segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Afastá-los sim, execrá-los não

   Adriano Milczvski ao centro, entrou em conflito com a Regra 12 - faltas e incorreções
A comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol (FPF), divulgou no seu sítio nesta segunda-feira (29), que os assistentes Luiz H. de Souza Renesto, que atuou no prélio Foz 1 x 0 Londrina e Marcos Rogério da Silva, que, laborou no jogo PSTC 2 x 1 Coritiba, foram afastados das escalas de árbitros por tempo indeterminado.

Acertou a comissão de arbitragem em afastá-los? Sem dúvida nenhuma. Ambos causaram prejuízos às equipes do Londrina e do Coritiba. Porém na nossa opinião, errou a comissão de árbitros da casa Gêneris Calvo, ao exibir a punição no seu site à opinião pública. 

Renesto e Rogério da Silva são profissionais do apito da (FPF) e ao expô-los publicamente, a entidade que controla o futebol paranaense está desvalorizando esses profissionais e suas qualidades. 

Ser criticado pela mídia esportiva, cuja maioria esmagadora não conhece patavina nenhuma das REGRAS DE FUTEBOL, quiçá interpretá-las é uma coisa.

Agora, ser execrado no site da (FPF) por pessoas que conhecem as regras e sabem das inúmeras nuances que vivencia um árbitro e/ou assistente numa partida, é uma situação totalmente diferente.

Penso que antes de qualquer expectativa, Renesto e Rogério da Silva são seres humanos sujeitos a erros como qualquer pessoa - são pais de família, profissionais que trabalham e convivem em grupo. Sendo o primeiro professor de educação física em Maringá e o segundo, Guarda Municipal em Londrina. 

Afastá-los é uma medida correta, mas ao invés de noticiar o afastamento da forma como fez, a comissão de árbitros da (FPF) deveria anunciar que irá submetê-los imediatamente a uma requalificação no pilar técnico (conhecimento e interpretação) da Regra (11) – impedimento. “Arbitro é humano, não é uma máquina”. “Por isso tem direito de errar”.

Arbitragem do clássico
Paraná Clube 1 x 0 Atlético/PR, teve um primeiro tempo com disciplina relativamente tranquila. Na segunda etapa, a fisionomia do jogo mudou e junto com ela os critérios e as interpretações do árbitro Adriano Milczvski. Faltou consistência nos critérios de interpretação e aplicação nas faltas e incorreções – Regra 12. Dado a atuação conturbada que teve no jogo Coritiba x Londrina, e aos equívocos cometidos no clássico do domingo que passou, que por muito pouco não mudaram o placar da partida, também deveria ser submetido a um curso de capacitação continuada a respeito da regra nominada.  


PS: Sobre a associação dos árbitros de futebol do Paraná (Apaf) - emitir nota de apoio ou não aos assistentes afastados, tanto faz como tanto fez. Ou melhor: se emitir terá “efeito traque”. Explico: o presidente da instituição é Adriano Milczvski, árbitro que está em plena atividade - assim como os outros doze dirigentes que compõe a diretoria, entre eles um dos afastados Luiz Henrique Santos Renesto. E, ninguém, vai querer bater de frente com Afonso Vitor de Oliveira ou quiçá, pela segunda vez com a (FPF). Pois quem se arvorar em fazer “tal feito” corre sério risco de ir apitar jogos na “Conchinchina”.  
 
   


domingo, 28 de fevereiro de 2016

O novo presidente da FIFA e a arbitragem

                 Foto: Fifa.com
A eleição do suíço Gianni Infantino a presidência da FIFA na sexta-feira (26), deverá provocar uma metamorfose como nunca se viu em todos os setores da entidade que controla o futebol no planeta, desde a sua fundação em 1904. E dentre as mudanças significativas aguardadas está inserida a arbitragem.

Se cumprido o prometido por Infantino, de que a sua administração irá primar pela transparência - o Comitê de Arbitragem, que é presidido atualmente pelo espanhol Angel Maria Villar, e é composto por mais (25) membros, deverá ter mudanças. 


