terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Uefa recebe os novos árbitros internacionais

"Estejam empenhados, sejam responsáveis e preparem-se", disse o responsável pela arbitragem da Uefa, Pierluigi Collina, aos novos árbitros internacionais no curso de Inverno, em Roma.
por Mark Chaplin
de Roma
UEFA recebe os novos árbitros internacionais
O líder da arbitragem da Uefa, Pierluigi Collina, usa da palavra perante a plateia com os novos árbitros internacionais, em Roma ©Sportsfile
 
Agora que estão na rampa de lançamento para meritórias carreiras como internacionais, os novos árbitros habilitados para dirigir encontros das competições internacionais foram beber das sábias palavras de um homem que alguém que sabe tudo sobre o setor.
O responsável pela arbitragem da UEFA, Pierluigi Collina – que apitou alguns dos mais importantes encontros de futebol na sua notável carreira, usou da palavra no curso anual de Inverno da UEFA, que está acontecendo em Roma, para dar aos recém-chegados à lista d os apitos internacionais da FIFA uma exaustiva lista de coisas a fazer e a não fazer em situações de grande pressão, agora que o jogo no continente europeu está em altíssimo nível.
Collina teve a companhia do presidente do Comitê de Arbitragem da Uefa, Angel María Villar Llona, na abertura do 22º Curso Introdutório para Árbitros Internacionais e apelou aos jovens árbitros para mostrarem responsabilidade e dedicação à profissão. Os juízes ficaram sabendo que a preparação meticulosa, a coragem e a consistência nas decisões arbitrais, o conhecimento das táticas do jogo e dos jogadores,  além da crença nas suas próprias capacidades, são elementos fundamentais de um árbitro de topo.
O curso é o primeiro que conta com a presença de homens e mulheres. Tudo isto tem uma grande importância no desenvolvimento dos árbitros de ambos os sexos, disse Villar Llona. O Comitê de Arbitragem da Uefa investiu muito em vocês. Peço-vos que agarrem a oportunidade que vos é dada e estejam conscientes da responsabilidade de representar a Uefa e o vosso país".
Pierluigi Collina desenvolveu o tópico da responsabilidade. Percebam que estão a representar a vossa federação, a Uefa e vós próprios, disse. Lembrem-se que muitas pessoas, incluindo jovens árbitros, vão estar a olhar para vocês como modelos, o que, além de ser uma honra, é, também, uma grande responsabilidade.
Estejam preparados, foram as palavras-chave de Collina aos jovens árbitros. Tendo em conta a velocidade do jogo na atualidade e o grande destaque que lhe é dado pela imprensa, os árbitros têm que estar preparados para lidar com a pressão de tomar decisões, muitas delas numa fracão de segundo. A consistência  também é fundamental, acrescentou. O objetivo último de um árbitro, disse Collina, é ser aceito – com as suas decisões a serem aceites mesmo que não se esteja de acordo com elas, ou até quando a decisão é errada. É um sinal de grande reconhecimento, quando os jogadores confiam em vocês.
Collina apelou aos juízes para protegerem os jogadores, por exemplo, nos desarmes mais agressivos que podem colocar em risco a carreira de um jogador e para não deixarem que os jogadores os rodeiem. Estes dois temas têm sido uma das principais prioridades da Uefa nos últimos anos, como parte do enorme esforço para proteger a imagem do jogo.
Para além da firmeza e coragem no tomar de cada decisão, Collina lembrou que o árbitro dos dias de hoje é um atleta  que tem de estar em forma para manter a lucidez a 100% no final de um jogo. Sobre isto, o italiano mostrou um vídeo dos últimos três minutos da final de 1999 da UEFA Champions League – um encontro por ele apitado – quando o Manchester United FC deu a volta ao marcador nesse período para derrotar o FC Bayern München. Mesmo estando cansados, temos que estar prontos para o caso de alguma coisa como esta acontecer, de modo a que se tomem as decisões corretas se necessário, disse.
Parte da preparação dos árbitros antes dos encontros, inclui o estudo das formações das equipes e o papel dos jogadores em campo. Fazer isto, é estar um passo à frente, disse Collina, pois podemos prever, saber e perceber o que poderá acontecer numa situação de jogo. Os árbitros, nunca deverão ter receio para atentar aos pequenos detalhes do seu trabalho. E por isso essencial que os árbitros, os seus assistentes/adicionais e quartos árbitros procurem interagir e serem consistentes, tendo qualidade, como equipe.
A força mental é uma obrigação se os árbitros quiserem ser bem-sucedidos. Sejam vós próprios e confiem em vós, explicou Collina. Sejam abertos à mudança... saibam os vossos pontos-fortes e também os fracos, sejam capazes de ser positivos, mesmo nas situações negativas. Aprendam com os vossos erros, porque ao fazerem-no, estarão a ficar mais fortes.
Estão no primeiro passo de uma longa escadaria, concluiu Collina. Estejam orgulhosos e felizes por fazerem parte de um pequeno grupo de árbitros de topo da Europa. É um grande privilégio para todos vós. Sejam empenhados e responsáveis. Estejam prontos!.

Fonte: Uefa.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Estudo quer “mecanizar” arbitragem

Embora o futebol tenha apenas 17 regras, a maioria delas tem caráter interpretativo. E são esses lances, que dependem da melhor análise do árbitro, que ganham uma hiperdimensão, sobretudo, quando a TV, a maior “inimiga” dos homens de preto está presente nos jogos e, posteriormente, exibe os equívocos do árbitro e assistentes.
A sequencia de reclamações dos atletas, que em sua plenitude são leigos em termos de conhecimento sobre as Regras do Jogo de Futebol, assim como são os dirigentes e boa parte da imprensa esportiva, cai por terra se essa gente realizasse uma conta simples: o último estudo desenvolvido por Observadores de Arbitragem da Fifa, aponta que o árbitro realiza em cada partida de futebol profissional, em média, entre 140 e 160 tomadas de decisões (marcação de faltas, aplicação de cartões, sinalização de impedimentos etc...). Pergunto: é justo execrar o árbitro ou o assistente que equivocou-se em um único lance?
Entendo que é dever de todos que desempenham a dificílima atribuição de interpretar e aplicar corretamente as leis do jogo, que regem o futebol dentro do retângulo verde, aproximarem-se da perfeição, mas é de fundamental importância que todos os envolvidos no processo dêem respaldo, apoio e compreensão, quando a arbitragem se equivoca.
Mas pelo andar da carruagem os seculares problemas que envolvem os equívocos da confraria do apito na interpretação e aplicação das regras, estão com os dias contados. Pelo menos é o que afirma recente estudo divulgado pelo jornal britânico The Times. O estudo afirma que a partir de 2020, os assistentes, por exemplo, seriam substituídos por robôs programados para identificar com precisão a posição dos jogadores no campo de jogo. Por exemplo, se estão em impedimento.
Os árbitros, por sua vez, receberiam auxílio de sensores de luz para sinalizar as saídas da bola e as posições das jogadas. As medidas, de acordo com o estudo, eliminariam os erros de arbitragem. O mesmo estudo afirma que os estádios do futuro serão totalmente informatizados, o que vai alterar a maneira dos torcedores  de acompanhar os jogos. O objetivo é diminuir as diferenças entre a transmissão pela TV e a presença no estádio, com as projeções dos jogos em hologramas de três dimensões.
Já os torcedores que preferirem as arquibancadas segundo o estudo, terão em seus assentos monitores, transmitindo imagens das porfias em vários ângulos, inclusive, o replay das jogadas. Pergunto: A Fifa que tem se mostrado refratária a exibição de replays nos estádios onde se realizam  suas competições, irá ceder? Mas os avanços exibidos pelo nominado estudo, deverão afetar outras áreas do futebol, como a terapia genética – atletas contundidos passarão menos tempo em recuperação.
E finalizando, o estudo diz que a nanotecnologia, permitirá a fabricação de uniformes  mais resistentes e rentáveis para prevenir ferimentos e controlar a temperatura, já que sensores poderão alternar várias logomarcas durante o transcurso do jogo. Entendo que, embora tudo seja motivo de modernização, no futebol, como na arbitragem, a cada momento que se esteja substituindo o homem, passa-se a viver um estágio mecânico entre ele e a própria violentação do que o futebol tem na sua beleza natural.   
Foto:  Allan Costa
PS: Leonardo Zigari Zanon (foto), o árbitro do clássico Atlético/PR 0 x 1 Paraná Clube, teve excelente atuação na indigitada partida. Resta saber como irá se posicionar a comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol em relação ao jovem  árbitro de 27 anos, nas próximas rodadas. O correto seria disponibilizar uma pessoa com Know how em arbitragem, para acompanhá-lo, orientá-lo e prepará-lo adequadamente, objetivando torná-lo um árbitro com perspectivas de atingir o quadro da Fifa.  

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Blatter: "Rebaixamento seria melhor punição para o racismo"

O presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, conversou com o site da entidade máxima do futebol sobre os pontos altos de 2012 e explicou por que o rebaixamento seria uma boa punição para as equipes cuja torcida comete atos de racismo. Entre outros assuntos, o dirigente também falou sobre Lionel Messi, a tecnologia da linha do gol, a manipulação de resultados, a sua paixão pelo esporte, o ano de 2013 e a importância do Mundial Sub-20 e da Copa das Confederações da FIFA.
FIFA.com: Começamos 2013 com a cerimônia de gala da Bola de Ouro FIFA. Qual é a sua opinião sobre os vencedores?
Joseph S. Blatter:
O Lionel Messi é o melhor jogador da atualidade, portanto estamos muito orgulhosos que os participantes da votação tenham tomado uma decisão tão clara. Contudo, como convidamos os três candidatos, talvez devêssemos dar três medalhas para evitar que dois voltem para casa de mãos vazias. Isso é algo que precisaríamos repensar para o futuro.
O ano também começou com um triste incidente de racismo em uma partida do Milan. A questão não é nova na sociedade e no futebol, e tampouco é fácil resolvê-la, mas quais são as soluções que o senhor tem em mente?
É um fenômeno no qual o futebol é vítima da nossa sociedade. A discriminação e o racismo estão em toda parte na sociedade. Nós do futebol não podemos ser responsabilizados pelo que acontece na sociedade. Mas em lugar nenhum do mundo se pode resolver um problema fugindo, seja na vida pessoal, nos negócios ou na política. Aprovo e apoio o movimento do Boateng — conforme já disse —, na medida em que foi um poderoso sinal de alerta. Agora cabe a nós tomarmos as medidas adequadas. Sinto que o que deveríamos fazer é instruir as federações e confederações, sobretudo os comitês disciplinares, a serem bastante firmes. Não basta dar multa. Jogar sem torcida é uma das sanções possíveis, mas o melhor seria a perda de pontos e o rebaixamento da equipe, porque finalmente o clube seria responsável pelos seus espectadores.
O ano passado foi bastante rico para o futebol. Quais foram os destaques de 2012, na sua opinião?
Sem dúvida, o destaque de 2012 para mim foi o futebol feminino. Tivemos duas competições no calendário da FIFA, a sub-20 e a sub-17. O Feminino Sub-17 foi disputado pela primeira vez em um país muçulmano, o Azerbaijão, e foi um enorme sucesso com um campeão surpreendente, a França. Tivemos o Sub-20 no Japão, e o campeão não foi uma surpresa porque as garotas dos Estados Unidos têm trabalhado duro no desenvolvimento do futebol e o país já faz isso há vários anos. O ponto alto, porém, foram os Jogos Olímpicos em Londres. Quem teria previsto — começando por mim, preciso admitir — tantos espectadores e tamanho entusiasmo pelo futebol feminino? Quem teria imaginado essa imensa euforia, finalmente, em torno do futebol feminino? Foi sensacional. Ter 80 mil pessoas para um jogo em Wembley, o templo do futebol masculino, foi realmente especial. Não foi uma surpresa que pela terceira vez seguida as americanas foram campeãs olímpicas, derrotando o Japão, de quem perderam a final da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2011. Mas também tivemos o Torneio Olímpico de Futebol Masculino, que terminou com uma grande zebra, já que o México surpreendeu o Brasil. Houve outro grande evento, também, a Copa do Mundo de Futsal na Tailândia, e tivemos a mesma final dos últimos anos: Espanha contra Brasil. Os brasileiros saíram novamente vitoriosos após a prorrogação, marcando o gol nos últimos segundos de jogo. Depois tivemos um campeão surpreendente, mas um bom campeão, no Mundial de Clubes: o Corinthians, grande clube de São Paulo. Os torcedores do Corinthians mostraram ao mundo que são mais que meros torcedores. O Corinthians ganhou a partida contra o Chelsea, o campeão europeu, e houve muita empolgação nas Américas, de norte a sul, pois o continente voltou a ganhar esse título.

"Tivemos um campeão surpreendente, mas um bom campeão, no Mundial de Clubes: o Corinthians, grande clube de São Paulo. Os torcedores do Corinthians mostraram ao mundo que são mais que meros torcedores", afirmou o mandatário do futebol mundial.

