domingo, 30 de junho de 2013

Assessor ainda é uma interrogação



Na semana que passou, afirmei aqui neste espaço, que a função do assessor de arbitragem no futebol brasileiro foi banalizada sob a chancela da CA/CBF - Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol, que é presidida na atualidade pelo sr. Antonio Pereira da Silva. Também afirmei que, Edson Rezende Oliveira, Sérgio Corrêa da Silva e Aristeu Leonardo Tavares, quando estiveram a frente dessa comissão, pouco ou nada realizaram para dar um basta nessa aberração.
 
Diante da notícia acima veiculada, recebi várias correspondências  eletrônicas que afirmam serem as pessoas acima mencionadas, vítimas de um crítica injusta deste colunista e que os mesmos não tem autonomia para  equacionar essa disfunção, porque quem decide o imbróglio dos assessores de arbitragem, não são eles e sim o presidente da CBF.
 
Discordo em gênero, número e grau daqueles que saíram em defesa do indigitado quarteto, porque se for para assumir o cargo de dirigente máximo da arbitragem brasileira sem independência, inclusive para escolher sua equipe e nomear assessores de árbitros de excelência, o mínimo que todos deveriam ter feito, era não assumir e ponto final.
 
Sobretudo, porque o manual do assessor diz que: A avaliação quando bem realizada é de extrema utilidade a CA/CBF e aos árbitros. Para a comissão, porque permite conhecer melhor seus apitos e, por consequência, otimizar seu crescimento e aproveitamento. Aos árbitros, porque os orienta e possibilita o autoconhecimento, que permite aprimorar as qualidades e minimizar as deficiências.
 
A CBF afirma no manual, que escala os assessores de arbitragem, objetivando que haja interação dessa tarefa com a atividade  desenvolvida pelos árbitros, possibilitando assim, a tão sonhada padronização nas tomadas de decisões do árbitro e seus assistentes, na condução de uma partida
 
Consta ainda no manual do assessor, que a CBF incentiva-o a relatar no seu relatório, se um árbitro novo tem ou não potencial para crescer na carreira, já que, uma avaliação inadequada trará prejuízos ou benefício ao avaliado, alavancando a sua carreira ou lhe prejudicando na ascensão junto a Classificação Nacional dos Árbitros (CNA) da CBF, pág. 132, livro Regras de Futebol.
 
Diante do que se leu, pergunto: Quem nunca vestiu um uniforme de árbitro de futebol e não apitou sequer uma pelada de menino de conjunto residencial, pode exercer tão sibilina missão? E de resto, o assessor de arbitragem no futebol brasileiro, da forma como está,  é uma “implementação” absurda.
 
PS: Na sexta-feira (5) reinicia a Série (B) e no sábado (6) a Série (A) do Campeonato Brasileiro, que foi paralisado em função da Copa das Confederações. Ressalte-se que o desempenho dos homens de preto designados pela CA/CBF, nas rodadas iniciais na Copa do Brasil e no Brasileirão deste ano, com raríssimas exceções, foram sofríveis.   

terça-feira, 25 de junho de 2013

Árbitro de futebol, mesmo em cena nos 90 minutos do jogo, não recebe direito de arena

Em muitas partidas de futebol – especialmente em jogos decisivos -, a atuação do árbitro pode chamar mais a atenção do que a dos próprios atletas. Apesar de estar em campo durante todo o tempo de jogo e de aparecer na maioria dos lances, eventualmente ser xingado ou aplaudido e ter sua imagem mostrada em close quando mostra um cartão, aparta uma abriga ou alerta os jogadores, o árbitro não recebe nenhuma verba adicional por aparecer em rede nacional ou internacional de TV.
A Lei 9615/98 (Lei Pelé) introduziu, no artigo 42, o chamado "direito de arena" – que concede aos clubes a prerrogativa exclusiva de "negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens" do espetáculo desportivo. Dos recursos arrecadados nessa negociação, os jogadores ficam com no mínimo 5%. A parcela dos atletas é repassada aos sindicatos profissionais, que fazem o rateio em partes iguais entre os participantes do evento. Não existe, porém, nenhuma previsão de remuneração do árbitro pelo uso de sua imagem. O mesmo se aplica ao técnico, mostrado exaustivamente na beira do gramado, e a outros profissionais, como massagistas e médicos.
Em termos legais, a atividade profissional da arbitragem é de natureza autônoma. De acordo com o Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003), é direito do torcedor que a arbitragem "seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões". A remuneração do árbitro e de seus auxiliares (os "bandeirinhas") é de responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga organizadora do evento – as federações estaduais, nos campeonatos estaduais, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nos campeonatos brasileiros, ou a Federação Internacional de Football Association (FIFA), numa Copa do Mundo, por exemplo. No Brasil, o valor recebido pelo árbitro por partida varia entre R$ 750 e R$ 3.300.

