domingo, 29 de novembro de 2015

Clubes querem especialistas estrangeiros

    Clubes querem especialistas da Europa para avaliar a arbitragem do Brasileirão. E os delegados de arbitragem farão o quê?

Quem nos acompanha aqui neste espaço é testemunha ocular das inúmeras vezes que questionamos nos últimos anos, a situação irregular de vários assessores, delegados e tutores de arbitragem, designados pela CBF para avaliar o desempenho da arbitragem brasileira nos pilares técnico, tático, físico e psicológico, e  em consonância com o manual das Regras de Futebol e diretrizes do International Board, nas diferentes competições da entidade. Se houver dúvidas a respeito da nossa afirmação, basta acessar  -[http://apitodobicudo.blogspot.com.br/2015/11/assessores-e-delegados-devem-ser-neutros.html].

Assessor ou delegado de arbitragem é uma missão nobre que deveria ser entregue a especialistas com independência, já que exige habilidades e conhecimentos especiais e/ou excepcionais. A FIFA e a UEFA são exemplos na modalidade. Somente especialistas na função são escalados para observar o “modus operandi” dos homens do apito que labutam nos torneios das entidades nominadas.

Agindo em descompasso com as normas da FIFA e do (IFAB), a CBF banalizou as funções de assessores e delegados de arbitragem no futebol brasileiro – tanto é verdade que cabe às federações de futebol indicar à CBF, os nomes das pessoas para exercerem as funções de assessor e delegado de arbitragem.

Atualmente é comum vermos desempenhando esse mister de na Copa do Brasil e no Brasileirão, vice-presidente e diretores das federações de futebol, membros das comissões e das escolas de formação de árbitros das federações. Dirigentes das associações e sindicatos da confraria do apito brasileiro. Nas diversas ocasiões que nos manifestamos sobre o tema em tela - afirmamos que a forma de agir da CBF, além de despersonalizar o cargo de assessor e delegado de arbitragem, deslegitimava na sua totalidade a veracidade das avaliações efetivadas.
       
O descaso do que você acaba de ler acima, teve como consequência uma ação contundente dos dirigentes dos principais clubes do futebol brasileiro que: “Insatisfeitos com o desempenho da arbitragem nas últimas edições do Campeonato Brasileiro, com a metodologia que é aplicada nas avaliações pelos os atuais assessores e delegados  designados pela CBF, na avaliação das interpretações e aplicações das regras pelos homens de preto do futebol pentacampeão, decidiu: criar um controle externo para a arbitragem no Brasileirão”. 

Essa comissão de clubes que discute um novo projeto ao futebol, pentacampeão, reuniu-se na sexta-feira (27/11), no Rio de Janeiro, tendo na dianteira o presidente do Flamengo(RJ), Eduardo Bandeira de Melo.

Uma das principais vantagens do sistema, segundo os dirigentes, seria punir os árbitros que prejudicam as equipes com pequenos erros em diversos momentos do jogo. Por outro lado, o principal obstáculo para a ideia sair do papel é o custo. Especialistas precisam ser contratados para avaliar os árbitros e assistentes, e uma auditoria de peso seria paga para analisar o trabalho deles e da comissão de arbitragem.

Além disso, a CA/CBF teria que colocar nos sorteios dos jogos mais importantes os melhores colocados no ranking elaborado conforme as notas. Já a empresa especializada em auditoria verificaria se as notas foram dadas de maneira correta e se a CA/CBF utilizou adequadamente o ranking.

De acordo com o conceituado blog do Perrone - http://blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br/, a Ernest & Young, renomada empresa de auditoria, participou da reunião, mas não há garantias de que ela assumirá a função se o projeto for aprovado. “Temos muitas coisas para definir ainda. Qual o custo de tudo isso e como ele será pago”, disse Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio (RS) e membro da comissão de clubes.

Ainda segundo o indigitado Blog, os cartolas não discutiram quem avaliaria os árbitros. “Por mim, poderia ser alguém de fora do país. Não vejo nenhum problema em especialistas da Alemanha ou da Inglaterra, por exemplo, fazerem esse trabalho”, opinou o presidente do Grêmio.

PS: Estava escrito que mais cedo ou mais tarde esta ilegalidade não ira se sustentar. Lamento que a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) e sindicatos de árbitros, que realizaram neste final de semana o último congresso do ano em Campo Grande (MS) - não tenham discutido o assunto. Todos perderam a oportunidade de contribuir para a melhora da qualidade das tomadas de decisões do árbitro do futebol brasileiro no campo de jogo, ao não debaterem a questão.

PS (2): Informações que chegaram à este colunista apontam que: Os dirigentes da Liga Rio/Sul/Minas, irão exigir arbitragem de alta qualidade para o torneio em disputa. Inclusive, irão solicitar à CBF que árbitro, assistente, observador e delegado de arbitragem que estiver exercendo cargo em federação, associação e sindicato não seja escalado nas partidas da aludida competição.

PS (3): Na coluna de amanhã falarei do homem do ano do futebol brasileiro, o equilibrado, inteligente, impoluto, frio, Sérgio Corrêa da Silva - responsável pelas escalas de árbitros do maior e mais dificílimo campeonato do planeta com 380 jogos na Série A, 380 na B e uma infinidade de partidas nas Séries C e D, na Copa do Brasil, Sub-17 e Sub-20. 

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