sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Arbitragem profissional é uma falácia


Em entrevista concedida ao sítio Globo.com, o diretor da CA/CBF Sérgio Corrêa da Silva, afirma que apesar da Lei Nº 12.867/2013 ter regulado a atividade do árbitro de futebol no Brasil como profissional, a aplicabilidade da lei em tela é inviável em função da atual conjuntura econômica, das leis que vigoram no País e outros senões que teriam que ser ajustados à realidade que vivemos. Concordo em gênero, número e grau com Sérgio Corrêa.

Faço coro a afirmação de Corrêa independente dos obstáculos por ele nominados, porque não há notícia de que a CBF, a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), sindicatos, Entidades de Prática Esportiva (clubes), ou outro segmento do futebol brasileiro em alguma oportunidade tenha desenvolvido um estudo de alto nível neste sentido. O que se falou e se fala sobre a profissionalização do homem de preto no Brasil, sempre teve “efeito traque.”

Como falar em profissionalização do árbitro no Brasil, se a CBF desrespeita de maneira reiterada há mais de uma década, a confraria do apito brasileiro, quando não cumpre com a determinação da Fifa de repassar na íntegra os valores financeiros das diferentes logomarcas exibidas nas mangas das camisas em benefício da Arbitragem?

Como pensar em arbitragem profissional no Brasil, se a CBF a partir deste ano passou a “explorar” mais uma publicidade nas costas dos membros da Relação Nacional de Árbitros (Renaf), que atuam nas suas competições sem lhes repassar um único centavo?

É impossível imaginar uma arbitragem com profissionalismo e credibilidade, quando a CBF designa como assessores e delegados de arbitragem nas suas competições, integrantes das associações e sindicatos de árbitros por indicação dos presidentes das federações de futebol. 

O “status quo” anacrônico que comanda o futebol pentacampeão a partir das federações, a CBF e os sindicalistas que representam a categoria, além de não demonstrarem o menor interesse em mudar o quadro vigente ao longo dos anos, sempre lutaram desbragadamente para manter tudo como está. Ou seja, o árbitro que labora no futebol brasileiro sempre foi, é e será tratado como objeto descartável ou mercadoria de troca entre os mandachuvas do nosso futebol. 

Talvez daqui há cem anos, quando a maioria de nós já estivermos noutra vida, aqueles que aqui estiverem possam vivenciar uma transformação em todos os setores do futebol brasileiro, sobretudo, no setor da arbitragem.

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