Foto:Julio Cancellier‏


Futebol-espetáculo
Para o ministro Guilherme Caputo Bastos, do Tribunal Superior do Trabalho, todos os participantes de uma partida de futebol deveriam receber direito de arena. "Todos fazem parte do espetáculo", argumenta. Apesar disso, o TST já negou, em decisões sobre o tema, o pagamento do direito de arena, a médicos de clubes de futebol que pleitearam a parcela.
Para o ministro, a leitura do artigo 42 da Lei Pelé realmente revela que somente os atletas têm direito a esse rateio, pois o dispositivo não trata de outra categoria. Todavia, ele entende que o direito poderia ser estendido a outros profissionais envolvidos por meio de negociação coletiva. "Todos os árbitros são sindicalizados, assim como os atletas", observa.  
Assim, a negociação poderia ser aberta com a participação do sindicato dos árbitros, a entidade representante dos clubes e as emissoras de TV. "Não seria bem a negociação coletiva strictu sensu fixada pela CLT, mas é perfeitamente possível pegar o sistema da CLT, voltado para fixar condições de trabalho, e leva-lo para o lado do futebol, neste aspecto".
Independência
Para o ministro Alexandre Agra Belmonte, entretanto, os árbitros não deveriam receber o direito de arena. Para ele, o clube de futebol, que não tem contrato com o árbitro, não pode negociar por ele.  "O árbitro é vinculado às associações e federações, e não têm, portanto, vínculo com a entidade esportiva, nem pode ter", afirma. Este ponto, segundo ele, é impeditivo à concessão do direito de arena aos árbitros.
O ministro manifesta preocupação com a possibilidade de que um ajuste desse tipo vincule, de alguma forma, o árbitro à entidade de prática desportiva, sujeitando-o "aos mandos e desmandos dela". Acha, portanto, preferível que os responsáveis pela arbitragem não tenham esse direito.
Com relação aos massagistas e técnicos, o ministro Agra Belmonte lembra que a Lei Pelé tem dispositivos aplicáveis tanto à comissão técnica quanto aos massagistas, como jornada de trabalho, e exclui o direito de arena. "Então, por lei, o pagamento não pode ser concedido", observa. Todavia, como esses profissionais são vinculados aos clubes, acha que nada impediria o recebimento da parcela.
Amparo legal
O advogado trabalhista Mauricio de Figueiredo Corrêa da Veiga tem opinião semelhante. Para o especialista em direito esportivo e autor do livro "A Evolução do Futebol e das Normas que o Regulamentam", o direito de arena é uma questão não comporta maiores discussões por falta de amparo legal e pela própria natureza da atividade que o árbitro desempenha. "Sem dúvida que o árbitro é um partícipe fundamental para a realização do espetáculo, mas sempre devemos observar que árbitro bom é aquele que não aparece", afirma. "Quando o árbitro começa a aparecer é que algo está errado".
O especialista acredita que a possibilidade de estender o rateio do direito de arena ao árbitro abriria a possibilidade para que até os policiais que fazem a segurança das partidas também viessem a reivindicar o direito. Para ele, a ideia de negociação coletiva proposta pelo ministro Caputo Bastos também não seria uma boa alternativa, "inclusive para o espetáculo".
Quanto ao direito de imagem, por se tratar de um direito assegurado constitucionalmente, o advogado acha que não haveria problema algum na sua concessão, desde que não houvesse um conflito de interesses entre os patrocinadores do evento, por exemplo.
Dirceu Arcoverde/CF

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Notícias do apito

Uma palavra antiga
 
Observando o desempenho das arbitragens nesta temporada no futebol brasileiro, lembrei-me de uma palestra que assisti em 1982, proferida pelo Cel. Áulio Nazareno (in memoriam), que ocupou com muito brilhantismo o comandado da extinta Cobraf – Comissão Brasileira de Arbitragem. Nazareno, convidado pelo arauto da arbitragem do futebol do Paraná, Rubens Maranho (in memoriam) - disse naquela palestra que, o árbitro de futebol e o bandeirinha à época, assim eram denominados os hoje assistentes, deveriam se  exercitar  semanalmente de duas a três vezes por semana e o quadro de árbitros no seu todo, pelo menos uma vez  por mês.
 
Questionamentos necessários
 
Para o Cel. Áulio Nazareno, exercitar-se significava não apenas praticar atividades físicas. Mas, discutir os lances que ocorrem nas chamadas “zonas negras” do campo de jogo, sobretudo dentro da área de pênalti, onde segundo o mestre da arbitragem nacional, “morrem”  a maioria dos árbitros. Naquela mesma tarde cinzenta de 82, no prédio da Federação Paranaense de Futebol, o Cel. deixou claro que era imperativo convidar conferencistas com notório saber sobre as leis do jogo de outras regiões do Brasil e se possível do exterior, objetivando colocar o árbitro do futebol brasileiro em condições de igualdade com o árbitro europeu.  
 
Épocas não mudam
 
E, como última observação, após uma leitura pormenorizada do livro de regras, Nazareno sugeriu que fossem disponibilizados filmes, vídeos nas discussões em grupos que deveriam acontecer de maneira equilibrada e se possível já naquela época, as federações deveriam providenciar recursos para que os árbitros tivessem acesso a alguma língua estrangeira.
 
Profissão não muda os erros
 
Trinta e um anos se passaram e a arbitragem brasileira com raríssimas exceções, continua a passos de cágado e a comprovação pode ser vista no desempenho sofrível das arbitragens nas competições da CBF, em pleno século 21. Os avanços nos quesitos técnico, tático, físico e psicológico foram tímidos. E para atestar a veracidade da nossa crítica, a CA/CBF designou um reteste no quesito físico para a próxima quinta-feira (27), aos árbitros, assistentes e  árbitras, que reprovaram em recente teste físico. Nesse reteste, está inserido Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP), que foi indicado para ser o representante da arbitragem brasileira na Copa de 2014, porém, foi reprovado em duas oportunidades nos testes físicos da Fifa, o que provocou o seu desligamento do Mundial.
 
Opiniões são divergentes
 
Em Santa Catarina no final de semana que passou, o presidente da CA/CBF Antonio Pereira da Silva, ministrou um curso de requalificação teórica e prática aos apitos catarinenses. O fato que aconteceu em Balneário Camboriu é elogiável, mas é insignificante dada as várias competições que tem a entidade nacional e ao ingente número de equívocos de interpretação e aplicação das Regras de Futebol, que, ocorreram nas últimas temporadas, em específico neste ano. Acrescente-se ainda, o desfile de um contingente expressivo de homens de preto, que  exibem a cada jogo da Copa do Brasil ou do Campeonato Brasileiro, uma inaceitável protuberância abdominal (índice de massa corpórea), o que avilta o personagem mais importante de uma partida, que é o árbitro.
 
Assessor foi banalizado (1)  
 
Outra situação vergonhosa que se perpetuou na CA/CBF e é uma das causas da indigência qualitativa do árbitro brasileiro, diz respeito a designação do Assessor de Arbitragem ou Observador de Árbitros como queiram.  Essa função diz a Fifa, deve ser exercida por ex-árbitros com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol. Aqui, a função do assessor ou observador foi banalizada, já que a CA/CBF vem designando há muito tempo, pessoas sem a menor qualificação para exercerem tão importante missão. Há casos de assessores que nunca apitaram sequer uma partida de futebol de menino de conjunto residencial.
 
Assessor foi banalizado (2)
 
Edson Resende Oliveira, Sérgio Corrêa da Silva, Aristeu Leonardo Tavares e agora Antonio Pereira da Silva, todos ex-árbitros, sendo que alguns atuaram em Copa do Mundo e todos estiveram a frente da chefia do apito brasileiro nas últimas décadas. Pergunto: Quais são os motivos que obrigaram esses cidadões a concordarem com a escalação de pessoas sem identidade com as tomadas de decisões do árbitro e seus assistentes no campo de jogo?  Ao aceitarem essa situação, os senhores acima nominados, direta ou indiretamente, contribuíram e muito para que a tão sonhada padronização e, por extensão, o aprimoramento do árbitro de futebol no Brasil fosse prejudicado.
 