A tecnologia da linha do gol foi usada pela primeira vez na Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2012. Nenhum caso específico exigiu a intervenção do sistema, mas o senhor considera a medida importante para a arbitragem?
Os árbitros disseram que é uma grande ajuda para eles. Esta é a solução para dizer se a bola entrou no gol ou não. Pelas câmeras de televisão não dá para ver, porque a bola é muito rápida, e o olho humano também não consegue. Agora temos um sistema e precisamos usá-lo. Tomei essa decisão vendo a Copa do Mundo da FIFA 2010, quando o (Frank) Lampard marcou um gol e todo mundo na televisão viu, mas não os árbitros da partida. Portanto, afirmei que, se tivermos sistemas adequados, precisamos usá-los na próxima Copa do Mundo da FIFA. Se não os utilizarmos e acontecer uma situação semelhante, de fato pareceremos tolos. Agora temos os sistemas, os utilizamos no Mundial de Clubes e usaremos um na Copa das Confederações — é um passo adiante. É só uma questão de tempo até eles serem adotados nos principais campeonatos, já que é uma grande ajuda para os árbitros e eu diria que também será o melhor juiz para dizermos se um gol foi ou não marcado.
A manipulação de resultados é outra questão em voga na atualidade. Considera que ela seja um dos inimigos do futebol?
É um dos males do futebol. Se as pessoas souberem que uma partida pode ser manipulada, não vão acreditar mais nos resultados do esporte. Estamos trabalhando junto com as autoridades políticas e com a INTERPOL. O que é necessário é a solidariedade da comunidade do futebol. Então, quando jogadores, técnicos e árbitros forem procurados por fraudadores, eles deveriam denunciar imediatamente, agindo como informantes. Só então podemos intervir de maneira efetiva. O melhor técnico do mundo, Vicente Del Bosque, falou sobre isso quando recebeu o prêmio de Treinador do Ano da FIFA no Futebol Masculino — ética e solidariedade no futebol.
Um conjunto de reformas está em andamento na FIFA. Está satisfeito com a implementação?
Sim, com certeza. Completamos dois terços das medidas que planejamos. Agora temos um Comitê de Ética independente com duas câmaras. Temos um comitê independente de auditoria e conformidade, e já tomamos algumas decisões referentes ao Estatuto — a designação da Copa do Mundo da FIFA agora será feita pelo Congresso a partir de uma lista preparada pelo Comitê Executivo. Agora estamos na última fase e a concluiremos levando ao Congresso de 2013 algumas propostas de emenda ao Estatuto. O Congresso vai se manifestar sobre a duração dos mandatos, limites de idade e temas do gênero. Estamos consultando as federações nacionais por intermédio das confederações, e na reunião de março do Comitê Executivo teremos os resultados e veremos o que precisamos mudar. Mas, honestamente, o Estatuto de hoje corresponde à realidade do futebol. O que era especialmente necessário para nós era termos o Comitê de Ética e o Comitê de Auditoria e Conformidade, mas isso só vai funcionar se eles forem implementados em todas as federações e confederações. A FIFA sozinha não pode ser o tribunal para as 300 milhões de pessoas envolvidas no futebol. Também agradecemos o Comitê Independente de Governança do Professor (Mark) Pieth, que nos aconselhou e incentivou a olharmos para dentro. Estou convencido de que concluiremos o programa de reforma no próximo Congresso da FIFA, nas Ilhas Maurício. Se você olhar para o Comitê Executivo da FIFA, até maio haverá diversas mudanças em relação aos primeiros passos que tomamos em 2011.
                            Joseph Blatter, presidente da Fifa
"Afirmei que, se tivermos sistemas adequados, precisamos usá-los na próxima Copa do Mundo da FIFA. Se não os utilizarmos e acontecer uma situação semelhante, de fato pareceremos tolos". Disse, Blatter sobre a tecnologia da linha do gol

Faz 38 anos que o senhor está na FIFA. Nesse período, a entidade atravessou momentos de tranquilidade, mas também enfentou tempos difíceis. Contudo, o senhor mantém o mesmo entusiasmo. Qual é a sua fonte de motivação?
Cheguei à FIFA em fevereiro de 1975. Embarquei porque tive a oportunidade de trabalhar no futebol, que sempre foi a minha paixão. Fui jogador de futebol e ainda bato bola de vez em quando. Quando comecei a trabalhar na FIFA, imediatamente vi que o futebol é mais que um jogo, e percebi isso mais especificamente na África. Mas na verdade acontece no mundo todo. É a minha vida e ainda estou convencido de que estamos no caminho certo, porque o futebol precisa desempenhar uma função social e cultural na sociedade por meio da disciplina, do respeito e do fair play. Se conseguirmos levar disciplina, respeito e fair play para as nossas famílias, para as escolas, para a política, para a economia, para todos os aspectos da sociedade, então teremos conquistado alguma coisa. Não será fácil, porque se você tem uma família de 300 milhões de pessoas, não pode convencer todo mundo de estar no caminho certo, mas ainda assim tentamos. Uma coisa de que precisamos cuidar agora e no futuro é a saúde, porque não é bom só desenvolver o esporte e ter mais jogadores, técnicos e árbitros se não cuidarmos da saúde dos participantes.
A Copa das Confederações da FIFA, que é vista como um ensaio geral da Copa do Mundo, será realizada em 2013. São altas as suas expectativas para o torneio em termos de futebol e de organização?
Será uma espécie de ensaio geral para o Comitê Organizador Local e, principalmente, para a logística. Não há dúvida de que os estádios estarão prontos, mas queremos ver a forma como os estádios serão ocupados e desocupados, a forma como as pessoas serão transportadas e todas essas questões logísticas. Mas falar em ensaio não faz justiça ao evento, que é um verdadeiro duelo de campeões. Olhando as equipes classificadas, é extraordinário! 
Em 2013 também teremos a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA, que será disputada na Turquia. Por que o senhor é tão ligado a esse torneio?
O Mundial Sub-20 foi o primeiro que colocamos no programa quando começamos com João Havelange, o presidente da FIFA na época, que teve a ideia de que o futebol deveria ser universal — esse era o programa de desenvolvimento. Mas para desenvolver o futebol é preciso mais que os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo da FIFA. O torneio sub-19 foi lançado em 1977, com a primeira edição na Tunísia. O segundo, que já foi consideravelmente grande, aconteceu em Tóquio, e a final deu início ao legado de Maradona. A Argentina marcou três gols nos últimos dez minutos, depois de estar perdendo para a União Soviética, e dali em diante o torneio sub-20 se transformou em um palco para os astros do futuro. Em termos de importância para a FIFA, certamente é a segunda competição mais importante, atrás da Copa do Mundo.

