quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Um centro de excelência à arbitragem brasileira

    Wagner Reway (Asp/Fifa/MT), na última fila em pé de camisa preta é o segundo da direita para à esquerda, recentemente esteve participando de seminário no (Core) da Uefa
Michel Platini, um dos maiores atletas do futebol mundial, assim que foi eleito presidente da Uefa em 2007, encomendou um estudo minucioso a um grupo de especialistas de diferentes áreas que deveria apontar os prós e os contra da instituição e ato contínuo – quais eram as medidas eficazes para alavancar a entidade europeia e transformá-la a curto, médio e longo prazo na potência extraordinária que é na atualidade.

Platini trocou toda a estrutura organizacional da Uefa - sobretudo, o Comitê de Arbitragem.  E, desde então, iniciou uma série de reformulações no setor do apito até conseguir o certificado de excelência nos quesitos qualidade e credibilidade dos homens de preto da Uefa.

Isto não significa que os árbitros vinculados a instituição do Velho Continente, estejam imunes aos erros quando em ação na Liga dos Campeões ou na Liga da Europa - os dois maiores torneios de futebol do planeta onde desfilam as principais estrelas do futebol mundial.

Em 2010, dando sequência as reformulações sugeridas pelos especialistas, Platini criou o Centro de Excelência de Arbitragem (Core), em Nyon (Suíça), sede da Uefa. O (Core) foi criado por um colegiado de ex-árbitros, membros da elite da Europa com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol.

O comando foi entregue ao ex-árbitro David Elleray, que ao lado de outros notáveis, como Werner Helsen, Hugh Dallas, Ivan Cornu, Vlado Sajn e outros que gradativamente foram lapidando, acompanhando e requalificando árbitros/assistentes Fifa e os promissores. Alguns se tornaram os melhores na modalidade como: Howard Webb (Inglaterra), atual instrutor técnico dos apitos da Premier League, Cüneyt Çakır (Turquia), Björn Kuipers (Holanda), Nicola Rizzolli (Itália), Jonas Erikson (Suécia) e uma plêiade de apitos e bandeiras que são vistos diariamente em todos os campeonatos europeus.

Mas o (Core) não é composto somente por ex-árbitros. Além deles, há uma equipe de alto nível de fisiologistas, nutricionistas, fisioterapeutas, preparadores físicos, psicológos, médicos, cientistas que estudam o corpo humano do árbitro e seus movimentos e velocidade no campo e professores de inglês a língua oficial da Uefa e da Fifa.

Esta esquadra acima nominada só interrompe seu trabalho quando cessam as competições da Uefa. Fora disto, esta equipe de excelência do (Core), atua de segunda à sexta-feira com uma programação diária de treinamentos em todas as áreas que envolvam a arbitragem.

As atividades tem inicio logo após o café da manhã de forma bem diversificada e se alternam ao longo do dia. Geralmente no período matinal são exibidos vídeos de lances que ocorreram em jogos de alta complexidade, testes teóricos a respeito das Regras de Futebol em inglês. À tarde, testes práticos no campo de jogo, com equipes amadoras ou da segunda divisão da Suíça e da França. Ou então, treinamentos e testes físicos na pista de primeiro mundo da Uefa, palestras com psicólogos de como enfrentar as inúmeras pressões a que são submetidos árbitros e assistentes numa partida.

Além do exposto, após o término do estágio no (Core) que nunca é inferior há uma semana, árbitros da Fifa e árbitros promissores, assistentes da Fifa e assistentes promissores, recebem um programa similar ao aplicado na Uefa, para ser desenvolvido em conjunto com a associação, confederação ou federação de onde o apito ou bandeira é egresso. Sabem quem comandada e supervisiona à distância tudo o que acontece no (Core)? Pierlugi Collina.

Detalhe: A exceção da Inglaterra onde o árbitro de futebol é profissional e se dedica em tempo integral ao mister do apito - nos demais (52) Países membros da Uefa, o homem que maneja o apito e a bandeira não é profissional, mas atingiu níveis de excelência, é respeitado e suas ações no campo de jogo tem credibilidade. Por quê? Porque se especializa naquilo que se propôs a fazer.

PS: Diante do que deixo a sugestão à CBF de que se deseja realmente mudar e incrementar a qualidade dos seus juízes e bandeiras e obter credibilidade nas decisões destes, implemente um Centro de Excelência de Arbitragem, similar ao Centro de Excelência de Arbitragem da Uefa. Este órgão se criado a exemplo do (Core), não pode ter nenhum membro da CA/CBF e de ninguém das entidades de classe da confraria do apito brasileiro. Tem que ser independente, porque se misturar dá “chabu”.


PS (2): Deixo ainda a sugestão, que a CBF convide para formarem a futura entidade, os ex-árbitros Carlos Eugênio Simon, Salvio Spínola Fagundes, Roberto Braatz, Roberto Perassi e Wilson Luiz Seneme. E que Sérgio Corrêa da Silva, a exemplo de Collina na Uefa, comande e supervisione tudo a distância. Nada mais a dizer.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário