Alguns dos principais árbitros brasileiros passaram por
um curso de aperfeiçoamento da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol
durante esta semana em Goiânia. Presente no evento, o presidente da
Comissão de Arbitragem da CBF, Aristeu Tavares, classificou a arbitragem
praticada no Brasil como uma das melhores do mundo, mas luta para
que os critérios sejam padronizados, em uma espécie de sintonia fina
entre as decisões dos árbitros.
Para Aristeu, a arbitragem brasileira não perde em nada
para a vista em outros centros do futebol e que os erros que acontecem
por aqui são comuns lá fora também. “Eu entendo que estamos no nível das
grandes potências mundiais. Aliás, é assim há muito tempo. Observamos
falhas, erros, acertos, boas e más atuações em todos os países do mundo,
nos grandes centros da Europa, da América do Sul, da Concacaf”,
comparou.
Segundo o presidente, apesar de classificar o apito no
Brasil como um dos melhores do mundo, os árbitros brasileiros têm suas
falhas. E é no sentido de minimizá-las que a Comissão de Arbitragem
realiza cursos e avaliações como esse realizado em Goiânia. Aristeu
Tavares ainda contou que a preocupação na formação e aperfeiçoamento dos
árbitros obedece quatro pontos.
“A arbitragem brasileira tem suas qualidades e suas
falências, mas estamos trabalhando arduamente para tentar minimizar a
ocorrência do equívoco, não que ele vá acabar. Todos os envolvidos no
futebol e até em outras profissões tem seus equívocos, o jogador perde
pênalti, o goleiro toma um 'frango', o treinador escala errado e o
árbitro de forma inconsciente também comete os seus. Temos que tentar
minimizar isso com muita instrução e com um acompanhamento com os quatro
pilares da FIFA: o técnico, o físico, o psicológico e o social”,
frisou.
Aristeu Tavares voltou a sinalizar que os erros
acontecem em todos os lugares do mundo, mas que vê, em especial, a falta
de padrão na adoção de alguns critérios de jogo. Para ele, o que falta é
que todos os árbitros utilizem os mesmos parâmetros para lances
semelhantes. "As falências são as mesmas que acontecem em outras partes
do mundo, principalmente em relação a algumas interpretações que tem
parâmetros, e esses parâmetros precisam estar padronizados ou pelo menos
aproximados”" analisou.
Aristeu exemplificou que até mesmo um lance que é
considerado como interpretativo para a decisão de um árbitro pode
obedecer a um critério estabelecido. "O que é mão na bola é mão na bola,
tem parâmetro para dizer o que é mão na bola. É interpretativo, mas com
parâmetros. E o quanto desses parâmetros aplicados nessa interpretação é
o importante que façamos a aproximação sempre", salientou.
O presidente deu outros exemplos e ressaltou que caso a
arbitragem alcance essa padronização, ou aproximação, no uso dos
critérios vai facilitar o entendimento do público em geral e até mesmo o
número de reclamações diminuirá. “Como em outros exemplos, se o lance é
uma clara oportunidade de gol ou uma jogada vantajosa, se a falta é
temerária ou jogo brusco grave, esses parâmetros precisam estar mais
alinhados. Com isso até dentro de um senso comum o torcedor vai poder
saber se um jogador tem que levar um cartão amarelo ou um vermelho”,
concluiu.
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