Fonte: Fifa.com

Marcus Merk é o melhor árbitro do século XXI


A Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) considerou o alemão Markus Merk como o melhor árbitro do século XXI, numa lista divulgada hoje. Merk, que é odontólogo e já encerrou sua carreira, foi considerado por três vezes o melhor árbitro do mundo.
O primeiro árbitro português na lista é Vítor Pereira (Portugal), atual presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, ocupando o 30.º lugar da lista de melhores juízes do século.
Pouco abaixo está outro luso, Pedro Proença (que, recorde-se, foi eleito árbitro do ano de 2012), na 32.ª posição.
 

Os 10 melhores árbitros do século XXI:

1.º Markus Merk
2.º Jorge Luis Larrionda
3.º Oscar Julián Ruiz
4.º Frank De Bleeckere
5.º Howard  Webb
6.º Massimo Busacca
7.º Lubos Michel
8.º Pierluigi Collina
9.º Roberto Rosetti
10.º Kim Milton Niels

Fonte/NafGuarda e Refereetip 
PS: Nenhum árbitro do futebol brasileiro aparece entre os principais homens de preto, na lista da Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Michel Platini: Árbitros podem agir contra o racismo

O Presidente da Uefa, Michel Platini, explicou como os árbitros podem agir perante situações de racismo em jogos da Uefa, podendo mesmo decretar a suspensão definitiva de um encontro.
por Mark Chaplin
de Nyon
Michel Platini: Árbitros podem agir contra o racismo
O Presidente da UEFA, Michel Platini ©AFP

O Presidente da Uefa, Michel Platini, sublinhou as medidas que os árbitros principais estão autorizados a tomar em caso de incidentes de racismo em jogos da entidade, que podem mesmo passar pela interrupção definitiva do encontro.
Em conversa com a estação de rádio francesa RTL, Platini elogiou também a atitude de Kevin-Prince Boateng, médio ganês do AC Milan, que decidiu abandonar o terreno de jogo em resposta à conduta racista evidenciada pelos adeptos adversários numa partida amigável disputada no início deste mês. Boateng foi seguido de imediato pelos seus colegas de equipa e o jogo terminou aí.
Criamos normas para serem colocadas em prática pelos árbitros na UEFA Champions League e na UEFA Europa League, explicou Platini. A Uefa foi o primeiro organismo regulador do futebol a fornecer aos árbitros diretrizes sobre os passos a tomar em caso de ocorrência de eventos racistas durante os jogos. Em Julho de 2009, o Comitê Executivo da UEFA aprovou uma série de diretrizes que os árbitros devem seguir para lidar com incidentes relacionados com o racismo dentro dos estádios, dando mesmo aos juízes o poder de darem o encontro por terminado, nos casos mais graves.
Se um árbitro se aperceber de quaisquer comportamentos racistas sérios ou se de tal for informado por parte do quarto árbitro, deve, em primeiro lugar, parar o jogo e pedir para que seja efetuado um anúncio público através dos alto falante do estádio pedindo para que se termine de imediato com os referidos comportamentos. Caso esses comportamentos racistas não cessem com esse aviso após o retomar do encontro, o segundo passo do árbitro será a suspensão do encontro por um período razoável de tempo, por exemplo cinco ou dez minutos, pedindo as equipes que se recolham aos vestiários. É feito um novo anúncio público através do sistema sonoro do estádio.
Como terceira e última medida, em caso de persistência dos comportamentos racistas, o árbitro pode decretar, em definitivo, o fim do jogo.
Debruçando-se sobre Kevin-Prince Boateng, Michel Platini referiu que fez questão de elogiar o jogador pela sua decisão de abandonar o terreno de jogo. "Gostei muito da sua atitude. Enviei mesmo uma mensagem ao presidente do AC Milan, Adriano Galliani, a congratular-me com a situação. Achei a decisão um passo extremamente positivo."
O Presidente da UEFA reiterou a política de tolerância-zero do organismo que dirige para com o racismo. Cabe-nos a nós afastar de vez do futebol todos estes indivíduos que vão aos jogos com outros intuitos, que nada têm que ver com o desporto.
Fonte: Uefa.com

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Árbitro tem que ter vocação


O ex-árbitro de futebol da Federação Paranaense de Futebol, Rubens Maranho (in memoriam), a quem qualifico como uma das maiores autoridades no assunto arbitragem, quando dirigiu o extinto Departamento de Árbitros da entidade (1982/1985), tinha por hábito realizar reuniões semanais com o quadro de árbitros da entidade.
 
Nas reuniões, Maranho enfatizava que o indivíduo que almejasse laborar na sibilina função de árbitro de futebol, dada a complexidade de ter que interpretar e aplicar as Regras do Jogo de Futebol numa fração de segundos, sem direito a equívocos, tinha que ter tendência, talento, aptidão e, sobretudo, vocação. 
 
O preâmbulo acima me veio a mente em Buenos Aires, quando navegava na internet buscando notícias para esta coluna. Na ocasião, encontrava-me sentado na arquibancada do estádio do Boca Juniors (La Bombonera), onde estive a passeio na semana que passou. 
 
E ao abrir o sítio da Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), que está sediada em Nuremberg (Alemanha), deparei-me com o recente ranking daquela entidade reconhecida pela Fifa, que versava sobre os melhores árbitros de futebol do planeta.
 
E ao desnudar a indigitada lista não encontrei nenhum árbitro do futebol brasileiro entre os vinte melhores do mundo. Não acreditei, e decidi ler, rever e trever a lista dos  melhores homens de preto, e, a decepção foi total. Não encontrei ninguém. Por que não há um único nome listado (pela IFFHS) da arbitragem nacional? Resposta: está faltando talento, aptidão e vocação àqueles indicados pelas federações estaduais a Relação Nacional de Árbitros de Futebol (Renaf) da CBF.
 
O ranking divulgado pela IFFHS é para ser meditado com muita acuidade e desvelo pela direção da Confederação Brasileira de Futebol e sua Comissão de Árbitros. A ausência de um membro do quadro nacional de árbitros da CBF na nominada lista me dá uma certeza: Ou rompe-se o modelo arcaico de formação e aprimoramento do árbitro de futebol no país pentacampeão de futebol, e, implementa-se um novo modelo de gestão, em especial aos árbitros pré-selecionados para a Copa de 2014, ou então, nossos apitos serão meros coadjuvantes no próximo Mundial. 
 
PS (1): Wilmar Roldan (Fifa/Colômbia) foi laureado como o melhor árbitro das Américas e o oitavo do mundo. Roldan apita neste meio de semana pela Copa Libertadores da América, a partida LDU/Equador x Grêmio/Brasil. Já Carlos Vera (Fifa/Equador), ficou com a décima quinta posição.

