Foto: Apito do Bicudo
É uma felicidade muito
grande, afirma Wilmar Roldan.
O árbitro Wilmar Roldan (foto-Fifa-Colômbia),
acostumado à frase, "o bom árbitro é aquele que você não percebe", assim
que foi escolhido o melhor das Américas na modalidade, deixou a timidez de lado
e falou sobre sua carreira e da premiação da Federação Internacional de
História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). Roldan foi escolhido como o oitavo
melhor árbitro do mundo e o melhor da América. A Revista Árbitro do meu amigo
José Borda, assim que soube do fato foi ouvi-lo. Confira abaixo a oitiva do
indigitado árbitro sobre a premiação, carreira, Copa do Mundo etc.......
Como recebeu um prêmio
inusitado a um arbitro tão jovem como você?
R) Com grande felicidade. É um prêmio à
perseverança e ao trabalho que venho desenvolvendo. Aproveitei as oportunidades
e isso me deixa feliz. É uma vantagem nesta corrida que queria que acabasse, se
tudo correr bem, com a indicação em 2014 para apitar a Copa do Mundo no Brasil.
O que você acha que
observaram para lhe dar este reconhecimento?
R) Eu tive um excelente ano em 2012. Fui
o árbitro da final da Libertadores, participei dos Jogos Olímpicos em Londres, e,
por ter o maior número de jogos (onze) apitados na Libertadores, sem problemas
e com a presença de observadores com profundo saber nas Regras do Jogo de
Futebol, acredito me qualifiquei para receber a premiação da IFFHS.
Na Colômbia você é muito
conceituado. Qual é o segredo?
R) Internacionalmente, venho sendo escalado
nos principais eventos. Na Colômbia também sou reconhecido. Das últimas cinco
finais fui chamado a dirigir quatro. As coisas estão indo bem. Isto significa
que a nossa arbitragem está no caminho certo e que a Comissão de Arbitragem
colombiana, age acertadamente nos ensinamentos ministrados.
A sua classificação é a
mais importante da América do Sul. Há renovação?
R) Já existe uma nova geração, tem o Carlos
Vera e eu. Somos a esteira dos excelentes árbitros, como Oscar Ruiz, que é meu
espelho e que atingiu coisas boas. É o momento para os novos apitos.
Como é o caminho de um
árbitro para Copa do Mundo?
R) Este é o terceiro ano do processo
para o Mundial no Brasil. Na semana passada participei do Curso de Alto Nível
da Fifa em Mendoza (Argentina). Em abril
vou ao Paraguai e em maio ao Rio de Janeiro. Daqui serão elegidos os apitos para
o Mundial Sub-20 na Turquia, da Copa das Confederações e quiçá do Brasil.
Como é a sua
"eliminatória", como se prepara?
R) Temos de estar fisicamente e mentalmente
muito bem preparados. Exigem dos árbitros
que eles sejam iguais aos atletas, inteligentes, que saibam ler e levar adiante
os jogos, com o menor número de equívocos possível. Além disso, devemos estar atualizados
no que a Fifa nos solicita, com experiência no âmbito internacional. Temos
que vivenciar futebol vinte e quatro horas por dia.
E como é vivenciar vinte
e quatro horas de futebol?
R) Eu vejo todos os jogos que posso e
procuro estar ciente de tudo: jogadores, treinadores, clubes, táticas,
estratégias, regulamentos.
Num jogo, quanto vê de
futebol e quanto vê do desempenho do árbitro?
R) Cinquenta por cento x cinquenta por
cento. Sempre que estou escalado procuro estudar ao máximo todas as nuances da
partida que vou dirigir. Qual é o jogador mais habilidoso, qual é o atleta mais
pegador, quem são os atletas problemáticos, o comportamento dos membros da área
técnica, tudo isso deve ser levado em consideração quando tiver que tomar uma
decisão no campo de jogo.
Fonte: José
Borda/Revista Árbitros
PS: (1) Enquanto Wilmar
Roldan, foi escolhido o melhor árbitro de futebol das Américas e o oitavo melhor
do planeta, o futebol brasileiro que atravessa uma crise de qualidade na
arbitragem sem precedentes, não conseguiu emplacar nenhum apito entre os quinze melhores na
função.
PS: (2) Pedro Proença (Fifa/Portugal),
que dirigiu a final da Liga dos Campeões da Europa e a final da Eurocopa em
2012, foi laureado como o melhor árbitro de futebol do mundo, pela Federação
Internacional de História e Estatísticas do Futebol.
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