quarta-feira, 13 de março de 2013

Nenhum árbitro é infalível

 Foto: Divulgação
A sequencia de erros grotescos protagonizados pela arbitragem nas competições da CBF, no atual campeonato paranaense, nos campeonatos estaduais que se desenvolvem pelo Brasil, e, em amplitude planetária, tem afetado sobremaneira a credibilidade do árbitro de futebol, e, colocado sob suspeita, a sua capacidade de interpretação e aplicação das Regras de Futebol.

O tema tem provocado inúmeras discussões e que mecanismos podem ser adotados no sentido de minimizar a escalada absurda de equívocos e, por extensão, diminuir a avalanche de prejuízos perpetrados a cada competição pela confraria do apito.

Muita gente tem opinado sobre as deficiências de árbitros e assistentes, mas a maioria, com raríssimas exceções, sobretudo a imprensa esportiva, é desprovida de conhecimento das regras, e, há até quem proponha soluções mirabolantes, para equacionar os problemas e as precárias qualidades dos juízes de futebol. Só que as mesmas pessoas que emitem juízo de valor a respeito da questão, não imaginam que as soluções não são tão fáceis assim, como elas pensam.

Qualquer experimento ou alteração nas Regras de Futebol, é imperativo a aprovação do International Board. Fundada em 1882, é a única entidade no planeta com poderes de autorizar experiências ou mudanças nas leis do jogo. Entidade que reúne-se uma vez por ano e é conhecida pelo seu conservadorismo. Conservadorismo, que até 1966 não permitia a substituição de atletas, mesmo em casos de contusão. Conservadorismo que provocou um dos maiores vexames numa partida de futebol no mesmo ano, na Copa do Mundo da Inglaterra, quando o árbitro alemão Rudolf Kleitlein, expulsou o meia Rattin, no prélio Argentina x Inglaterra. Naquela ocasião, o atleta platino se recusou a sair de campo, alegando questões de idioma, já que o árbitro o havia expulsado por conduta violenta.

Conservadorismo que foi rompido pela mente prodigiosa de Kenneth George Aston, professor, soldado, árbitro inglês, que mais tarde veio a se tornar presidente do Comitê de Árbitros da Fifa. Aston, que havia presenciado a lambança nominada, no itinerário de volta para sua casa no seu automóvel, ouvindo os comentários a respeito do fato, começou a elucubrar no que viu e numa idéia que solucionasse futuros imbróglios.

E sua sugestão levada ao Board e a Fifa, foi a implementação de um sistema universal que superasse as diferenças de idioma, com a feliz idéia de criar o cartão amarelo para advertência e o vermelho para expulsão, baseados nas cores do semáforo. Li e vi recente um documentário, que se Kenneth Aston o autor da proposta, não tivesse a mente magnifica que tinha e não fosse inglês, dificilmente a proposição teria sido aceita pelas entidades acima nominadas.

Quatro anos mais tarde, na Copa de 1970 no México, na abertura do Mundial entre URSS x México, aparecia pela primeira vez o cartão amarelo, pelas mãos do árbitro Kurt Tscherncher, e, posteriormente,  em outros jogos o cartão vermelho. Estava vencido o impasse do idioma e de desentendimentos, porém ficava, ainda com está até hoje, o problema do critério de aplicação dos cartões.

O Board em conjunto com a Fifa de maneira tímida, vem autorizando experimentos, inclusive admitindo a utilização da tecnologia como forma de auxílio aos árbitros, caso específico da bola com chip para saber se a pelota ultrapassou ou não a linha do gol. Tecnologia já confirmada para a Copa das Confederações em 2013, e no Mundial de 2014, no Brasil.

Porém, o futebol evoluiu estratosfericamente dentro do campo em diferentes sentidos, com os atletas atingindo uma performance extraordinária, enquanto a arbitragem parou no tempo. Pesquisa divulgada nesta semana em Cambrigde (Inglaterra), afirma que o cérebro humano demora 40 milésimos de segundos para interpretar e registrar cada nova imagem captada pelo olho. Diante do exposto, os cientistas afirmam que a presença da tecnologia no futebol como ferramenta para auxiliar a arbitragem a dirimir lances que fujam do seu campo visual, é imperativa.  

Foto: Uefa.com 

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