PS (2): Faço o notável registro de que  o Blog Apito do Bicudo, desde a última quinta-feira está linkado com um dos mais conceituados sítios de arbitragem do Brasil. Falo do Voz do Apito (www.vozdoapito.com.br), que tem a direção do jornalista Pedro Paulo. Outrossim, me sinto lisonjeado com a deferência do jornalista em tela, e, por extensão, continuaremos nosso trabalho em benefício do aprimoramento e da melhora da qualidade da arbitragem brasileira, que vivencia momentos  difíceis em termos qualitativos.

domingo, 20 de janeiro de 2013

ENTREVISTA

 Foto: Apito do Bicudo
É uma felicidade muito grande, afirma Wilmar Roldan.

O árbitro Wilmar Roldan (foto-Fifa-Colômbia), acostumado à frase, "o bom árbitro é aquele que você não percebe", assim que foi escolhido o melhor das Américas na modalidade, deixou a timidez de lado e falou sobre sua carreira e da premiação da Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). Roldan foi escolhido como o oitavo melhor árbitro do mundo e o melhor da América. A Revista Árbitro do meu amigo José Borda, assim que soube do fato foi ouvi-lo. Confira abaixo a oitiva do indigitado árbitro sobre a premiação, carreira, Copa do Mundo etc.......

Como recebeu um prêmio inusitado a um arbitro tão jovem como você?
R) Com grande felicidade. É um prêmio à perseverança e ao trabalho que venho desenvolvendo. Aproveitei as oportunidades e isso me deixa feliz. É uma vantagem nesta corrida que queria que acabasse, se tudo correr bem, com a indicação em 2014 para apitar a Copa do Mundo no Brasil.

O que você acha que observaram para lhe dar este reconhecimento?
R) Eu tive um excelente ano em 2012. Fui o árbitro da final da Libertadores, participei dos Jogos Olímpicos em Londres, e, por ter o maior número de jogos (onze) apitados na Libertadores, sem problemas e com a presença de observadores com profundo saber nas Regras do Jogo de Futebol, acredito me qualifiquei para receber a premiação da IFFHS.  

Na Colômbia você é muito conceituado. Qual é o segredo?
R) Internacionalmente, venho sendo escalado nos principais eventos. Na Colômbia também sou reconhecido. Das últimas cinco finais fui chamado a dirigir quatro. As coisas estão indo bem. Isto significa que a nossa arbitragem está no caminho certo e que a Comissão de Arbitragem colombiana, age acertadamente nos ensinamentos ministrados.

A sua classificação é a mais importante da América do Sul. Há renovação?
R) Já existe uma nova geração, tem o Carlos Vera e eu. Somos a esteira dos excelentes árbitros, como Oscar Ruiz, que é meu espelho e que atingiu coisas boas. É o momento para os novos apitos.

Como é o caminho de um árbitro para Copa do Mundo?
R) Este é o terceiro ano do processo para o Mundial no Brasil. Na semana passada participei do Curso de Alto Nível da Fifa em Mendoza (Argentina).  Em abril vou ao Paraguai e em maio ao Rio de Janeiro. Daqui serão elegidos os apitos para o Mundial Sub-20 na Turquia, da Copa das Confederações e quiçá do Brasil.

Como é a sua "eliminatória", como se prepara?
R) Temos de estar fisicamente e mentalmente muito bem preparados.  Exigem dos árbitros que eles sejam iguais aos atletas, inteligentes, que saibam ler e levar adiante os jogos, com o menor número de equívocos possível. Além disso, devemos estar atualizados no que a Fifa nos solicita, com experiência no âmbito internacional. Temos que vivenciar futebol vinte e quatro horas por dia.

E como é vivenciar vinte e quatro horas de  futebol?
R) Eu vejo todos os jogos que posso e procuro estar ciente de tudo: jogadores, treinadores, clubes, táticas, estratégias, regulamentos.

Num jogo, quanto vê de futebol e quanto vê do desempenho do árbitro?
R) Cinquenta por cento x cinquenta por cento. Sempre que estou escalado procuro estudar ao máximo todas as nuances da partida que vou dirigir. Qual é o jogador mais habilidoso, qual é o atleta mais pegador, quem são os atletas problemáticos, o comportamento dos membros da área técnica, tudo isso deve ser levado em consideração quando tiver que tomar uma decisão no campo de jogo.
Fonte: José Borda/Revista Árbitros

PS: (1) Enquanto Wilmar Roldan, foi escolhido o melhor árbitro de futebol das Américas e o oitavo melhor do planeta, o futebol brasileiro que atravessa uma crise de qualidade na arbitragem sem precedentes, não conseguiu emplacar  nenhum apito entre os quinze melhores na função.  

PS: (2) Pedro Proença (Fifa/Portugal), que dirigiu a final da Liga dos Campeões da Europa e a final da Eurocopa em 2012, foi laureado como o melhor árbitro de futebol do mundo, pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Notícias do apito

