quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Congresso com “conteúdo vazio”


Na próxima sexta-feira (27), quando João Lupato, presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado do Mato Grosso (MS), abrir o 39º Congresso das Entidades de Classe de arbitragem do futebol brasileiro, na bela Campo Grande, e entreolhar nos olhos e na face de cada dirigente de associação e sindicato presente, observará o estigma da derrota estampado no rosto dos dirigentes que comparecerem ao aludido evento.

Dois anos após a promulgação da Lei Nº 12.867/2013, que regulou a atividade do árbitro de futebol como profissional no Brasil, nenhum avanço expressivo aconteceu em benefício da categoria dos homens de preto do futebol pentacampeão. De lá para cá, basta pesquisar, foram realizados vários congressos, várias reuniões e muito oba-oba dos sindicalistas em diferentes partes do País, mas de concreto nada. Repito, nada.

Tanto é verossímil a nossa afirmação, que partir desta temporada, a categoria dos apitos e bandeiras que atuam nas competições da CBF e já exibem há mais de uma década os patrocínios da pênalti em toda a extensão da indumentária e da SKY nas mangas das camisas, passaram a ostentar nas costas das camisas a logomarca da SEMPTOSHIBA.

Logomarcas de multinacionais poderosíssimas que são mostradas para milhões de pessoas em diversas localidades deste planeta de terça-feira à domingo -, “in loco” aos torcedores nos estádios, na (Tv paga e aberta), na internet, nos jornais, nas revistas e nos smartphones. Traduzindo: enquanto a CBF, as multinacionais e as agências de propaganda faturam milhões de reais, àquele que tem a dificílima missão de decidir o que viu numa partida em frações milionésimas de segundos, o árbitro, fica “chupando os dedos”. Ou melhor, faz propaganda de graça.

Acrescente-se que em relação aos patrocínios na vestimenta da arbitragem, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), premida, colocou recentemente de forma “tímida”, a questão dos patrocínios no uniforme da arbitragem numa pauta e entregou à CBF. Até o momento não houve nenhum posicionamento da instituição sobre a exploração “vergonhosa” que impõe aos árbitros, bem como a Anaf e demais dirigentes dos sindicatos se calaram sobre o assunto.

Afora a omissão e conivência dos sindicalistas em relação aos patrocínios no uniforme da arbitragem, ressalte-se o “fiasco” protagonizado pelos dirigentes de associações e sindicatos, quando pleitearam o direito de arena à arbitragem, junto ao Congresso Nacional no último mês de agosto.

Com um texto jurídico que pecou por não detalhar o que seria feito com os valores financeiros em benefício dos árbitros, acoplado a ausência de um político de excelência em Brasília, o direito de arena foi vetado pela Presidência da República e ato contínuo o veto foi mantido pelo Congresso Nacional.

Após a manutenção do veto ao direito de arena, perdidos e  sem rumo, os sindicalistas exibiram a derradeira “bala de prata”: um grupo saiu pelo País afora, colhendo duzentos e cinquenta assinaturas de árbitros e assistentes, objetivando solicitar o direito de imagem àqueles que labutam no Campeonato Brasileiro. O episódio segundo se noticiou à época, foi protocolado em (Recife) Pernambuco. O resultado dessa ação, até o presente instante ninguém sabe qual é.

Diante do que se leu acima, a não ser que a Anaf e os sindicalistas tenham uma segunda “bala de prata”, o XXXIX Congresso Brasileiro de Entidades e Árbitros de Futebol terá mais do mesmo, ou melhor, conteúdo vazio.

PS: Reconheço o trabalho do atual presidente da Anaf Marco Antonio Martins (foto), na sua luta em defesa e nos pleitos que tem participado à confraria do apito brasileiro. Digo mais: Postar nota de repúdio no site da Anaf, em defesa deste ou daquele árbitro e/ou bandeira não resolve nada, absolutamente nada. Tem que ter um diretor jurídico de alto nível, para quando ocorrer a prática da calúnia, injúria e difamação ir direto à Justiça Comum em defesa do seu filiado. E, por derradeiro, “uma andorinha só não faz verão”.

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