sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Tirar poderes do árbitro é "perigo de morte"

Semanalmente recebo indagações dos internautas que acessam esta coluna, questionando os motivos que impedem a Fifa de implementar a tecnologia como auxílio à arbitragem não só na linha do gol, mas, também no impedimento e na marcação do pênalti.

A resposta é simples. A Fifa é extremamente conservadora e tem como seu parceiro inseparável nesta empreitada, o International Association Board, a única entidade que tem poderes para autorizar qualquer experimento ou modificações nas Regras de Futebol. O Board é composto pelas quatro associações britânicas (Escócia, Inglaterra, País de Gales e Irlanda) desde a sua fundação em 1882. Cento e vinte e nove anos anos se passaram e nenhum outro País foi convidado para fazer parte dessa entidade, ou seja, a sua formatação é idêntica até os dias atuais, o que a nosso ver, tem obstaculizado qualquer ação no sentido de promover possíveis alterações nas leis que regem o futebol, dentro das quatro linhas.
                                                Foto: Premier League
Independente do modus operandi da Fifa e do Board no que tange a tecnologia na linha do gol e em outras partes do campo de jogo, como instrumento de ajuda aos homens do apito, a Premier League da Inglaterra, vem desenvolvendo estudos desde 2006, em conjunto com a Hawk-Eye, objetivando não só ajudar a equacionar lances que não são observados pela arbitragem, mas, como forma de dar credibilidade as tomadas de decisões do árbitro de futebol. 

Os testes da Hawk-Eye no esporte e, sobretudo no futebol, tiveram início em 1999, com experimentos na Alemanha, Hungria, Inglaterra e Itália. No entanto, o Board só autorizou a tecnologia na linha do gol, no dia 5 de julho de 2012. O que evidencia a resistência da entidade que controla o futebol no planeta, na introdução da eletrônica como ferramenta de apoio à arbitragem,visando solucionar lances que fujam do seu campo visual.

Como a Fifa não estabeleceu um padrão para a implantação da tecnologia na linha do gol, após a Copa das Confederações no Brasil, deixando a escolha ou não de cada  filiado seu, a Premier League foi a primeira e a  única entidade de futebol do mundo até o momento, que implementou no seu campeonato, a tecnologia na linha do gol para a temporada, 2013/2014.

Os ingleses que são parceiros do sistema Hawk-Eye, há 14 anos, optaram por esse sistema no campeonato deste ano, que consiste em sete câmeras instaladas atrás de cada meta, apontadas estrategicamente para a linha do gol, que captam 500 imagens por segundo. O mecanismo utilizado pelo Hawk-Eye, faz uma leitura 3D da bola que traz no seu interior um chip e envia o resultado para um software que processa a imagem. Se a bola ultrapassar a linha de meta e não for captado pelo olho humano, um relógio que é instalado no pulso do árbitro, emite um sinal vibratório, o que significa que a esfera ultrapassou totalmente a linha do gol.

Portanto, esclareço o leitor, que embora seja utilizado em mais de 230 estádios e aproximadamente 100 eventos ao ano, como a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, no Críquete e nos quatro principais torneios do tênis mundial - (Austrália Open, Roland Garros,Wimbledon e US Open), o sistema aqui nominado ainda vai demorar para chegar na sua plenitude no futebol, e, por consequência, no futebol brasileiro.  

PS: desde que não se tenha o convencimento absoluto da competência do árbitro com formulações tecnológicas, o futebol poderá perder o seu prestígio perante torcedores, atletas, e cartolas. É uma matéria "recheada" de elementos "terrivelmente" complexos.





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