Na
próxima sexta-feira (27), quando João Lupato, presidente do Sindicato dos
Árbitros de Futebol do Estado do Mato Grosso (MS), abrir o 39º Congresso das
Entidades de Classe de arbitragem do futebol brasileiro, na bela Campo Grande,
e entreolhar nos olhos e na face de cada dirigente de associação e sindicato
presente, observará o estigma da derrota estampado no rosto dos dirigentes que
comparecerem ao aludido evento.
Dois
anos após a promulgação da Lei Nº 12.867/2013, que regulou a atividade do
árbitro de futebol como profissional no Brasil, nenhum avanço expressivo
aconteceu em benefício da categoria dos homens de preto do futebol
pentacampeão. De lá para cá, basta pesquisar, foram realizados vários
congressos, várias reuniões e muito oba-oba dos sindicalistas em diferentes partes
do País, mas de concreto nada. Repito, nada.
Tanto
é verossímil a nossa afirmação, que partir desta temporada, a categoria dos
apitos e bandeiras que atuam nas competições da CBF e já exibem há mais de uma
década os patrocínios da pênalti em toda a extensão da indumentária e da SKY
nas mangas das camisas, passaram a ostentar nas costas das camisas a logomarca
da SEMPTOSHIBA.
Logomarcas
de multinacionais poderosíssimas que são mostradas para milhões de pessoas em
diversas localidades deste planeta de terça-feira à domingo -, “in loco” aos
torcedores nos estádios, na (Tv paga e aberta), na internet, nos jornais, nas
revistas e nos smartphones. Traduzindo: enquanto a CBF, as multinacionais e as
agências de propaganda faturam milhões de reais, àquele que tem a dificílima
missão de decidir o que viu numa partida em frações milionésimas de segundos, o
árbitro, fica “chupando os dedos”. Ou melhor, faz propaganda de graça.
Acrescente-se
que em relação aos patrocínios na vestimenta da arbitragem, a Associação
Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), premida, colocou recentemente de forma “tímida”,
a questão dos patrocínios no uniforme da arbitragem numa pauta e entregou à CBF.
Até o momento não houve nenhum posicionamento da instituição sobre a exploração
“vergonhosa” que impõe aos árbitros, bem como a Anaf e demais dirigentes dos
sindicatos se calaram sobre o assunto.
Afora
a omissão e conivência dos sindicalistas em relação aos patrocínios no uniforme
da arbitragem, ressalte-se o “fiasco” protagonizado pelos dirigentes de
associações e sindicatos, quando pleitearam o direito de arena à arbitragem, junto
ao Congresso Nacional no último mês de agosto.
Com
um texto jurídico que pecou por não detalhar o que seria feito com os valores
financeiros em benefício dos árbitros, acoplado a ausência de um político de
excelência em Brasília, o direito de arena foi vetado pela Presidência da
República e ato contínuo o veto foi mantido pelo Congresso Nacional.
Após
a manutenção do veto ao direito de arena, perdidos e sem rumo, os sindicalistas exibiram a
derradeira “bala de prata”: um grupo saiu pelo País afora, colhendo duzentos e
cinquenta assinaturas de árbitros e assistentes, objetivando solicitar o direito
de imagem àqueles que labutam no Campeonato Brasileiro. O episódio segundo se
noticiou à época, foi protocolado em (Recife) Pernambuco. O resultado dessa
ação, até o presente instante ninguém sabe qual é.
Diante
do que se leu acima, a não ser que a Anaf e os sindicalistas tenham uma segunda
“bala de prata”, o XXXIX Congresso Brasileiro de Entidades e Árbitros de
Futebol terá mais do mesmo, ou melhor, conteúdo vazio.
PS: Reconheço o trabalho do atual presidente da Anaf Marco Antonio
Martins (foto), na sua luta em defesa e nos pleitos que tem participado à confraria do
apito brasileiro. Digo mais: Postar nota de repúdio no site da Anaf, em defesa
deste ou daquele árbitro e/ou bandeira não resolve nada, absolutamente nada.
Tem que ter um diretor jurídico de alto nível, para quando ocorrer a prática da
calúnia, injúria e difamação ir direto à Justiça Comum em defesa do seu filiado. E, por derradeiro, “uma andorinha só não
faz verão”.
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