferiu na Semana da Evolução do Futebol Brasileiro na sede da
CBF, na terça-feira (26), o ex-árbitro e atual comentarista de arbitragem
Leonardo Gaciba (foto), sugeriu que a melhora na qualidade das tomadas de
decisões do árbitro de futebol no Brasil, passa pela profissionalização da
categoria.
Lembro
que o Projeto de Lei Nº 6405/2002, que versava sobre a profissionalização do
árbitro do futebol brasileiro, vagou pelas inúmeras comissões do Congresso
Nacional em Brasília durante onze anos – e quando foi aprovado em outubro/2013,
foi aprovado de maneira totalmente descaracterizada das reais necessidades que exigia a arbitragem. Alquebrado, o Decreto Lei Nº 12.867, especificou no
seu conteúdo que a atividade do árbitro ficava reconhecida como profissional.
Ponto.
Desde
então nem a CBF, as federações de futebol, a Anaf, associações e/ou sindicatos
deram um único passo no sentido de melhorar o indigitado decreto ou outra
melhora de relevância. Pelo contrário: o que vimos de lá para cá, foi um enorme
retrocesso.
Tanto
é verdade que desde o reconhecimento da atividade do árbitro como profissional,
não se criou um sindicato - que dirá a tão sonhada Federação Brasileira dos
Árbitros de Futebol. Tanto é verdade o retrocesso, que no último mês de
fevereiro, na consulta que fizemos junto ao Cadastro Nacional de Entidades Sindicais,
órgão vinculado ao ministério do Trabalho e Emprego, apenas (3) sindicatos da
classe dos homens de preto estavam ativos perante àquela instituição. Paraná,
Rio G. do Sul e São Paulo.
Tanto
é verdade o retrocesso, que a CBF em pleno século 21 escala no seu principal
torneio, o Campeonato Brasileiro, para exercerem a importantíssima função de
assessor e/ou delegado de arbitragem, dirigentes das federações de futebol, das
entidades sindicais como Anaf, associações e sindicatos. Pergunto: Como é que os
sindicalistas que foram eleitos para a lide sindical, irão confeccionar um
relatório justo, equilibrado e tecnicamente correto se todos foram eleitos para
reivindicar e defender os interesses da confraria do apito?
Tanto
é verdade o retrocesso, que a CBF aboliu da sua principal competição, o
Campeonato Brasileiro, os (AAA) Árbitros Assistentes
Adicionais, sob a alegação de
questões financeiras. Fato que está em flagrante descompasso com as normas do
(IFAB).
Tanto é verdade o retrocesso, que a CBF explora a publicidade de duas multinacionais na indumentária dos apitos e bandeiras que atuam em todas as competições da entidade, e não repassa um único centavo aos homens de preto.
Portanto,
com o cenário vigente no futebol pentacampeão, falar em profissionalização da
arbitragem brasileira, “É CONVERSA PARA INGLÊS VER”.
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