Foto: Conmebol
CBF abriu os olhos (1)
Passaram-se anos, muitos pois, sem que a arbitragem brasileira tivesse um disciplinamento nobre, ou seja: na proporção das necessidades. O aprendizado sempre foi ditado de forma precária sem sentimento coletivo de ensino profissional, dando-se ao assunto menor prioridade. Agora parece que o tema foi observado com a atenção devida merecendo, inclusive, a CBF “aquele abraço”.
CBF abriu os olhos (2)
As afirmações contidas na nota introdutória nesta mensagem eletrônica é para noticiar que, finalmente, a entidade que comanda o futebol brasileiro (CBF) criou a Escola Nacional de Arbitragem destinada a propiciar um modo diferente, mais conciso, e que deverá alcançar o Brasil de ponta a ponta. A referência é para esta escola, que pelo próprio título abrangerá o país todo, com unidades de ensino tendo a frente mestres competentes e pondo fim a uma política nefasta de formação de árbitros com raras exceções, nas federações estaduais.
Fim do martírio? (1)
Foi designado como Diretor da Escola Nacional de Árbitros, o professor Sérgio Corrêa da Silva (foto), que espera-se dê um basta no sofrimento que vêm sendo imposto aos clubes, sobretudo aqueles que disputam as competições de ponta do futebol brasileiro, que são vitimados pela avalanche de decisões dos árbitros malformados pelas federações. 
Fim do martírio? (2)
A presença de Corrêa na nominada escola, deve encerrar um ciclo vergonhoso  no País pentacampeão de futebol, que convive há muitos anos com a presença de pessoas na formação de árbitros sem o conhecimento (técnico, tático, físico e psicológico) e das Regras do Jogo de Futebol. A didática empregada nos cursos de formação de importante personagem nas federações estaduais há mais de duas décadas, pode ser observada e dimensionada nas péssimas arbitragens que vivenciamos nos últimos anos na Copa do Brasil e nos campeonatos brasileiros.
Fim do martírio? (3)
Resta saber, se Sérgio Corrêa, terá apoio da direção da CBF e destemor para lancetar esse “tumor maligno”, que esta incrustrado na maioria esmagadora das comissões de arbitragens das federações estaduais, e, por conseguinte, a frente das escolas de arbitragens. Explico: a maioria desses alienígenas que ocupam os cargos acima mencionados, são “apaniguados” dos presidentes dessas federações, e estão lá para “faturarem alguns trocados”. Essa gente que é ignara no setor das arbitragens, na sua maioria nunca apitou sequer uma partida de futebol de conjunto habitacional, não vivenciaram situações reais envolvendo o árbitro no campo de jogo, e, portanto,    não tem o menor comprometimento com a formação e a carreira dos futuros formandos.
Prateleira cheia, qualidade duvidosa
A maioria das federações estaduais está com excesso de árbitros, porém, a qualidade é constantemente questionada. Tenho conhecimento de que há situações  em alguns estados, que as competições realizadas não conseguem absorver o contingente expressivo de apitos. Outrossim, fui informado de que em algumas federações, árbitros e assistentes “brigam” por escalas como um náufrago em alto mar.
Intercâmbio poderia ser a solução
As federações de futebol deveriam aproveitar a crise qualitativa que assola seus quadros de arbitragens, para estimular um intercâmbio de árbitros e assistentes entre as federações e se possível, com os Países Sul-Americanos, objetivando aprimorar e melhorar a qualidade da arbitragem brasileira.
Doce Mendoza, bela aprovação (1)
Foi realizado na cidade de Mendoza (Argentina), no período de 4 a 8 de janeiro deste ano, o Curso de Alto Nível da Fifa para os árbitros pré-selecionados para a Copa do Mundo de 2014. O curso foi comando por  Massimo Busacca, o preparador técnico dos árbitros da entidade que controla o futebol no planeta.
Doce Mendoza, bela aprovação (2)
Via Jornal dos Andes, recebo a doce informação que no teste físico realizado pela entidade internacional, o árbitro Heber Roberto Lopes (Fifa/SC),além de ser aprovado  com êxito no nominado teste, ouviu dos homens fortes da arbitragem da Fifa, que até  abril de 2014, quando será anunciada a lista definitiva dos homens de preto,  todos os  pré-selecionados tem chances de participar da Copa no Brasil. Busacca deixou  claro que o desempenho de cada árbitro e assistente e que irá colocá-lo ou não no Mundial.
Simom e Ruiz são os caras
Perguntei ao meu interlocutor que acompanhou os desdobramentos do evento em Mendoza, como a mídia esportiva Sul-Americana vê a qualidade dos apitos da Conmebol e quais são as perspectivas para a Copa das Confederações e do Mundial.  A resposta  que recebi foi: Carlos Eugênio Simon (Brasil) e Oscar Ruiz (Colômbia), deixaram um patamar em termos qualitativos, que dificilmente  será suplantado por outro árbitro.  Não satisfeito, insisti e quetionei se há alguém na atualidade na Conmebol em termos de arbitragem, que reúne as condições de repetir Carlos Simon e Oscar Ruiz.  O meu interlocutor, pensou e disse:Talvez Heber Roberto Lopes (Brasil) e Wilmar Roldan (Fifa/Colômbia), mas terão que percorrer um longo caminho.
42 anos e ponto final
A Fifa já decidiu e o anúncio virá após a Copa do Mundo de 2014. No Mundial da Rússia em 2018,  a idade limite para árbitros e assistentes  será de 42 anos. Já para a Copa de 2022 no Qatar, a entidade não tem uma posição sobre o assunto, mas há quem defenda a idéia  em Zurique de diminuir  a idade dos homens da latinha para 40 anos.
PS: Começa no final de semana o Campeonato Paranaense e em termos de arbitragem o cenário é desolador. Sem a presença do triunvirato da Fifa, que era composto por Evandro Rogério Romam, Heber Roberto Lopes e Roberto Braatz, o conteúdo qualitativo sofrerá enorme perda e o contingente que há no quadro de árbitros da Federação Paranaense de Futebol, é de qualidade precária.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Intelectual ensina o uso do apito

 Salvio Spínola Fagundes Filho - Foto: Apito do Bicudo
Quando a CA/CBF pediu ao  árbitro Salvio Spínola Fagundes Filho, que  devolvesse o escudo da Fifa no crepúsculo de 2011 e de que seu nome seria inserido na categoria especial da (Renaf) Relação Nacional de Árbitros de Futebol, a partir de 2012, Spínola sequer elucubrou a respeito da proposta que recebeu. Respondeu não e encerrou de forma magnífica sua carreira como árbitro de futebol.
Para tomar a decisão de encerrar definitivamente sua brilhante trajetória na arbitragem, Spínola, levou em consideração  os  oitocentos e setenta e dois jogos que dirigiu ao longo da sua trajetória magnífica como árbitro, as vinte finais de campeonatos que apitou, os inúmeros Torneios Sul-Americanos, a participação na direção de jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, na Alemanha, África do Sul, Coréia do Sul e a participação na Copa América de 2011. Foi este arcabouço que  propiciou o estofo necessário para o excelente árbitro, Salvio Spínola Fagundes Filho, absorver sem traumas a proposição que lhe foi feita pela CBF.
Como o árbitro de futebol no Brasil  é  utilizado como objeto descartável, Salvio Spínola, moço de ótima família, educado, visionário, formado em Ciências Contábeis com especialização em finanças,  além de laborar na arbitragem,  aproveitou o hiato que o apito lhe proporcionava formando-se também  em  Direito, onde atualmente advoga na área tributária.
Com a arbitragem vertendo nas suas veias, foi difícil ficar longe do meio do qual vivenciou por mais de uma década e logo foi convidado pelo prócer da arbitragem Sul-Americana, Dr. Carlos Alarcón, para atuar como delegado da Conmebol.
E assim que o Instrutor da Fifa Aristeu Leonardo Tavares, assumiu o comando da CA/CBF, foi convocado para ser o instrutor dos árbitros brasileiros pré-selecionados para a Copa do Mundo de 2014.
Na conversa que travou com este colunista via fone e posteriormente via e-mail , Spínola fala do final da sua carreira, do convite para ser instrutor dos nossos homens de preto, o estágio em que eles estão e diferentes temas inerentes à arbitragem. Confira abaixo.    

Por que o sr. teve antecipada a sua saída do quadro da Fifa?
Esta pergunta deve ser feita à CBF. Eu simplesmente fui informado e é assim que funciona. Me informaram que por não ter mais ciclo de Copa do Mundo, idade, eu deixaria a FIFA  para outra vaga e continuaria apitando como Árbitro Especial.  Não aceitei esta condição por entender que estava em alto nível técnico e físico. Inclusive soltei uma nota à imprensa sobre este tema.