O presidente eleito que ainda é secretário-geral da UEFA, foi responsável pela triplicação das receitas financeiras de todas as competições do organismo do Velho Continente que gere o futebol europeu. E, por extensão, pela excelente qualidade que se vê nos árbitros que laboram nas competições da UEFA, que são os melhores e os mais bem pagos do planeta.


O nível de excelência alcançado pela arbitragem europeia foi possível, através de investimentos financeiros substanciosos que foram destinados à construção do Centro de Excelência de Formação de Árbitros (CORE) – em Nyon (Suíça) – que é comandado pelo inglês David Elleray e uma plêiade de cientistas de referência mundial. É no (CORE) que são formados, lapidados e requalificados a arbitragem europeia. O que demonstra que o presidente da FIFA está acostumado com árbitros de primeira linha e com estrutura de primeiro mundo no setor do apito. 

 
O nível das tomadas de decisões da confraria do apito nas Copas do Mundo da África do Sul em 2010, no Brasil em 2014 e nos demais torneios da FIFA tiveram queda qualitativa acentuada. O que explicita que as futuras indicações da arbitragem para as próximas competições devem sofrer alterações consideráveis.

É necessário a implementação de um novo paradigma pré-seletivo de árbitros e assistentes para laborarem nos torneios da FIFA. Processo que deve ter a chancela de instrutores neutros designados pela FIFA e não pelos seus filiados. Em assim agindo, a FIFA impede o tradicional “corporativismo” que grassa na indicação da arbitragem.

O próximo passo é a renovação dos instrutores internacionais de arbitragem, que ministram cursos pelo mundo afora. A FIFA deveria iniciar um processo seletivo na escolha de novos instrutores, para ministrar cursos com nova metodologia a partir da didática e dos costumes. Há muitos anos são as mesmas pessoas que desenvolvem esse mister - daí termos um continuísmo com resultados que não tem atingido os objetivos.
        
PS: Ao mundo do futebol resta esperar os próximos dias e torcer para que as transformações prometidas na entidade internacional pelo sr. Gianni Infantino, se concretizem. Como por exemplo: destinar verba financeira às associações, confederações e federações desenvolverem projetos na formação e capacitação continuada à arbitragem.


PS (2): Quanto a profissionalização do árbitro de futebol, assunto que não abordei acima, entendo ser inviável em função das diferentes legislações trabalhistas existentes no mundo acoplada a grave crise econômica que atravessa o planeta. A Inglaterra profissionalizou o árbitro - mas lá foi desenvolvido um projeto por pessoas sérias com duração de curto, médio e longo prazo e num momento econômico que era possível fazê-la. No futebol brasileiro, meia dúzia de “galhofeiros” vivem alardeando que é possível a profissionalização do homem de preto, mas são os mesmos que até hoje não conseguiram criar a Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol.
 

Holanda: árbitro de vídeo foi testado no Feyenoord x Heerenveen

Momento histórico na Liga holandesa transmitido em direto

O encontro da quinta-feira (25) entre o Feyenoord x Heerenveen, pela 17.ª jornada do campeonato holandês, que terminou em 2 X 1 para a formação forasteira, despertou um enorme interesse entre os adeptos, porque nesse jogo se testou pela primeira vez a tecnologia árbitro de vídeo.

Por enquanto tratou-se apenas de um teste, que teve o objetivo de mostrar aos amantes do futebol como esta tecnologia será aplicada muito brevemente no futebol holandês. Embora o árbitro de vídeo não tenha tido a oportunidade neste encontro de se  comunicar com o árbitro principal, ficou assim dado o primeiro passo rumo à introdução desta preciosa ajuda aos profissionais da arbitragem.

A federação holandesa, em parceria com a estação televisiva Fox Sports, transmitiu direto as imagens do local de trabalho do árbitro de vídeo (numa carrinha fora do estádio) através do seu canal do Youtube, um momento que pode rever no vídeo abaixo.


video do teste feito


Autor: Diogo Jesus