Copa das Confederações segue trilha antiga
Divulgação
 
A arbitragem desenvolvida na Copa das Confederações em algumas partidas, tem apresentado alguns lances que em nosso futebol diferem e muito em diferentes lances, como a marcação da faltas. Mas, também, em que pese todo o esforço de Fifa no processo seletivo e, por conseguinte, na preparação dos árbitros e assistentes, tem acontecido vários equívocos técnicos. Até o presente momento, a confraria dos homens de preto da entidade que controla o futebol no planeta, não mostrou nada de excepcional. Howard Webb (foto) é a única exceção.
 
PS: Não entendi, assim como a maioria dos apitos brasileiros não entendeu, a postura da Anaf – Associação Nacional de Árbitros, em postar no seu site que o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias é favorável a profissionalização da arbitragem. Ser favorável eu também sou. Que tal sua excelência encampar o projeto da profissionalização?  Se isso acontecer, aí a situação pode tomar um rumo. Do contrário, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. E como mensagem final à Anaf, é imperativo procurar o senador Pedro Taques e ler o regimento que norteia a comissão onde está o Projeto de Lei, que versa sobre a profissionalização do árbitro de futebol no Brasil. É o regimento da comissão que vai dizer se o projeto deve ser reapresentado pelo senador ou se o projeto não poderia ser arquivado.
Divulgação

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Spray de sinalização será usado pela primeira vez em uma competição da Fifa

(Fifa)



© Getty Images
O spray de sinalização será utilizado pela primeira vez em uma competição da FIFA. O teste será feito pela arbitragem na Copa do Mundo Sub-20 da FIFA Turquia 2013, entre os dias 21 de junho e 13 de julho.
O objetivo do produto é dar aos árbitros a possibilidade de marcar uma linha sobre a qual a equipe de defesa deverá alinhar a barreira para uma cobrança de falta. Produzido pela empresa argentina Fair Play 9.15 Limit, o spray marca uma linha branca na grama, indicando claramente qualquer tentativa de invasão por jogadores com o objetivo de reduzir o ângulo ou afetar a cobrança.
O spray é feito de uma espuma não contaminante e pode ser utilizado em campos de grama natural, gramado sintético ou terra, desaparecendo entre 45 segundos e dois minutos após a aplicação. O produto será utilizado em caráter experimental em todos os 52 jogos da Copa do Mundo Sub-20 da FIFA na Turquia.
Todos os árbitros dos jogos na Turquia fazem parte da lista de candidatos à Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, e cada um recebeu uma instrução técnica e prática durante um seminário de preparação, no mês passado, na cidade do Rio de Janeiro.  
A International Football Association Board (IFAB) aprovou o uso do spray na sua 126ª Assembleia, em Surrey, Grã-Bretanha, no dia 5 de março de 2012, e determinou que qualquer confederação, federação afiliada ou liga poderá usá-lo no futuro, se assim desejar.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Notícias do apito

Apitos: Batem no Senado (1)
Se a (Anaf) Associação Nacional de Árbitros de Futebol, deseja que o Senado Federal vote o projeto que regulamenta a atividade do árbitro de futebol no Brasil, deve agir de forma límpida e viabilizar mecanismos que possam substanciá-la perante a confraria do apito, junto aos clubes, às federações, a CBF, e, sobretudo, perante o Congresso Nacional. Além de convocar a classe, uma medida eficaz, seria a fundação da Federação Brasileira dos Árbitros de Futebol.
Apitos: Batem no Senado (2)
Já que é de conhecimento de todos que para se fundar uma federação, são necessários cinco sindicatos que possuam o Certificado de Registro Sindical, ou a denominada Carta Sindical como queiram. Pergunto: Quem tem maior representatividade junto ao ministério do Trabalho, uma associação ou uma federação?
 Possível é criar a federação
No futebol brasileiro na atualidade, temos sete sindicatos de árbitros de futebol, que possuem a documentação acima mencionada. O Art. 534 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), especifica que as federações são entidades sindicais de segundo grau, situadas acima dos sindicatos da respectiva categoria. E, para que no ramo haja uma federação, é condição a existência de pelo menos cinco sindicatos, e, desde que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões.
 Situação insustentável
Todos os setores do futebol em âmbito planetário foram profissionalizados nas ultimas décadas. No entanto, aquele que  tem a missão precípua de interpretar e aplicar as Regras de Futebol de maneira equânime, o árbitro, é tratado como se fosse uma amador. Que tal, a (Anaf), após a Copa das Confederações, organizar um movimento no sentido de que o Projeto de Lei que regulamenta a atividade do homem de preto no Brasil, seja votado no Senado Federal e, posteriormente, sancionado pela presidente Dilma Roussef? Aliás, se isso acontecesse, seria um ato de grandeza, de independência e, principalmente, de comprometimento de Marco Antonio Martins e seus congêneres, com todos os árbitros do futebol  brasileiro.
Tecnologia ainda não foi chamada

