segunda-feira, 18 de março de 2013

Só a tecnologia não basta



Na semana que passou, falei do conservadorismo da Fifa e do International Board, já que ambas têm se mostrado refratárias a mudanças nas Regras de Futebol, e sobretudo na implementação da tecnologia como forma de ajudar a arbitragem a dirimir lances que fujam do seu campo visual.

Diante disso, fui questionado a responder que outras tecnologias poderiam ser introduzidas como forma de ajudar a arbitragem a equacionar lances polêmicos, e, evitar os inúmeros transtornos a que são submetidos os árbitros quando lances dessa natureza acontecem.

A primeira, poderia ser o tira-teima, que consiste numa foto instantânea no momento da chegada de dois ou mais atletas, como aconteceu no Mundial de Osaka, no Japão, quando três atletas cruzaram a linha de chegada ao mesmo tempo, e os árbitros da prova tiveram que mudar duas vezes o nome da vencedora. Na ocasião, a jamaicana Verônica Campbell cruzou a linha de chegada três milésimos de segundos antes da americana Lauryn Willians e a decisão definitiva ocorreu após a análise de uma foto de instante final.

A segunda tecnologia vem do tênis, que desde 2006 utiliza um conjunto de câmeras ligadas a computadores que mostra o local exato onde abola quicou, tirando qualquer dúvida.

Outro exemplo, pode vir do automobilismo, onde sensores do diâmetro de um maço de cigarros emitem sinais que são captados por antenas instaladas no piso ao longo da pista, e determinam quem será o pole-position de um Grande Prêmio, como na Turquia, quando Felipe Massa fez uma volta mais rápida que o inglês Lewis Hamilton em 44 segundos.

Entendo que a tecnologia se usada de maneira ordenada, é de fundamental importância à arbitragem, mas não é a solução para equacionar os equívocos nas tomadas de decisões dos homens de preto, no campo de jogo.

Além da tecnologia, há mecanismos que poderiam ser de grande valia para melhorar as decisões do árbitro assim que a bola rola, como a profissionalização que caminha a passos lentos no Congresso Nacional, e, dificilmente terá um desdobramento que atenda os anseios da comunidade do apito.

Enquanto o acima escrito não acontece, resta aguardar que a Escola Brasileira de Árbitros de Futebol, agora sob a regência de Sérgio Corrêa da Silva, dê ênfase no aprimoramento da confraria dos homens da latinha, com instrutores de arbitragem de primeira linha e promova em caráter emergencial uma atualização dos árbitros que irão laborar nas competições da CBF nesta temporada.

PS: Em que pese o estado lastimável do gramado e a ausência de um projeto de requalificação do quadro de árbitros da Federação Parananense de Futebol, o desempenho do árbitro Fabio Filipus, no prélio Paraná Clube 2 x 2 Atlético/PR, foi ótimo.

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