domingo, 21 de julho de 2013

Notícias do apito

Plano alinhado

O plano de trabalho elaborado pelo árbitro, assistentes e quarto árbitro é um dos aspectos mais importantes para o sucesso de uma ótima arbitragem. E isso deve ocorrer com antecedência de duas horas antes do início do jogo, no vestiário, quando o árbitro e sua equipe definem os procedimentos, a dinâmica e sinais que serão utilizados pela arbitragem durante a partida, de maneira a prevenir incidentes e evitar marcações confusas e divergentes entre os membros do apito.


Gostei de ver

Criciúma/SC 2 x 1 Grêmio/RS, no sábado que passou,  foi a primeira vez neste Brasileirão, que observei um plano de trabalho sincronizado entre o quarteto de arbitragem. Felipe Gomes da Silva (Asp/Fifa/RJ) e os assistentes Bruno Boschilia e Luiz Henrique Renesto, ambos da Federação Paranaense de Futebol, exibiram uma sintonia nas tomadas de decisões (interpretação e aplicação nas Regras de Futebol), sem deixar um mínimo de resquício para qualquer contestação de nenhuma equipe.


Trabalho conjugado

Plano de trabalho que teve seu ápice confirmado, na brilhante participação do assistente Bruno Boschilia (Asp/Fifa/PR), no lance que originou a expulsão do atacante Vargas, do Grêmio, que desferiu um pontapé nas costas do  atleta Amaral, do Criciúma, aos oito minutos da etapa final -  (conduta violenta, que aconteceu com a bola fora de jogo e fugiu do campo visual do árbitro central).


Comunicação perfeita

Assim que vislumbrou o lance em tela, Boschilia não se omitiu e acionou Felipe Gomes, via ponto eletrônico e também da bandeira eletrônica (sinal bip), que é um sinal complementar que só deve ser usado pelo assistente, quando necessário, para atrair a atenção do árbitro, nos impedimentos, (faltas que escapem do campo visual do árbitro), arremessos laterais, tiros de canto e de meta em situações difíceis. Foi a melhor arbitragem exibida até o momento neste Brasileirão. Nota, 10.


Emerson vai longe

Outra arbitragem que me chamou a atenção, foi a de Emerson de Almeida Ferreira/MG, no prélio, Paraná Clube/PR 4 x 0 América/RN. Em que pese o estado do gramado totalmente encharcado e o placar dilatado, o indigitado árbitro não diminuiu o ímpeto e manteve a mesma toada do primeiro ao último minuto.   


Estudos profundos

Me perguntaram há poucos dias, os motivos do sucesso da arbitragem na Premier League, na Inglaterra. Fui buscar informações a respeito do assunto e me deparei com vários programas de formação e aprimoramento, que são desenvolvidas pela The FA e a Premier League. Um dos projetos abre espaço para adolescentes aos 14 anos idade, iniciarem seus conhecimentos sobre as Regras de Futebol e logo a seguir passam por várias etapas até se tornarem árbitros profissionais. 


Um projeto a ser copiado

Imagine você leitor, se um projeto dessa magnitude fosse desenvolvido pela CBF em parceria com as federações estaduais, as secretarias municipais e estaduais de esporte, quantos adolescentes/jovens deixariam de ser aliciados pelo crime organizado? Quantas vidas seriam poupadas? Já imaginaram o universo de famílias, que não seriam destruídas pelo álcool, maconha e pelo crack?


Trabalho de grandeza

O outro projeto, é o Programa Nacional de Desenvolvimento do árbitro, criado em 2011, para jovens apitos na faixa etária de 18 a 25 anos, onde o árbitro é submetido a diferentes processos de progressão e seu desenvolvimento é  acompanhando por especialistas sobre as Regras de Futebol. Quando então,  aqueles que atingem o cume desse projeto, são designados para atuarem na Premier League e ato contínuo, indicados para o  teste seletivo da Fifa.


Publicidade selecionada

No dia 30 de novembro de 2001, a Fifa anunciou que os árbitros de futebol de todo o planeta, a partir daquela data poderiam exibir publicidade em suas camisas. A propaganda só poderia ser mostrada nas mangas das camisas, não sendo permitidos anúncios de cigarros, álcool, cassino ou materiais racistas ou imorais. Na mesma circular a Fifa informou, que o montante financeiro obtido com a publicidade na camisa dos apitadores, deveria ser revertido no aprimoramento e desenvolvimento da qualidade da arbitragem e, se possível, na  profissionalização dos árbitros.


Ingleses sabem o que fazer  

Na Inglaterra, o contrato celebrado  com  a empresa que cede a indumentária dos homens de preto e o patrocínio que é estampado na manga das camisas, é revertido na sua totalidade para a confraria do apito. Na Itália, a multinacional que exibe sua logomarca na manga da camisa do quarteto de arbitragem, cede uniforme completo, meia, bermuda, camisa, chuteira, tênis, agasalho e inclusive terno para o dia do jogo. E, por último, uma verba para cursos de requalificação da arbitragem. Mais recentemente, os árbitros portugueses celebraram um contrato milionário em dinheiro vivo, uniforme completo e já se fala por lá na construção de um Centro de Treinamento para os apitos lusitanos.     


Qual seria o custo?

Diante do exposto, pergunto: Qual é o valor do contrato da logomarca que é postada na manga da camisa dos árbitros que apitam a Copa do Brasil e as Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro da CBF? Qual é a quantia  celebrada no contrato que é repassada para o aprimoramento da arbitragem nacional? Quem fiscaliza o contrato e o repasse do dinheiro arrecadado? Quanto é pago pela empresa que exibe sua logomarca nas meias, nas bermudas e nas camisas dos apitos brasileiros, que laboram nos campeonatos da CBF?  Com a palavra a Anaf – Associação Nacional de Árbitros de Futebol.
Divulgação
 PS (1): Em 1938, o International Football Association Board (IFAB) - formatou as 17 Regras de Futebol e desde então, já recebeu milhares de proposições para   diminuir ou aumentar o número das leis que regem o futebol dentro das quatro linhas. Porém, o Board, tem permitido alguns ajustes nas regras, mas tem se mostrado reticente em  extinguir ou criar novas regras no esporte das multidões.  

 PS (2): Atlético/PR 1 x 1 Corinthians, na Vila Capanema, com um gramado em péssima condições, teve vários lances que geraram discussões. De acordo com as Regras de Futebol, houve dois penaltis não assinalados. Um em favor da equipe do Parque São Jorge, quando o meia Ibson foi empurrado dentro da área penal. O outro, em favor do rubro-negro da Baixada, quando o zagueiro Paulo André do Corinthians, movimenta sua mão na direção da bola. Disciplinarmente, dado a forte chuva e as condições lastimáveis do campo de jogo, o árbitro foi bem. 

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