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Após a realização de três jogos na Copa das Confederações, não foi possível testar a eficácia do equipamento da CoalControl, que instalou sete câmeras em cada meta (são catorze) no total, e um chip na bola, porque não aconteceu nenhum lance que suscitasse dúvidas se a pelota ultrapassou ou não a linha de meta na sua totalidade. Cada estádio onde está sendo realizado a competição, a empresa instalou um equipamento ao custo US$ 267 mil, afora mais US$ 4.000 mil para entrar em funcionamento. Ao final da Copa das Confederações, a Fifa e a GoalControl, farão uma análise da efetividade da tecnologia e se tudo sair a contento, a empresa está credenciada para implementar o equipamento na Copa de 2014. Se houver problemas em qualquer uma das dezesseis partidas, há uma minuta no contrato que permite uma revisão ou até mesmo o seu cancelamento. 
O melhor do mundo
Pedro Proença (Fifa/Portugal), eleito o melhor árbitro de futebol da Europa em 2012, cumpriu com raríssima perfeição na partida Brasil 3 x 0 Japão, o conceito da Fifa sobre as atribuições de um árbitro na condução de um jogo de alto nível. Diz a Fifa:  “Arbitrar bem é  sentir o jogo para possibilitar seu desenvolvimento natural, somente interferindo para cumprimento das Regras de Futebol e, especialmente do seu espírito, que é punir o infrator”.
As diatribes são pertinentes (1)
Em função das críticas contrárias a atuação de um contingente de árbitros na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro deste ano, recebi vários e-mails contraditando o que aqui afirmei neste espaço.  Respeito as opiniões, mas, entendo que árbitro, assistente, quarto árbitro ou assistente adicional, que é selecionado para atuar num dos mais conceituados campeonatos de futebol do planeta, não pode exibir deficiências técnicas como as exibidas nas primeiras rodadas do Brasileirão/2013 e, por consequência, a protuberância abdominal,  (índice de massa corpórea), que contrastam com o exigido num árbitro de futebol do século 21.
As diatribes são pertinentes (2)   
E se há alguma dúvida sobre as criticas acerbadas que tenho feito à arbitragem brasileira, lembro aos que discordam das mesmas que: A CA/CBF indicou a Fifa até o presente momento, quatro árbitros para a Copa do Mundo do ano que vem. Wilson Luiz Seneme, reprovou em dois testes físicos da entidade internacional e, por esse motivo, foi afastado definitivamente do Mundial no Brasil. Leandro Pedro Vuaden, idem. Recentemente, Heber Roberto Lopes reprovou no teste físico em Assunção (Paraguai) e há mais ou menos quinze dias, o mesmo Heber e Sandro Meira Ricci, que está a caminho do Mundial Sub-20 na Turquia, foram reprovados no famoso teste Yo-Yo, sob os olhares imutáveis de Massimo Busacca, o chefe do apito da Fifa.
As diatribes são pertinentes (3)
Para mudar o quadro atual de pobreza técnica, tática, física e psicológica, que vivencia a Renaf – Relação Nacional de Árbitros de Futebol, é de fundamental importância um novo modelo de gestão, acoplado de pessoas desvinculadas de dirigentes desse ou daquele segmento do nosso futebol.  E, por derradeiro, que as futuras indicações para compor a lista de apitadores da CBF, sejam submetidas aos “olhos de lince” de pessoas da mais estrita confiança da comissão. Do contrário: “Ne varietur”, ou seja, nada será mudado.

Ad argumentandum tantum:   Diante do alarido dos líderes sindicais, que estiveram na capital federal há mais ou menos quinze dias e porque não acredito em Papai Noel, procurei meus interlocutores em Brasília, visando obter informações fidedignas sobre a viabilidade ou não do projeto que normatiza a atividade de árbitro ser votada ou não. As informações que recebi contrastam com o divulgado, inclusive no site da (Anaf) Associação Nacional de Árbitros de Futebol. Primeiro, não há previsão de votação do indigitado projeto. Segundo, é imperativo mudar o parecer do senador Pedro Taques, que pediu o arquivamento do projeto. Terceiro, a Anaf até o presente momento não conseguiu convencer clubes, federações, a TV e, sobretudo a CBF, de que a  profissionalização vai otimizar as tomadas de decisões da arbitragem no campo de jogo. Quarto, a Anaf não apresentou até o momento, sequer um esboço de  quem irá gerir os destinos da arbitragem se acontecer a profissionalização. Portanto, quem esteve em Brasília, ou foi enganado tal qual criança quando ameaça chorar ou chora e se dá uma bala ou um pirulito e tudo fica resolvido, ou então, Marco Antonio Martins, Salmo Valentim e outros estão prometendo aos homens de preto, algo que dificlmente irá se concretizar. E aí, a coisa vai virar bazófia.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Gol da Copa das Confederações será anotado por 4 relógios e 14 câmeras

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • AFP PHOTO/GLYN KIRK
    Um dos testes feitos pela Fifa para a tecnologia da linha do gol Um dos testes feitos pela Fifa para a tecnologia da linha do gol
Cada gol da Copa das Confederações vai ser determinado por 14 câmeras nos estádios e quatro relógios nos pulsos de árbitros e auxiliares. Esses equipamentos compõem a Gol Line Tecnology, já estão instalados e foram testados nas arenas da competição nos últimos dias pelos próprios juízes que atuarão na competição. Foi o que explicou nesta sexta-feira a Fifa, que utilizará pela primeira vez o sistema em um de seus grandes eventos de seleção.
Os árbitros ainda terão autonomia de decidir se foi gol de fato ou não, como explicou a entidade. Mas, na prática, os testes demonstraram aos próprios juízes que o equipamento é muito mais eficiente do que seus olhos.
As câmeras captam 500 imagens por segundo, e o olho humano, 14. Pelo sistema, as câmeras posicionadas nos estádios estão conectadas a uma rede eletrônica única que determina de forma imediata se a bola ultrapassou completamente a linha do gol. Ou seja, não há análise de vídeo. Automaticamente, aparece um escrito "Goal" no relógio dos árbitros.
"Fizemos um teste no Maracanã. (...) Botamos os árbitros na área, perto do gol, e posicionamos a bola levemente em cima da linha. Quase todos disseram que foi gol. Quando foram a linha, perceberam que não tinha sido gol. Nesta situação, tem que confiar na tecnologia. Mas tem que se manter concentrado para o caso de falha", explicou o diretor de árbitros da Fifa, Massimo Busacca.
A Fifa ressaltou que teve pouco tempo para fazer a instalação porque os estádios foram entregues atrasados. Mas indicou que era o suficiente haver três ou quatro dias para fazer todos os testes e calibrar o equipamento.
"É um apoio. A decisão final é do árbitro. É como um avião que está no piloto automático. O piloto pode assumir o controle caso perceba que existe um problema", contou o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil.
Em relação à expansão do sistema para outros campeonatos, a entidade informou que licenciou quatro equipes para fornecer a "Goal Technology" para ligas nacionais, entre outras competições. Mas não é obrigatório o uso do equipamento. Caberá a gestão de cada país e de cada competição decidir se vai aderir.
Há uma questão em jogos internacionais. Weil admitiu que, quando houver uma disputa de mata-mata entre times ou seleções de dois países, um jogo pode ter a tecnologia e o outro, não.

