Foto: Apito do Bicudo
Dr. Carlos Alarcón, de óculos ao lado de Silvia Regina
Se
existir um mínimo de decência, de prudência e, sobretudo de respeito para com o
futebol brasileiro, a Comissão de Arbitragem da CBF não irá inserir nos
próximos sorteios das suas competições, os árbitros Francisco Carlos Nascimento
(Fifa/Al), Guilherme Ceretta de Lima (Asp/Fifa/SP), Marcio Chagas da Siva
(Asp/Fifa/RS) e Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP).
O
quarteto nominado, submetido aos testes físicos da entidade internacional na semana
que passou, em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, sob os olhares imutáveis de
Christian Rosen, instrutor físico da Fifa e do instrutor técnico/Fifa, Jorge
Larrionda, foram reprovados.
No
caso de Seneme, a situação é humilhante, já que o árbitro em tela, foi o nome
indicado pela CBF, para ser o representante da arbitragem brasileira na Copa do
Mundo de 2104. Em duas oportunidades, quando testado fisicamente pela entidade
que controla o futebol no planeta, foi reprovado, o que resultou no seu
desligamento da Copa. Posteriormente, reprovou no mesmo teste aqui no Brasil e
nesta semana repetiu o fiasco, perante instrutores internacionais.
A
reprovação dos homens de preto mencionados não me surpreende. O processo de
degeneração qualitativa da arbitragem brasileira em todos os aspectos, remonta
há duas décadas atrás e não há nenhuma luz no final do túnel que direcione a um
porto seguro. Pelo contrário: Ao invés de buscar mecanismos que propiciem um
projeto de excelência de curto, médio e longo prazo e com isso, qualificar ao
menos uma vez por mês como determina a Fifa, aquele que tem a dificílima missão
de interpretar e aplicar as Regras de Futebol, e dar credibilidade nas suas
tomadas de decisões no campo de jogo, as deficiências são empurradas para
debaixo do tapete.
E
para que nossas críticas não sejam interpretadas como sistemáticas, informo que
quem teve a felicidade de privar de raros momentos ao lado de Massimo Busacca,
o chefe de arbitragem da Fifa, antes da Copa das Confederações recém findada no
Brasil, teve a certeza da sua total desaprovação do modelo de arbitragem
empregado pela confraria do apito brasileiro, nas rodadas iniciais do
Brasileirão, e em algumas partidas disputadas na América do Sul.
Diante
do acontecido nesta semana e dos episódios de reprovação nos testes físicos de
Wilson Luiz Seneme, (este recordista em reprovação), de Heber Roberto Lopes,
que reprovou no mesmo teste em abril do ano em curso e de Sandro Meira Ricci e
o próprio Heber que reprovaram no teste Yoyo de Busacca, em abril, é chegado o
momento da CBF e sua Comissão de Arbitragem, iniciarem um processo urgente de
requalificação total nos membros que compõe a RENAF – Relação Nacional de
Árbitros de Futebol.
E,
por derradeiro, se houver um pouquinho de seriedade na CA/CBF, Leandro Pedro
Vuaden, que apitou Coritiba/PR 0 x 1 Vasco, Luis Flavio de Oliveira
(Asp/Fifa/SP), que comandou Flamengo/RJ 3 x 2 Fluminense/RJ e o trio de
arbitragem que atuou no prélio Internacional/RS 2 x 2 Atlético/PR, juntam-se ao
quarteto referido e são submetidos a um processo de requalificação técnica,
tática, física e psicológica.
A
trempe aqui nominada, expôs com rara "perfeição", a incapacidade de
concentração, de controle emocional, de interpretar e aplicar
adequadamente as Regras de Futebol, a ausência de firmeza nas decisões e,
sobretudo, expuseram de forma irretocável que nâo havia um mínimo
de uniformidade na marcação de faltas, de advertências, na distância dos
9,15metros, e no agarra-agarra dentro da área penal, a infração mais cometida
pelos atletas no Brasileirão deste ano.
Além
do agarra-agarra, na execução de cada tiro livre direto ou indireto, ou na
cobrança do tiro de canto, tenho observado uma sequência de socos e pontapés
entre atletas na área penal, sob os olhares complacentes do árbitro, dos
assistentes, do quarto árbitro e dos (AA) árbitros adicionais que postados
atrás das metas, tudo vêem mas não tomam nenhuma decisão sobre as infrações
persistentes e clarividentes. Pobre arbitragem brasileira.
PS: A Fifa anunciou no último
sábado, duas mudanças significativas na sua Comissão de Árbitros. Sai Angel
Maria Villar, que era o presidente da comissão e o seu vice-presidente, Michael
D' Hogge, que tinha a missão de escalar os homens de preto nas competições da
entidade que controla o futebol no planeta. Jim Boyce, da Irlanda do Norte, que
é vice-presidente do Comitê Executivo da Fifa e foi presidente do The
International Football Association Board (IFAB), no período de 1995 a 2007,
assume o comando da arbitragem. Boyce, terá a responsabilidade de definir os árbitros
e assistentes que irão atuar na Copa do Mundo no ano que vem no Brasil.
O mestre da arbitragem Sul-Americana, Carlos Alarcón (Paraguai), o mais longevo
membro da comissão de árbitros da Fifa, foi mantido e juntamente com
Jorge Romo (Argentina), Jorge Larrionda (Uruguai) e Oscar Ruiz (Colômbia), são
os representantes da América do Sul na nova Comissão de Arbitragem da entidade
internacional. O Brasil, País pentacampeão de futebol, mas com um nível
sofrível de dirigentes e de árbitros, não teve nenhum nome incluído na nova
composição de árbitros da Fifa. A Comissão de Arbitragem implementa e
interpreta as Regras do Jogo e pode propor modificações ao Comitê Executivo.
Ele também nomeia os árbitros e auxiliares para as partidas das competições organizadas
pela Fifa.
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