Após ter laborado na função em diferentes pontos do planeta, como surgiu e como  recebeu o convite para ser o preparador do trio de árbitros que vai representar o Brasil na Copa de 2014?
Com muita satisfação fui convidado pelo sr. Aristeu Tavares para exercer esta função. Que fique claro que a nós, eu e o Ednilson Corona, não foi solicitado treinamento, porque esta função é dos instrutores da FIFA. A nós, foi pedido pelo presidente da CA/CBF, Tavares,  uma preparação para os Seminários da FIFA. Como passamos pelo processo de seleção de Copa de Mundo, Aristeu quer que os árbitros brasileiros cheguem mais preparados nestes seminários.

Qual é a sua função e do seu congênere Ednilson Corona na preparação dos nossos apitos?
Mostrar aos árbitros o que a FIFA exige. O que está no processo de seleção da FIFA para os árbitros. Com isso, optamos por massificar todas as atividades que a FIFA aplica, ou seja, repetimos dezenas de vezes as mesmas provas elaboradas pela entidade  internacional: regras em inglês, lances em vídeo a serem respondidos em inglês, entrevistas em inglês e lances no campo de jogo simulado por jogadores.

Em que estágio estão os nossos homens de preto no que tange ao Mundial?
No primeiro seminário saíram-se muito bem nas provas teóricas. Na prova física os dois assistentes foram bem e o árbitro não foi aprovado. A FIFA deve definir novo trio agora em janeiro.

Quais são os treinamentos que estão sendo ministrados aos árbitros que estão inseridos neste processo e qual será a trajetória até a data da Copa?
Pela FIFA o treinamento consiste em participação de seminários e torneios Sub-20, Sub-17, Copa das Confederações, Mundial de Clubes. São 54 trios onde a FIFA deve ficar com 30 ou 34, ainda vai definir. Pela CONMEBOL são 10, onde devem ficar 6 ou 7. Todo dia os árbitros são obrigados a acessarem uma plataforma de internet respondendo questões e analisando vídeos. A trajetória é um processo de seleção, onde tudo é considerado, tendo o teste físico como obrigatório. Os árbitros devem fazer aproximadamente 3 a 4 testes físicos em 2013.

O Brasil dada a posição da Fifa não terá árbitros e assistentes na Copa das Confederações. Mas quando abril de 2014 chegar e a entidade internacional anunciar os nomes dos trios que irão atuar no Mundial, o futebol brasileiro terá um trio de alto nível na Copa?
Sim, o Brasil terá um trio de alto nível em 2014.

No recém findado Mundial de Clubes no Japão, observamos que a dinâmica da arbitragem aplicada difere muito do estilo do árbitro brasileiro na marcação de infrações. Como está sendo efetivado esse tipo de trabalho de mentalização junto ao nossos árbitros que irão atuar na Copa?
Não concordo que a arbitragem aplicada difere. Para mim o comportamento do jogador difere. Veja o clube brasileiro que disputou e compare a conduta dos jogadores no Mundial e no Campeonato Brasileiro. O trio equatoriano que esteve representando a CONMEBOL não mudou sua conduta e sim teve jogos mais fáceis para apitar. No futebol brasileiro e sul-americano o árbitro é mais exigido.

Ainda em relação ao estilo diferenciado de assinalar infrações, não seria o caso de nossos apitos realizarem um estágio de curto prazo e dirigir competições da Uefa por exemplo?
Concordo em reduzir o número de faltas, mas isto não depende somente dos árbitros é uma cruzada de todos que estão no futebol. Fizemos um curso de uma semana com os dirigentes de arbitragem da Inglaterra, veja que isso não teve redução no número de faltas. O futebol precisa da consciência que é um espetáculo e todos tem que praticar o espetáculo e não somente ganhar por ganhar, um vale tudo. Esqueça as faltas e veja quantas vezes o jogador brasileiro chuta a bola para fora do campo e compare com o futebol europeu, a bola quase não sai.

Os árbitros brasileiros já receberam ou receberão orientações e treinamento a respeito da tecnologia (bola com chip) utilizada recentemente na competição do Japão, como vem acontecendo com os apitos da Uefa e de outras confederações?
Ainda não. A FIFA testou somente no Mundial de Clubes e a próxima competição será na Copa das Confederações. Conforme vai participando dos torneios os árbitros vão tomando conhecimentos desta ótima tecnologia.

Aliás, qual é a sua opinião como Instrutor de Arbitragem  no que concerne a implementação da eletrônica para auxiliar a arbitragem a dirimir lances que fujam do seu campo visual no campo de jogo?
Totalmente favorável. O ser humano já chegou ao limite para ver lances que acontecem no jogo. Este esporte não pode mais contar com a sorte que não ocorra lances impossíveis de ver. Sou católico, mas entendo que o árbitro não precisa rezar tanto no vestiário para não acontecer lances no seu jogo. O que vimos na Copa da África é impossível ver a olho humano. Há muita emoção e muito investimento para depender somente de um ser humano, ou trio, ou quarteto e até sexteto, para ver. O atual Presidente da Comissão de Arbitragem da FIFA, Máximo Bussaca teve um lance no seu primeiro jogo na Copa e teve problemas. Um dos melhores árbitros do Mundo, Jorge Larrionda teve seu retorno antecipado por um lance impossível de se visualizar  na África do Sul.  Às vezes que conversei com árbitros que acertaram estes lances perguntava a eles? “E aí, tem certeza?” E eles respondiam: “Não sei vamos ver o que a televisão mostra...”.

Qual é o legado que a Copa do Mundo que será realizada no Brasil, deixará à arbitragem brasileira?
Muita coisa. Além de estádios com melhores condições de exercer o trabalho. Acho que a Copa pode tirar do árbitro brasileiro o peso de ser responsável por tudo:  gandulas, horário de entrada de equipes no campo, uniformes, placar, hinos, fotógrafos, repórteres, tribunal, mascote dos times, torcida que joga objetos, etc e etc... são muitas coisas. No jogo FIFA o árbitro se preocupa apenas em apitar, somente isto, é já é muita coisa. Acho que a Copa vai trazer isto para a arbitragem brasileira. Atualmente o árbitro brasileiro está com muita responsabilidade além das 17 regras.

Quem são na sua opinião na atualidade o melhor árbitro do futebol  brasileiro, o melhor Sul-Americano e o melhor do mundo?
Não gosto de melhor árbitro. Gosto de melhor arbitragem. Um campeonato é feito por rodadas com 10 jogos, são necessários vários árbitros. Na Copa Coreia/Japão estava o melhor do Mundo, Collina, e a arbitragem foi uma lástima. Na Copa da Alemanha não tinha nenhum super árbitro e arbitragem foi excelente. Para mim, esse é o modelo. Prefiro 15 árbitros nota 7 e 8 ao invés de 2 nota 10 e 15 nota 4.