Notícias do apito

 Apito do Bicudo
Altemir, Collina, Braatz e Simon.
Aconteceu na inglaterra (1)

Quando a Inglaterra optou pela profissionalização do árbitro de futebol, a (FA), a Premier League que é uma empresa à parte da Federação Inglesa e a Football League da segunda divisão, se uniram e criaram a Professional Game Match Officials Bord (PGMOB) - instituição que ficou responsável por toda a arbitragem no país, que inventou as Regras de Futebol. Observem que primeiro, foi estabelecida uma empresa para gerir o grande negócio que se tornou a profissionalização do árbitro no país londrino. Ato contínuo,  a (FA) e a (PGMBO) consultaram o International Board, o único orgão que permite experimentos ou mudanças nas Regras de Futebol.  Posteriormente, foram definidos os critérios para a contratação de 21 árbitros para a divisão principal e 49 apitos para as demais divisões. Os escolhidos após rigoroso processo seletivo em todas as esferas do cotidiano do ser humano, firmaram contrato anual com a empresa, e, sob os olhares imutáveis de Ian Blanchard, chefe da área de desenvolvimento  de arbitragem da (FA) e das suas respectivas atuações, além do salário (R$ 132.000.00) anual, de acordo com o número de jogos e a importãncia das partidas, passaram a receber um bônus. 



Aconteceu na Inglaterra (2)
Esta empresa constituída em 2001, era comandada por Keith Hackett, que mudou o conceito do árbitro de futebol perante a sociedade inglesa e tornou-se paradigma para o mundo. Hackett, como primeira medida, introduziu reuniões quinzenais com todos os contratados e durante dois dias consecutivos, discutiam os equívocos e acertos do árbitro e seus assistentes, e metas eram traçadas para o aprimoramento das tomadas de decisões nas rodadas subsequentes. Além disso, os árbitros passaram a ser avaliados tecnicamente e fisicamente, sob a regência de nutricionistas, fisiologistas, preparadores físicos e coordenados por um grupo de pessoas com notório conhecimento sobre as Regras de Futebol. Na verdade, a (PGMOB) adquiriu similaridade de um clube de futebol, que ao invés de lidar com atletas, passou a manusear árbitros e bandeirinhas.


Falsa promessa é a profissionalização dos árbitros (1)

No Brasil, há um projeto sobre a profissionalização do árbitro de futebol de nº 6405/2001, que recebeu vários apensos e desde então, transita em diferentes comissões do Congresso Nacional, em Brasília, mas de concreto até o presente instante nada aconteceu. Digo isso, porque há pouco mais de quinze dias, uma plêaide de sindicalistas, que representa a confraria do apito brasileiro, peregrinou pelos corredores da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e de lá sairam alardeando, que o projeto que regulamenta a atividade do árbitro de futebol no País pentacampeão de futebol, será votado a qualquer momento.


Falsa promessa é a profissionalização dos árbitros (2)

Diante do alarido dos líderes sindicais que estiveram na capital federal e porque não acredito em Papai Noel, procurei meus interlocutores em Brasília, visando obter informações fidedignas sobre o fato. As informações que recebi contrastam com o divulgado, inclusive no site da (Anaf) Associação Nacional de Árbitros de Futebol. Primeiro, não há previsão de votação do indigitado projeto. Segundo, é imperativo mudar o parecer do senador Pedro Taques, que pediu o arquivamento do processo. Terceiro, a Anaf até o presente momento não conseguiu convencer clubes, federações, a TV e, sobretudo a CBF, da importância da profissionalização. Quarto, a Anaf não definiu até o momento, quem irá gerir os destinos da arbitragem se acontecer a profissionalização. Portanto, quem esteve em Brasília, ou foi enganado tal qual criança quando ameaça chorar ou chora e se dá uma bala ou um pirulito e tudo fica resolvido, ou então, Marco Antonio Martins, Salmo Valentim e outros estão prometendo aos homens de preto, algo que dificlmente irá se concretizar.


Chamem os ingleses

Diante do que se leu acima, seria de bom alvitre convidar os ingleses que inventaram o futebol, as regras, que regem o esporte das multidões no campo de jogo e tem know how no assunto, para explicar aos dirigentes classistas da arbitragem brasileira, como funciona o sistema da profissionalização por lá. Alemanha, Espanha, Holanda e Itália, não profissionalizaram a arbitragem, mas desenvolveram projetos que se assemelham aos ingleses. Pergunto: Se a profissionalização deu certo na Inglaterra, quais são os motivos que impedem a CBF de implementá-la no Brasil? 


Convidados de honra

Na última quarta-feira, a Comissão de Árbitros da Fifa, presidida por Angel Maria Villar, ofereceu aos árbitros que vão atuar na Copa das Confederações, um belíssimo jantar na Barra da Tijuca. Além dos árbitros e Villar, participaram do ágape, Massimo Busacca, o chefe do apito da entidade que controla o futebol no planeta, Jorge Larrionda, instrutor Fifa e Cláudio Pilot, secretário do departamento de árbitros da entidade internacional. Acrescente-se ainda neste jantar, as presenças de Carlos Eugênio Simon e Aristeu Tavares, os únicos mundialistas que participaram de Copa do Mundo,  convidados por Busacca e Villar.

