domingo, 28 de fevereiro de 2016

O novo presidente da FIFA e a arbitragem

                 Foto: Fifa.com
A eleição do suíço Gianni Infantino a presidência da FIFA na sexta-feira (26), deverá provocar uma metamorfose como nunca se viu em todos os setores da entidade que controla o futebol no planeta, desde a sua fundação em 1904. E dentre as mudanças significativas aguardadas está inserida a arbitragem.

Se cumprido o prometido por Infantino, de que a sua administração irá primar pela transparência - o Comitê de Arbitragem, que é presidido atualmente pelo espanhol Angel Maria Villar, e é composto por mais (25) membros, deverá ter mudanças. 


O presidente eleito que ainda é secretário-geral da UEFA, foi responsável pela triplicação das receitas financeiras de todas as competições do organismo do Velho Continente que gere o futebol europeu. E, por extensão, pela excelente qualidade que se vê nos árbitros que laboram nas competições da UEFA, que são os melhores e os mais bem pagos do planeta.


O nível de excelência alcançado pela arbitragem europeia foi possível, através de investimentos financeiros substanciosos que foram destinados à construção do Centro de Excelência de Formação de Árbitros (CORE) – em Nyon (Suíça) – que é comandado pelo inglês David Elleray e uma plêiade de cientistas de referência mundial. É no (CORE) que são formados, lapidados e requalificados a arbitragem europeia. O que demonstra que o presidente da FIFA está acostumado com árbitros de primeira linha e com estrutura de primeiro mundo no setor do apito. 

 
O nível das tomadas de decisões da confraria do apito nas Copas do Mundo da África do Sul em 2010, no Brasil em 2014 e nos demais torneios da FIFA tiveram queda qualitativa acentuada. O que explicita que as futuras indicações da arbitragem para as próximas competições devem sofrer alterações consideráveis.

É necessário a implementação de um novo paradigma pré-seletivo de árbitros e assistentes para laborarem nos torneios da FIFA. Processo que deve ter a chancela de instrutores neutros designados pela FIFA e não pelos seus filiados. Em assim agindo, a FIFA impede o tradicional “corporativismo” que grassa na indicação da arbitragem.

O próximo passo é a renovação dos instrutores internacionais de arbitragem, que ministram cursos pelo mundo afora. A FIFA deveria iniciar um processo seletivo na escolha de novos instrutores, para ministrar cursos com nova metodologia a partir da didática e dos costumes. Há muitos anos são as mesmas pessoas que desenvolvem esse mister - daí termos um continuísmo com resultados que não tem atingido os objetivos.
        
PS: Ao mundo do futebol resta esperar os próximos dias e torcer para que as transformações prometidas na entidade internacional pelo sr. Gianni Infantino, se concretizem. Como por exemplo: destinar verba financeira às associações, confederações e federações desenvolverem projetos na formação e capacitação continuada à arbitragem.


PS (2): Quanto a profissionalização do árbitro de futebol, assunto que não abordei acima, entendo ser inviável em função das diferentes legislações trabalhistas existentes no mundo acoplada a grave crise econômica que atravessa o planeta. A Inglaterra profissionalizou o árbitro - mas lá foi desenvolvido um projeto por pessoas sérias com duração de curto, médio e longo prazo e num momento econômico que era possível fazê-la. No futebol brasileiro, meia dúzia de “galhofeiros” vivem alardeando que é possível a profissionalização do homem de preto, mas são os mesmos que até hoje não conseguiram criar a Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol.
 

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