terça-feira, 22 de março de 2016

Arbitragem desunida, fácil de ser vencida



Tenho reiterado aqui neste espaço que todos os setores que atuam no futebol brasileiro conseguiram evoluir nas últimas décadas.  A maioria se organizou em sindicatos, confederações e federações, exceto a arbitragem. Vivencio este setor desde 1979, e não conheço nenhuma categoria do futebol brasileiro que exiba com “rara” precisão tamanha desunião e autofagismo como a dos homens manejam o apito e as bandeiras. É algo inimaginável que só quem é do meio pode acreditar e decifrar.

Tanto é verdade que de todas as classes trabalhadoras que laboram no futebol, a arbitragem foi a última a conseguir a regulamentação da sua atividade. Regulamentação que aconteceu após onze anos de intensa batalha no Congresso Nacional, em outubro de 2013. Regulamentação que foi sancionada a meia-boca - porque a arbitragem continua sendo em 2016 para o homem de preto no Brasil, o que sempre foi desde os primórdios, um autêntico “bico”.

Entrincheirados em associações cuja representatividade é precária, mas propicia “prebendas e/ou sinecuras” à quem está no “pudê”, e cooptados pela maioria das federações de futebol, ao invés de criarem sindicatos e fundarem a Federação, a "tchurma" que administra as associações não quer ouvir e muito menos discutir a criação de novos sindicatos ou até mesmo a Federação dos Árbitros. 

Lembro que categoria do apito possui apenas três sindicatos - [PARANÁ, R. G. do SUL e SÃO PAULO] - que estão em consonância com as leis exigidas perante a Coordenação Geral de Registro Sindical, órgão vinculado ao ministério do Trabalho e Emprego.

Destaco que em relação a Certidão de Registro Sindical (Carta Sindical), o presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), Marco Antonio Martins, telefonou à este colunista afirmando que: “As entidades de arbitragem tem feito a sua parte, porém, o ministério do Trabalho e Emprego e/ou governo não tem sido receptivo na  concessão de novas (Cartas Sindicais)”.

Em contato com Brasília a resposta foi: “A documentação apresentada por algumas entidades de arbitragem perante a coordenação acima nominada nos últimos anos, estava em descompasso com as exigências do ministério do Trabalho e Emprego”. Além disso, há inúmeras solicitações de várias categorias e por este motivo foi estabelecido uma escala cronológica para a concessão da (Carta Sindical). 

Fatos noticiados aqui neste espaço no último dia 6 de fevereiro - e, comprovado com a emissão das certidões pela Coordenação Geral de Registro Sindical, de que apenas os três sindicatos citados acima estão com suas situações ativas na atualidade.

Diante do motivado, é necessário que a Anaf elabore e organize um congresso de excelência com a participação de juristas, sindicalistas, deputados federais e senadores, já que são eles que elaboram e aprovam as leis em amplitude nacional e, sobretudo, com pessoas que possuam identidade com a arbitragem e que tenham conhecimento das verdadeiras necessidades da categoria, objetivando tornar suas decisões no campo de jogo em nível de excelência.

PS: Ou muda a maneira de pensar e agir da Anaf e associações de árbitros, ou então as reuniões de trabalho, congressos, seminários que foram e vem sendo realizados aleatoriamente em torno do tema arbitragem terá “efeito traque”.

PS (2): Na ausência de um projeto de excelência que contemple um curso de capacitação continuada ao seu quadro de árbitros que nunca teve, a não ser que foi implementado recentemente - a Federação Paranaense de Futebol (FPF), via comissão de arbitragem da entidade, que tem como característica principal o continuísmo de Afonso Vitor de Oliveira, puniu mais um assistente por equívocos cometidos no prelio Foz 3 x 3 Paraná Clube, pela 10ª rodada do campeonato paranaense. Pergunta: 

PS (3): Quando é que a associação dos árbitros do Paraná vai cobrar da (FPF), a implementação de um curso de requalificação de alto nível aos seus associados, por ocasião dos equivocos cometidos na interpretação e aplicação das Regras de Futebol nas competições da entidade? Ou virá com uma nota de apoio que não resolve absolutamente nada.

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