 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Notícias do apito


130km: Um chute
Ao final da Copa do Mundo de futebol na África do Sul, em 2010, a Fifa apresentou o balanço das tomadas de decisões da arbitragem durante a competição. Segundo a entidade que controla o futebol no planeta, os homens de preto lograram êxito em 96.3% das decisões. Porém, um lance manchou a credibilidade da confraria do apito, que laborou naquele evento: No prélio Inglaterra x Alemanha, o meia inglês Lampard, desferiu portentoso chute a 130/km/h, contra a meta do golero Neuer (Alemanha), tendo a bola ultrapassando a linha de meta em 46 centímetros, o que não foi observado pelo campo visual do árbitro uruguaio, Jorge Larrionda e seu compatriota Mauricio Espinosa. Se validado o lance mencionado, aos 36' da primeira fase, os alemães que perdiam a porfia por 2 x 1, empatariam o jogo e, certamente, na segunda fase a cor da chita seria diferente.
Blatter contra a tecnologia
Joseph Blatter, o presidente da Fifa, questionado sobre o ocorrido e a incapacidade do árbitro a olho nu de vislumbrar esse tipo de lance, vociferou: "Temos que implementar a tecnologia para auxiliar a arbitragem em lances que fujam do seu campo visual, mas, não podemos tirar a autoridade do árbitro que é o guardião das Regras de Futebol". "O espetáculo de futebol é praticado por humanos e as decisões devem ser tomadas por humanos", finalizou Blatter à época.
Profissionalização: Um sonho
Dada a polêmica estabelecida no lance nominado, a Fifa fez modificações pontuais na sua Comissão de Árbitros, anunciou uma possível profissionalização na arbitragem em escala planetária, o que não aconteceu, autorizou em caráter experimental em conjunto com o International Board, a utilização da tecnologia (a bola com chip), que será usada na Copa das Confederações, introduziu a figura dos (AA) árbitros adicionais atrás das metas, realizou um pente fino no processo de seleção dos árbitros e assistentes para a Copa das Confederações este ano  e do Mundo no ano que vem, e, vem realizando uma sequência de Cursos de Alto Nível à arbitragem, como nunca se viu nos anais da entidade internacional.
A caminho do mundial
Cursos de alto nível, que segundo Massimo Busacca, o chefe do apito da Fifa, continuarão sendo efetivados pela Comissão de Árbitros, até abril de 2014, quando serão anunciados os nomes dos laureados que irão laborar na Copa. Ainda de acordo com Busacca, esses cursos serão realizados de surpresa, cujo objetivo precípuo é saber a real condição técnica, tática, física e psicológia dos apitadores.
Nomes para 2014
Diante do que se leu acima, resta esperar pelo desempenho dos dez árbitros designados para a Copa das Confederações,que são:  Ravshan Irmatov (Uzbequistão), Yuichi Nishimura (Japão), Djamel Haimoudi (Argélia), Joel Aguilar Chicas (El Salvador), Diego Abal (Argentina), Enrique Osses Zencovich (Chile), Felix Brych (Alemanha), Pedro Proença (Portugal), Bjorn Kuipers (Holanda) e Howard Webb (Inglaterra). Os destaques da lista são mesmo os árbitros europeus. Pedro Proença apitou a última final da Liga dos Campeões, entre Bayern de Munique e Chelsea, enquanto Howard Webb foi o responsável pela última decisão da Copa do Mundo, quando a Espanha conquistou seu primeiro título, em cima da Holanda. Bjorn Kuipers, por sua vez, foi escalado para a final da Liga Europa, no choque, Chelsea e Benfica.  
Fifa vai recuar?
Num passado não muito distante, a Fifa permitia ao País sede da Copa do Mundo, indicar dois árbitros para participar do Mundial. Repentinamente, essa deferência ao país anfitrião foi cortada, e, agora, há um movimento nos bastidores do futebol brasileiro, objetivando o retorno de dois árbitros. Na nossa opinião, achamos difícil a volta de dois apitos como era num pretérito recente, porém, como a Fifa vai ter eleições, e, a  CBF goza de ingente prestígio junto ao mandachuva do futebol mundial, tudo pode acontecer.
Arbitragem no fundo do poço
É deplorável o desempenho de alguns árbitros e assistentes neste início do Campeonato Brasileiro de futebol, sob os olhares imutáveis da imprensa esportiva internacional, que chega ao Brasil diariamente. Ainda bem, que o Brasileirão pára durante a Copa das Confederações, porque se continuasse no mesmo diapasão, o fiasco seria inominável. Pergunto: O presidente da CA/CBF tem acompanhado os crescentes erros primários de interpretação e aplicação das Regras de Futebol, que são perpetrados pela arbitragem? Que tal o senhor Antonio Pereira da Silva, o responsável pela escalação dos apitadores nas competições da CBF, dar uma lida na mídia esportiva internacional, para saber o que pensam sobre a qualidade dos árbitros que ele comanda?
Afonso opina
Conversando com Afonso Vitor de Oliveira, presidente da Comissão de Arbitragem da  (FPF) Federação Paranaense de Futebol,  de quem muitos imaginam sou inimigo, porém não sou, apenas discordo do seu modelo de gestão, perguntei o porquê de alguns árbitros apresentarem diferentes padrões de interpretação e aplicação nas Regras de Futebol. Afonso me disse que, na sua opinião, o campeonato regional tem uma peculiaridade diferente do campeonato nacional, e, talvez isso explique a boa performance que vem sendo exibida pelos árbitros do futebol do Paraná neste início de Campeonato Brasileiro.         
PS: Se houver um mínimo de inteligência e vontade na CA/CBF, este órgão deve convocar os membros da Renaf - Relação Nacional de Árbitros de Futebol e iniciar um processo de requalificação no quadro de árbitros da CBF. Pois do contrário, o Campeonato Brasileiro, no que concerne à arbitragem  entrará em colapso.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Notícias do apito


