domingo, 11 de novembro de 2012

Ajudando a acabar com a mediocridade


Foto: Esportes.r7.com


No momento em que se noticia a realização do 31º Congresso da Associação Nacional de Árbitros de Futebol, em São Paulo, cujo  tema principal é o destino da arbitragem brasileira, nos tempos atuais angustiada pela precariedade de valores técnicos, chegando a este estado de mediocridade, é recomendável ouvir os especialistas do tema, entre os quais eu me incluo, para tentar encontrar um norte para a arbitragem nacional. Seguem as minhas considerações.

1) Que os dirigentes da Anaf renunciem aos cargos de assessor de arbitragem e de delegado especial na CBF, nas comissões de arbitragens das federações, cooperativas etc......... A medida visa dar transparência e legitimidade aos atos dos dirigentes da entidade em defesa dos árbitros.  Explico: há dirigentes da Anaf exercendo duplas e até triplas funções nos órgãos acima mencionados, o que é antiético, ilegal e é denominado no jargão sindical como “peleguismo”.

2) Que a Anaf faça constar na “Carta de São Paulo”, a elaboração de  um plano de modernização de excelência da arbitragem brasileira, em conjunto com a CA/CBF. Esse plano posteriormente deve ser encaminhado ao presidente José Maria Marin.

3)  Que a Anaf dê conhecimento aos árbitros que compõem a (Renaf) Relação Nacional de Árbitros de Futebol, os valores pagos e o tempo de contrato da empresa que veste e estampa sua logomarca nos uniformes dos apitadores que atuam na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.

4)  Que a Anaf também divulgue os valores e o tempo de duração do contrato com a empresa que exibe a logomarca na manga das camisas dos árbitros, que atuam nas competições da CBF.

5)  Que as cifras dessas duas logomarcas, sejam revertidas em benefício da confraria do apito, conforme determinação da Fifa, com a realização de painéis, seminários, congressos, tendo como finalidade precípua a requalificação da arbitragem nacional.  Informo: Na Alemanha, Espanha, Inglaterra, Itália e mais recentemente Portugal, toda a verba publicitária estampada na indumentária dos homens de preto, é repassada em benefício da arbitragem. Sendo que na Inglaterra e na Itália, as empresas que vestem os árbitros, concedem aos mesmos, agasalho, tênis, meias, chuteiras, bermudas, camisas, jaqueta de nylon e terno. Além do exposto, os patrocinadores patrocinam cursos qualificatórios à arbitragem dos países aqui niominados.

6)  Que no plano de modernização da arbitragem brasileira, estabeleça-se uma padronização na composição dos membros das comissões de arbitragem e das pessoas que exercem a função de professores das Escolas de Formação de Árbitros, nas federações estaduais. A avalanche de árbitros malformados pelo País afora é vista semanalmente a cada rodada do Brasileirão e suas consequências estão proporcionando um prejuízo inominável ao futebol brasileiro. A atual safra de árbitros com raras exceções não é ruim, é horrível! 

7)  Que a Anaf sugira ao presidente da CBF, a extinção de um grupo de “alienígenas”, que travestidos de assessores de arbitragem, com a maior cara de pau, são vistos diariamente em locais privilegiados nos estádios, inclusive, com carteira da entidade, avaliando o desempenho do sexteto de árbitros.  Informo: fui informado e fui constatar a veracidade, de que há um grupo seleto laborando na função que é semianalfabeto na língua portuguesa e nas Regras do Jogo de Futebol.

8)  Em junho do ano que vem – ou seja, em sete meses, começará a Copa das Confederações, evento de teste para o Mundial de futebol em 2014. Levas de turistas visitarão o Brasil, e o mundo acompanhará  o torneio que envolverá países como Espanha, Itália, Japão e México. E pelo andar da carruagem, o futebol brasileiro não conseguiu, até o momento, alavancar um projeto de alto nível, com vistas a preparar dois trios de árbitros para a competição. Tanto é verdade que o árbitro Wilson Luiz Seneme, indicado para representar o Brasil, foi reprovado no teste físico da Fifa, em Zurique, no último mês de setembro. Diante do exposto, sugiro a Anaf transformar  parte do espaço físico  da Granja Comary (RJ), num centro de treinamento de excelência aos árbitros e assistentes pré-selecionados até a Copa do Mundo.

9)  Que seja inserido na carta, a proposição de intercâmbio entre as federações estaduais, senão na sua totalidade, nas fases decisivas dos campeonatos que elas realizam, objetivando padronizar as tomadas de decisões da arbitragem no campo de jogo. Explico: o que se tem observado na Copa do Brasil e no Brasileirão é cada  árbitro interpretando e aplicando a sua própria regra.

10) Que a Anaf explique na íntegra como está o Projeto de Lei 6405/2002 e seus apensos, que versa sobre a profissionalização do árbitro de futebol no Brasil. E por último, que seja formada uma força-tarefa com propulsão para que o indigitado projeto seja encaminhado a Câmara dos Deputados para votação.

PS: enquanto escrevia o texto em tela, fui informado que a direção da Anaf informou aos presentes no Congresso, que a empresa que estampa a sua logomarca na vestimenta dos árbitros que apitam a Copa do Brasil e em todas as séries do Brasileirão, deposita na conta da entidade a quantia de (R$ 9.600.00 mensais, o que significa R$ 115.200.00)  anuais. Se analisado com equilíbrio a dimensão do Campeonato Brasileiro, o montante que é pago pelo espaço utilizado nas meias, bermudas e nas camisas dos árbitros, é uma quinquilharia. Acredito que este é um dos motivos pelos quais o desempenho da arbitragem nacional está se tornando horrível. Falta valorização ao árbitro de futebol brasileiro.

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