Semanalmente recebo indagações dos internautas que
acessam esta coluna, questionando os motivos que impedem a Fifa de
implementar a tecnologia como auxílio à arbitragem não
só na linha do gol, mas, também no impedimento e na marcação do
pênalti.
A
resposta é simples. A Fifa é extremamente conservadora e tem como
seu parceiro inseparável nesta empreitada, o International Association Board, a
única entidade que tem poderes para autorizar qualquer experimento
ou modificações nas Regras de Futebol. O Board é composto pelas
quatro associações britânicas (Escócia, Inglaterra, País de
Gales e Irlanda) desde a sua fundação em 1882. Cento e vinte e nove anos anos se passaram e
nenhum outro País foi convidado para fazer parte dessa entidade, ou
seja, a sua formatação é idêntica até os dias atuais, o que a
nosso ver, tem obstaculizado qualquer ação no sentido de promover
possíveis alterações nas leis que regem o futebol, dentro das
quatro linhas.
Foto: Premier League
Independente
do
modus operandi da Fifa e do Board no que tange a tecnologia na
linha do gol e em outras partes do campo de jogo, como instrumento de
ajuda aos homens do apito, a Premier League da
Inglaterra, vem desenvolvendo estudos desde 2006, em conjunto com a
Hawk-Eye, objetivando não só ajudar a equacionar lances que não são
observados pela arbitragem, mas, como forma de dar credibilidade as
tomadas de decisões do árbitro de futebol.
Os
testes
da Hawk-Eye no esporte e, sobretudo no futebol, tiveram
início em 1999, com experimentos na Alemanha, Hungria, Inglaterra e
Itália. No entanto, o Board só autorizou a tecnologia na linha do gol,
no dia 5 de julho de 2012. O que evidencia a resistência da
entidade que controla o futebol no planeta, na introdução da
eletrônica como ferramenta de apoio à arbitragem,visando solucionar
lances que
fujam do seu campo visual.
Como
a Fifa não estabeleceu um padrão para a implantação da tecnologia na
linha do gol, após a Copa das Confederações no Brasil, deixando a
escolha ou não de cada filiado seu, a Premier League foi a primeira e
a única entidade de futebol do mundo até o momento, que implementou no
seu campeonato, a tecnologia na linha do gol para a temporada,
2013/2014.
Os
ingleses que são parceiros do sistema Hawk-Eye, há 14 anos, optaram por
esse sistema no campeonato deste ano, que consiste em sete câmeras
instaladas atrás de cada meta, apontadas estrategicamente para a linha
do gol, que captam 500 imagens por segundo. O mecanismo utilizado pelo
Hawk-Eye, faz uma leitura 3D da bola que traz no seu interior um chip e
envia o resultado para um software que processa a imagem. Se a bola
ultrapassar a linha de meta e não for captado pelo olho humano, um
relógio que é instalado no pulso do árbitro, emite um sinal vibratório, o
que significa que a esfera ultrapassou totalmente a linha do gol.
Portanto,
esclareço o leitor, que embora seja utilizado em mais de 230 estádios e
aproximadamente 100 eventos ao ano, como a Copa do Mundo, Jogos
Olímpicos, no Críquete e nos quatro principais torneios do tênis mundial
- (Austrália Open, Roland Garros,Wimbledon e US Open), o sistema aqui
nominado ainda vai demorar para chegar na sua plenitude no futebol, e,
por consequência, no futebol brasileiro.
PS: desde que não se
tenha o convencimento absoluto da competência do árbitro com formulações
tecnológicas, o futebol poderá perder o seu prestígio perante torcedores,
atletas, e cartolas. É uma matéria "recheada" de elementos
"terrivelmente" complexos.
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