Foto: Apito do Bicudo

Discutindo redução
Ao final do 63º Congresso da Fifa, que foi realizado nas Ilhas Maurícius, no último sábado (1º), os jornalistas que participaram do evento perguntaram  a Joseph Blatter, o homem que manda no futebol mundial, qual era a posição da entidade que dirige,  sobre a redução da idade do árbitro de futebol, que hoje é de 45 anos, para 42 anos, na Copa do Mundo na Rússia.
Blatter não discute
Objetivando não estabelecer polêmica sobre o assunto, o  mandachuva da Fifa respondeu que a responsabilidade sobre a redução ou não da idade do homem do apito, nas competições internacionais daqui para frente, será da Comissão de Árbitros, que é presidida por Angel Maria Villar, e tem como chefe dos árbitros, Massimo Busacca.
Blatter acha injusto
Blatter disse aos profissionais da imprensa, que é injusto interromper a carreira de um profissional da arbitragem, quando esse profissional está na plenitude da sua maturidade.  Mas, deixou claro, que vai analisar o tema em conjunto com a direção de árbitros e os desdobramentos dos homens de preto até o Mundial na Rússia.
Fracasso intolerável (1)
Antes de embarcar para a Europa, na última sexta-feira, Massimo Busacca, o chefe de arbitragem da Fifa, realizou uma avaliação mais amiúde dos homens do apito, que vão laborar na Copa das Confederações e no Mundial Sub-20 na Turquia, a partir de junho próximo. Busacca, aplicou o famoso teste Yoyo, importante ferramenta que mede o nível da capacidade individual de cada árbitro, e exige esforços intermitentes e realçam situações reais que ocorrem durante um jogo de futebol.
Fracasso intolerável (2)
O teste Yoyo foi criado pelo fisiologista dinamarquês, Jens Bangsbo, e é utilizado pelos preparadores físicos da Uefa, nos testes da entidade para árbitros e usado de forma reiterada pelos clubes do Velho Continente. Nesse teste, o árbitro deve deslocar-se numa velocidade  de uma marca à outra que é decidida pelo comandante da prova.  A velocidade é aumentada a cada deslocamento. O árbitro deverá atingir a marca determinada antes do sinal sonoro tocar.  O objetivo do teste é de que o avaliado realize o maior número de deslocamentos de acordo com o estímulo sonoro.
Vamos treinar
De tudo que se leu acima, o famoso “Yoyo” reprovou nove  árbitros sul-americanos, sendo que apenas Enrique Osses (Fifa/Chile), Néstor Pitana (Fifa/Argentina) e Wilmar Roldán (Fifa/Colômbia), foram aprovados.
Pânico nas arbitragens
Além do fiasco no teste nominado, o staff de arbitragem da Fifa, extremamente polido e comedido, limitou-se a observar as primeiras atuações da arbitragem do Brasileirão/2013, e da Libertadores.  Mas, um interlocutor deste colunista, que fala inglês, tem ótima audição e transitou junto ao Centro de Treinamento Antunes, no Rio de Janeiro, tascou: Os homens da Fifa, estão preocupadíssimos com o desempenho da confraria do apito sul-americano na Copa das Confederações e do Mundo ano que vem.    
Felix: eis o cara 
Em entrevista ao jornalista Jan ter Hansel, do site de arbitragem holandês Dutch Referee, o diretor de árbitros Herbert Fandel, da Bundesliga (Alemanha), afirmou que  a indicação de seu compatriota, o árbitro Felix Brychs, para atuar na Copa das Confederações da Fifa, é o reconhecimento a um dos apitos mais modernos do futebol europeu na atualidade.
Fato negativo (1)
Foi a  escalação do árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, pela CA/CBF, na partida Palmeiras/SP x Avai/SC, nesta terça (4). Explico: na primeira rodada da Série A, o indigitado apitador, dirigiu Coritiba/PR 2 x 1 Atlético/MG. Nesse prélio, além não assinalar um penal indiscutível a favor da equipe do Paraná,  mostrou-se confuso na interpretação e aplicação das regras, como também, utilizou de critérios “esquisitos” no momento de sancionar os atletas infratores com o cartão amarelo.
Fato Negativo (2)
O mínimo que se esperava da CA/CBF, após os  erros crassos perpetrados na partida mencionada por Magalhães,  era de que o mesmo fosse submetido a uma requalificação sobre as Regras de Futebol. Mas o inverso aconteceu e pelo andar da carruagem, o mundo do futebol que está no Brasil aguardando o início da Copa das Confederações, continuará a vivenciar arbitragens desqualificadas como a do árbitro em tela.   
Fato negativo (3)
A protuberância abdominal exibida por árbitros, assistentes, quarto árbitros nas Séries A e B do Brasileirão deste ano, sendo repetida a exemplo de anos anteriores. É vergonhoso, aviltante, observar que o guardião das Regras de Futebol e seus congêneres do País pentacampeão de futebol, explicitem à imprensa mundial que está no Brasil, um índice de massa corpórea inadmissível a um árbitro de futebol. Em tempo: Que tal a CA/CBF perguntar ao sexto melhor árbitro do mundo,  Wilmar Roldán, o árbitro de Brasil x Inglaterra, quais são os mecanismos que o indigitado apito utiliza para ter a estética que tem, e repassá-los aos membros da Renaf?
Fato positivo
A perfeita atuação do árbitro Leandro Júnior Hermes, da (FPF) Federação Paranaense de Futebol, no prélio Figueirense/SC x Sport/PE. É a segunda semana consecutiva que um árbitro da (FPF), desenvolve um conceito de arbitragem totalmente oposto, ao desenvolvido durante as competições realizadas em solo paranaense. 