Como Instrutor de Árbitros e em função da sua vasta experiência, qual é o tempo suficiente para se descobrir se um indivíduo tem ou não vocação para ser árbitro promissor?
Vocação para ser árbitro em apenas 15 minutos com o apito na mão. Agora para ter uma carreira, que é importante, são necessários anos e campeonatos. O importante é uma sequência de jogos e fazer o árbitro atingir a maturidade. Eu passei por isso, quando descobri que já tinha maturidade no apito, regra 5, meus jogos se desenvolveram muito melhor.

Bela Mendoza, doce aprovação

Localizada ao pé da cordilheira dos Andes, Mendoza, cujo clima é seco e o céu quase sempre está ensolarado, é também sede de estações de esqui como Los Penitentes, uma das maiores (a Argentina é sede ainda da estação Las Leñas, a mais famosa), tem uma rica arquitetura, simpáticas praças e aventuras que podem tirar o fôlego dos mais sedentários.
Cidade média, com pouco mais de 1 milhão de habitantes, está distante 1.080 quilômetros de Buenos Aires.  A  Província de Mendoza está situada no meio da Cordilheira dos Andes e produz cerca de 70% dos vinhos argentinos.
Feito o introito, é em Mendoza que está o estafe de arbitragem  de elite da Fifa desde a última sexta-feira (4), sob o comando de Massimo Busacca, onde ocorre o Curso de Alto Nível para os apitos pré-selecionados para a Copa das Confederações e do Mundial, ambos a serem realizados no Brasil.
                                                       Foto: Apito do Bicudo
Via Jornal dos Andes, recebo a doce informação que no teste físico realizado no sábado (5), o árbitro Heber Roberto Lopes (foto-Fifa/SC), foi aprovado com êxito.
Mais informações sobre o Curso de Alto Nível da Fifa em Mendoza, na coluna de amanhã. 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Exigências para ingresso na RENAF 2013

renaf No dia 20 de dezembro de 2012, a CA-CBF encaminhou às 27 Federações o Ofício Circular 033, contendo as exigências para ingresso na RENAF 2013, cujo prazo expira em 31 de janeiro de 2013.
Considerando que a RENAF 2012 foi fechada no segundo semestre, a CA-CBF sugere a manutenção dos indicados em 2012, sendo substituídos apenas dos que atingiram a idade limite (45 anos), na presente temporada.
Para os árbitros antigos, a CA e a Corregedoria reduziram as exigências documentais, ou seja, deverão apresentar apenas: 1.1-Ficha de Inscrição preenchida e assinada. 1.2- Ficha de Medidas e do Termo de Compromisso anexo. 1.3-Certidões negativas e individuais do SPC. 1.4-Certidões negativas e individuais do SERASA. 1.5- Atestado de antecedentes e os documentos médicos específicos: 2.1-Árbitros e Assistentes FIFA – Ficha Médica da entidade máxima.
Para os NOVOS, os documentos exigidos são mais completos: 1.1-Ficha de Inscrição Árbitro preenchida e assinada; 1.2-Uma foto 3×4 para credencial e uma de 5×7 (TIPO PASSAPORTE), ambas de terno e gravata para homens; 1.3-Certidões negativas dos cartórios de distribuição criminal; 1.4-Certidões negativas dos cartórios de distribuição civil; 1.5-Certidões negativas e individuais do SPC; 1.6-Certidões negativas e individuais do SERASA; 1.7-Cópia do diploma de conclusão do terceiro grau; 1.8-Cópia autenticada do diploma de formação de árbitros; 1.9-Autorização para pesquisa documental à corregedoria da arbitragem (modelo anexo).
Avaliação física: Os documentos para o FIFA TEST são os mesmos para todos (exceto os internacionais), ou seja, a.1-Atestado de capacitação física para exercer a atividade (eletrocardiograma de esforço e ecocardiograma); e, a.2) atestado de acuidade visual para exercer a atividade de Árbitro de Futebol.
Prazo de validade dos exames: prazo mínimo de 120 dias da data da avaliação física.
NOVIDADE: Os ASSESSORES DE ARBITRAGEM deverão encaminhar: a) Ficha de Inscrição 2013 preenchida e assinada; b) Certidões negativas e individuais do SPC; c) Certidões negativas e individuais do SERASA; e d) Atestado de bons antecedentes.
Para facilitar a conferência, a CORREGEDORIA reitera às CEAF´S que enviem a documentação em uma única remessa e não “picado”.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Copa do Nordeste: Reuniões técnicas para árbitros e assistentes

O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Aristeu Tavares, comunica que haverá, entre os dias 9 e 19 de janeiro, reuniões técnicas para os árbitros e assistentes que poderão ser aproveitados nos sorteios para a COPA DO NORDESTE 2013.

Acompanharão Aristeu Tavares como instrutores os Profs. Antonio Pereira da Silva, Dionisio Roberto Domingos e Nilson de Souza Monção.
Aristeu Tavares comanda equipe de instrutores nas reuniões técnicas
A programação é a seguinte:
Sede – Aracaju/SE: Árbitros, Assistentes, 1 Instrutor Técnico de Alagoas e Bahia. Do estado de Sergipe, se possível 2 (dois) Instrutores Técnicos. Data: 09, 10 e 11 de janeiro de 2013
Sede 2 – Recife/PE: Árbitros, Assistentes, 1 Instrutor Técnico da Paraíba e Rio Grande do Norte. De Pernambuco, se possível 2 (dois) Instrutores Técnicos. Data: 12, 13 e 14 de janeiro de 2013
Sede 3 – Fortaleza/CE: Árbitros, Assistentes, 1 Instrutor Técnico do Maranhão e Piaui. Do Ceará, se possível, 2 (dois) Instrutores Técnicos. Data: 15, 16 e 17 de janeiro de 2013
Programação Padrão
Dia 1 – a) 08h30 as 11h30 – Reunião técnica com Instrutores das UFs (OBS.: Se possível, os Instrutores devem chegar na noite anterior ao Dia 1)
Dia 1 – b) 15h00 as 17h30 – Sala de Aula com apoio de multimídia, água, café e suco.
Dia 2 – c) 08h30 as 11h00 – Prática – Campo de Jogo, com todo material para tal / água.
Dia 2 – d) 15h00 as 17h30 – Prática – Campo de Jogo, com todo material para tal / água.
Dia 3 – e) 08h30 as 12h00 – Sala de Aula com apoio de multimídia, água, café e suco.
MAIS DETALHES: http://www.anaf.com.br/2014/?p=3547