Perto do impossível
Foto: Divulgação
São tantos jogos por semana no futebol brasileiro, que é praticamente
impossível a CA/CBF analisar o desempenho da arbitragem nas diferentes
competições da entidade. Se fosse observada a seqüencia de erros nas
tomadas de decisões da arbitragem, sobretudo dos árbitros e assistentes,
certamente muitos deles ficariam um bom período sem atuar. Mas não é
isso que ocorre, pois mesmo cometendo equívocos repetitivos, às vezes
primários, na semana seguinte, aqueles que afrontaram as Regras de
Futebol são colocados no sorteio, o que é um "prestigiamento" equivocado
da Comissão de Arbitragem e principalmente um prêmio à impunidade. Essa
é mais uma das inúmeras causas do fraquíssimo nível demonstrado pelos
nossos apitos, no Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e demais
torneios patrocinados pela CBF. Some-se ao aqui exposto, a baixíssima
qualidade das pessoas que compõe as comissões de arbitragem das
federações estaduais, e, a presença de alguns assessores de arbitragem
que nunca apitaram uma partida de futebol de pelada, mas, com a maior
cara de pau ostentam com "galhardia" carteirinha da CBF, e inclusive,
ocupam locais privilegiados nos estádios de futebol, o que "apequena"
uma função tão importante, daquele que tem a missão de avaliar a
arbitragem de acordo as Regras de Futebol.
Ensinando e ganhando cachê
A oitava rodada do Campeonato Brasileiro, traz as presenças de
Afonso Vitor de Oliveira, ex-árbitro e atual presidente da comissão de
arbitragem da Federação Paranaense de Futebol, de Antonio Pereira da
Silva, ex-árbitro da Fifa e neste momento presidente da CA/CBF, de
Sérgio Corrêa da Silva, ex-árbitro da Federação Paulista de Futebol e
agora investido como diretor da escola de árbitros da CBF e de Jose
Mocelin, ex-árbitro da Federação Gaúcha de Futebol, instrutor da CBF e
da Conmebol, como assessores de arbitragem. O quarteto em tela, além de
possuir notório conhecimento sobre as Regras de Futebol, dada a
trajetória brilhante de cada qual como árbitro, enobrecem a
importantíssima função de assessor de arbitragem, e nos dá a certeza de
que as avaliações que realizarão, serão justas, equilibradas e
tecnicamente corretas, o que constitui elevado ponto de estímulo aos
membros da arbitragem que foram escalados nessa rodada.
Presidente é destaque negativo
A presença do presidente da Anaf - Associação Nacional de Árbitros de
Futebol, Marco Antonio Martins, que ainda não decidiu o que é mais
importante, se a entidade que preside ou alguns trocados que recebe como
assessor, é o fato negativo que mais provoca questionamentos neste do
momento. Explico: Martins, foi eleito presidente da Anaf, com a
promessa de fazer o que os seus antecessores deixaram de fazer à
categoria do apito nacional. No entanto, após deixar a arbitragem por
ter atingido a idade limite de 45 anos, ao invés de cumprir o prometido
quando em campanha a presidência da entidade dos homens de preto, optou
em exercer de forma incompatível a direção da Anaf e a função de
assessor de arbitragem, o que é no mínimo antiético.
Presidente é destaque negativo (2)
Quando escalado nas competições da CBF como assessor de arbitragem
pela CA/CBF, Marco Antonio, é obrigado a relatar no seu relatório que
posteriormente é repassado a Comissão de Árbitros da entidade, com
objetividade e fidelidade os acontecimentos positivos e negativos
envolvendo o árbitro, os assistentes, o quarto árbitro e também os
árbitros adicionais que ficam postados atrás das metas. Pergunto: Como
assessor, Martins, se houver equívocos da arbitragem é impelido a bancar
o dedo - duro e relatar os erros. Posteriormente, se acontecer como já
aconteceu de um dos membros da arbitragem ser execrado na mídia ou algo
similar, a entidade que tem seu comando, sai em defesa daquele que o
presidente da Anaf "espinafrou" no seu relatório. É uma situação que
fere a ética na sua essência.
Juventude no jogão
Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG), o árbitro de Atlético/PR x
Corinthians/SP, no próximo domingo na Vila Capanema, é o mais jovem
apito brasileiro a ostentar o escudo da Fifa, ressalto porém, que apesar
da sua jovialidade suas atuações tem sido satisfatórias, e, cito como
exemplo, a primeira partida decisiva da Recopa Sul-americana, entre São
Paulo/SP x Corinthians/SP. Oxalá, Marques reprise em solo paranaense, as
brilhantes atuações que vem norteando sua carreira como árbitro
nacional e internacional.
Projeto fantasma
O projeto da profissionalização da arbitragem anunciado pela Anaf,
pelo jeito esfriou e não se tem nenhuma notícia há vários dias de
qualquer movimento na direção de que algo irá acontecer. Com o
Congresso Nacional em ebulição diante da crise econômica, os
parlamentares em recesso e a crescente onda de manifestações que vem
acontecendo em todo o País, e com uma pauta já definida previamente até o
final do ano em curso pelos parlamentares que compõe Senado Federal, os
laivos apontam de que se algo vier a acontecer, acontecerá só em 2014.
Aliás, o que este colunista duvida.
Simon com a bola toda
O Voz do Apito, um dos vários sites especializados em arbitragem,
realizou pesquisa junto a confraria do apito brasileiro, com o objetivo
de saber quem a categoria dos homens de preto gostaria de ver a frente
da CA/CBF. A resposta foi: Em primeiro lugar, o ex-árbitro Carlos
Eugênio Simon (foto), com 28% dos votos. Em segundo lugar, o ex-arbitro e
instrutor da Conmebol, Salvio Spínola Fagundes Filho. Diante da
pesquisa, liguei para Simon e perguntei a ele qual era a sua posição
sobre o fato. Com uma verve extraordinária e extrema humildade, o mais
laureado árbitro do futebol pentacampeão do mundo me disse: Sinto-me
lisonjeado com tamanha deferência, mas, no momento estou focado no
projeto da Fox Sports, que me honrou com o convite para ser comentarista
de arbitragem. Ao final do colóquio verbal, voltei ao assunto e
perguntei a Simon se a sua posição era definitiva e ele me disse,
definitivo só a morte.
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