sábado, 1 de junho de 2013

Um congresso de decisões históricas

Um congresso de decisões históricas

© Getty Images
Com 198 votos (99%) a favor das emendas aos Estatutos da FIFA apresentadas hoje (item 13.1.1 da pauta), o 63º Congresso da entidade — realizado nas Ilhas Maurício sob direção do presidente da FIFA, Joseph S. Blatter — confirmou amplo apoio ao processo de reforma institucional iniciado em 2011.
Após um período de dois anos e extensas consultas junto a órgãos esportivos e personalidades de fora do futebol — Congresso, confederações, federações afiliadas, Comitê Executivo, forças-tarefa da FIFA e Comitê Independente de Governança —, um longo e abrangente conjunto de reformas chega para fortalecer a governança e a transparência da FIFA, dando novos rumos à entidade máxima do futebol mundial. 
Estas são algumas das importantes decisões tomadas desde junho de 2011:
reformulação do Comitê de Ética com um novo sistema bicameral. O órgão agora é formado por uma câmara investigatória e outra decisória, ambas com presidência independente;
criação de um Comitê de Auditoria e Conformidade que amplia o escopo de responsabilidade da antiga comissão de auditoria, acrescentando às suas atividades o cumprimento de leis. O novo órgão também possui presidente independente;
- adoção de um novo Código de Ética e de um Código de Conduta;
- eleição de uma mulher e cooptação de duas representantes femininas para o Comitê Executivo da FIFA;
- caberá ao Congresso decidir o país-sede da Copa do Mundo da FIFA com base numa lista formada por até três candidatos pré-selecionados pelo Comitê Executivo da FIFA. Fica estipulado ainda que o Congresso não poderá conceder os direitos de organização de mais de uma edição do Mundial na mesma reunião;
- pessoas que ocupam ou pretendam ocupar cargos oficiais na FIFA — entre eles os de presidente, vice-presidente, membro do Comitê Executivo, presidente, vice-presidente ou membro do Comitê de Auditoria e Conformidade e presidente, vice-presidente ou membro dos órgãos jurídicos da entidade — deverão se submeter a uma avaliação de integridade antes da sua eleição ou reeleição;
- as candidaturas ao cargo de presidente da FIFA só serão válidas se apoiadas por pelo menos cinco federações afiliadas e se o candidato houver desempenhado algum papel ativo no futebol durante dois dos cinco anos anteriores à candidatura;
- maior representação das principais partes envolvidas no futebol;
- redação mais veemente e detalhada dos Estatutos da FIFA com relação à promoção da ética e da luta contra o racismo;
- remoção do direito das quatro federações britânicas de elegerem um vice-presidente da FIFA; o assento em questão continuará pertencendo à Confederação Europeia de Futebol (UEFA);
- a IFAB (International Football Association Board) também deverá conduzir a sua própria reforma.
Como não houve consenso entre federações e confederações a respeito de itens da pauta como limite de idade e duração dos mandatos, o Congresso decidiu adiar a apreciação dessas questões até a reunião do próximo ano, a fim de que as mesmas possam ser analisadas mais detidamente e para que propostas concretas sejam apresentadas.
Outra decisão importante do Congresso, tomada após discurso do vice-presidente da FIFA Jeffrey Webb, que preside a Força-Tarefa contra o Racismo e a Discriminação, foi a aprovação da resolução em prol da luta contra o racismo e a discriminação, acompanhando o apoio do Executivo à medida em reunião desta semana. A resolução se baseia em três grandes princípios: educação, prevenção e punição. Entre as sanções previstas estão a perda de pontos e o rebaixamento. A adoção da resolução foi aplaudida de pé pelos delegados do Congresso e pelo ícone sul-africano Tokyo Sexwale, atual ministro dos Assentamentos Humanos da África do Sul que ficou preso em Robben Island durante a era do apartheid. 
Uma nova página na história da entidade foi escrita quando o Congresso elegeu formalmente uma mulher ao Comitê Executivo da FIFA pela primeira vez. Integrante do principal órgão decisório da FIFA há 12 meses, a burundinesa Lydia Nsekera foi eleita com 95 votos para um mandato de quatro anos. Já a australiana Moya Dodd (70 votos) e a turco-caicense Sonia Bien-Aimé (38) participarão do Comitê Executivo como convidadas durante o período de um ano.
Ademais, os presidentes, vice-presidentes e membros dos órgãos jurídicos (Comitê Disciplinar, Comitê de Recurso e Comitê de Ética) e do Comitê de Auditoria e Conformidade foram eleitos pelo Congresso.
"O impresssionante apoio do Congresso às nossas reformas, às quais dei início, prova que a nossa organização está no caminho certo", enfatizou Blatter. "Isso não significa que vamos parar de ajustar a nossa governança. Vamos continuar. Estou particularmente satisfeito que a comunidade global do futebol tenha se comprometido a lutar contra o racismo e a discriminação, endossando a resolução e enviando uma forte mensagem ao mundo. E estou muito feliz que, finalmente, uma mulher tenha sido eleita para o Comitê Executivo da FIFA, e que outras duas tenham sido cooptadas." 
Com relação às finanças da entidade, e dirigindo-se ao Congresso pela primeira vez na qualidade de presidente independente do Comitê de Auditoria e Conformidade, Domenico Scala apresentou um relatório sobre os balanços financeiros consolidados da FIFA para 2012, os quais, mediante recomendação do comitê, foram aprovados por unanimidade. O orçamento da FIFA para 2014 também foi aprovado. Além disso, o Congresso decidiu desobrigar as federações afiliadas de pagarem à FIFA uma taxa pela realização de jogos de seleções (a partir de 1º de janeiro de 2015).
Depois que o presidente do Comitê Médico da FIFA, Michel D’Hooghe, apresentou um relatório atualizado sobre as atividades da entidade na área da medicina e da saúde, o diretor médico da FIFA, Prof. Jiri Dvorak, apresentou as novas Mochilas de Emergência Médica da FIFA (MEMF), as quais serão enviadas para todas as 209 federações afiliadas. As mochilas incluem um desfibrilador externo automático, um vídeo de orientação e um kit de emergências médicas. Por fim, foi aprovada a expansão do programa FIFA 11 pela Saúde até 2019.
O Congresso apoiou a seguinte abordagem para o processo de revisão dos regulamentos para agentes de jogadores: o atual sistema de licenciamento deve ser abandonado; um conjunto de regras mínimas deve ser estabelecido; e um sistema de registro dos intermediários deve ser implementado. O rascunho final do novo marco regulatório destinado aos agentes será levado ao Comitê Executivo e ao Congresso da FIFA 2014.
Foi apresentado um relatório minucioso sobre a constante luta da FIFA contra a chaga da manipulação de resultados e pela proteção da integridade do esporte. A iniciativa é baseada na prevenção, detecção, coleta de informações, investigação, aplicação de sanções e no trabalho da equipe de integridade da FIFA. O Congresso prestou apoio integral ao presidente da FIFA no renovado apelo por mais ajuda do público e das autoridades policiais a fim de combater a corrupção nos jogos de futebol.
Além disso, Blatter foi incumbido de tentar melhorar a situação do esporte na Palestina, em especial para que a FIFA possa cumprir a sua missão de desenvolver e promover o futebol, nos termos dos Estatutos.
Os delegados receberam informações sobre os programas da entidade em prol do desenvolvimento do futebol, inclusive sobre as novas regras gerais para projetos de desenvolvimento, e também sobre as iniciativas da FIFA nas áreas de arbitragem e preparação dos possíveis árbitros da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.
O desenvolvimento do futebol foi não somente um item da pauta como também uma atividade concreta, já que os delegados foram saudados por centenas de crianças mauricianas que praticavam exercícios dos programas Grassroots e FIFA 11 pela Saúde no lado de fora do centro de convenções onde acontecia o Congresso.
O presidente em exercício da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), Eugenio Figueredo (Uruguai), e o presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), Xeque Salman Bin Ebrahim Al Khalifa (Bahrein), foram empossados oficialmente no Comitê Executivo da FIFA, bem como Zhang Jilong (China), Lydia Nsekera (Burundi), Moya Dodd (Austrália) e Sonia Bien-Aimé (Turcas e Caícos).
O Congresso prestou homenagem à Federação Inglesa de Futebol pelo aniversário de 150 anos e ao suíço Marcel Mathier, que presidiu o Comitê Disciplinar da FIFA por 15 anos. 
A única federação afiliada que não participou do Congresso de 2013 foi a do Butão, por conta das eleições nacionais realizadas no país. Já o Brunei não teve direito a voto nos termos do artigo 14.4 dos Estatutos da FIFA.
Os próximos Congressos acontecerão em São Paulo (10 e 11 de junho de 2014) e Zurique (28 e 29 de maio de 2015).
Fonte: Fifa.com