Na semana que passou, a CA/CBF encaminhou um
memorando aos árbitros, aos assistentes, àqueles de irão desempenhar a função
de quarto árbitro e árbitros adicionais, que compõe a Relação Nacional de
Árbitros de Futebol (Renaf) no Campeonato Brasileiro deste ano.
Neste comunicado, a CA/CBF, além do cumprimento
irrestrito das Regras de Futebol, orientou e elencou os principais tópicos que
a arbitragem deve colocar em prática no Brasileirão/14, nas Séries A, B, C e D.
Antes do memorando, a Comissão de Arbitragem, designou uma plêiade de
instrutores do apito que percorreu paulatinamente todos os estados onde
tem membros da Renaf e aplicou testes físicos, teóricos e práticos.
Pois bem, na sexta-feira tivemos o início da Série
B e o festival de equívocos na interpretação e aplicação das Regras de Futebol.
Mas, a coisa degringolou mesmo foi na Série A, a principal divisão do
maior “campeonato do mundo” da Confederação Brasileira de Futebol, onde se
acredita são escalados os melhores árbitros e assistentes. Diante das
“BARBÁRIES” perpetradas na interpretação e aplicação das Regras de Futebol nas
partidas que observei, a impressão que tive foi a de que: Ou os
instrutores que viajaram o Brasil no início deste ano aplicando testes aos
homens de preto da Renaf, não souberam transmitir o que quer a CA/CBF nos seus
torneios, ou então, alguns apitos e bandeirinhas que atuaram na primeira rodada
do Brasileirão do ano em curso, devem ser submetidos em caráter emergencial, a
um processo de capacitação continuada e só então voltarem a participar dos
sorteios.
Confira abaixo as orientações e determinações que a
CA/CBF encaminhou aos árbitros, assistentes, quarto árbitro e árbitros
adicionais, que deverão ser cumpridas em todas as competições da CBF. Algumas das normas aqui mencionadas, foram descumpridas "fragorosamente" já na
primeira rodada.
Disciplina: rigor na utilização dos cartões, não permitindo jogadas com excesso de
força e temerárias.
Comemoração de gol: evitar os excessos e nos estádios com escada, o árbitro deve mostrar
cartão amarelo ao jogador que subir a escalá-la para comemorar o gol.
Agarra-agarra dentro da área: agir com rigor e cumprir a regra.
Mão na bola: Distinguir movimento natural do corpo de movimento antinatural não
necessário para a disputa da bola.
Faltas Persistentes: Advertir com cartão amarelo, os atletas que cometem muitas faltas
leves.
Impedimento: Observar o novo texto da Regra XI - Impedimento - para desvio e passe e
interferência clara no adversário.
Árbitro Assistente Adicional: Tomar atitude nas grandes decisões.
Aquecimento de jogadores
reservas: somente 6 por vez.
Gandulas: Orientá-los para repor a bola o mais rápido possível.
Área técnica: Controlar o comportamento de todos e não permitir o uso de rádio
comunicador.
Jogador lesionado: Se bater a cabeça interromper imediatamente o jogo. Agir com rigor em
casos de o atleta cair ao chão no momento de substituição, demonstrando que
quer retardar partida.
Raio Laser: Interromper o jogo.
Sinalizadores ou artefatos
pirotécnicos: interromper imediatamente o prélio e pedir para o
policiamento retirar de campo.
Atos de Racismo: Interromper o jogo, comunicar o comandante do policiamento e fazer as
anotações no relatório.
E, por último, buscar a unificação nas tomadas de
decisões nas partidas.
PS: Os árbitros precisam se conscientizar, que antes de entrarem no campo de jogo, já são
alvos de críticas sobre erros pretéritos cometidos em partidas
anteriores. E, na maioria das vezes, sobretudo em relação ao jogo que irão
dirigir. Enquanto a arbitragem parou no tempo ao longo das últimas décadas, a mídia, sobretudo a eletrônica,
evoluiu e adquiriu equipamentos sofisticadíssimos e está a postos com uma
parafernália eletrônica (atualmente são 24 câmeras) – na Copa do Mundo serão
32, para identificar e dissecar os erros da arbitragem. Além do exposto,
os homens de preto são vítimas de uma legião de cronistas esportivos, que
desconhecem as Regras de Futebol, e ao invés de buscarem conhecimentos
para cumprir o dever precípuo de informar adequadamente o torcedor,
disparam uma série de "eu acho que não foi pênalti", "na
minha opinião a falta foi fora da área", "acho que não estava
impedido". Ou seja, avaliam as tomadas de
decisões da arbitragem, segundo as próprias opiniões ou intenções, muitas vezes
sem substância. Portanto, todo
cuidado é pouco.