quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Notícias do apito



Uma promessa fraudulenta de anos (1)
Quando explodiu o maior esquema de delinqüência já implementado na arbitragem brasileira em 1998, sob o comando de Ivens Mendes, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, anunciou no dia seguinte que iria constituir uma comissão de alto nível, com a finalidade de viabilizar estudos no sentido de profissionalizar o árbitro de futebol no Brasil. Muito barulho,  muita promessa e nada aconteceu.
Uma promessa fraudulenta de anos (2)
Três anos depois, nova encrenca coloca de um lado o árbitro paulistano Alfredo dos Santos Loebeling e do outro Armando Marques, um dos maiores especialistas em arbitragem do planeta. Loebeling, indicado para a Fifa por Marques, apitou a partida final da segunda divisão do Brasileiro de 2001 Figueirense (SC) x Caxias (RS), em Florianópolis. O time da casa vencia por 1 a 0 e a torcida invadiu o gramado quando faltava 1m50s para o final. Loebeling interrompeu o jogo, mas disse ao capitão do Caxias e às rádios locais que o jogo iria continuar. No entanto, como os torcedores levaram uniformes, redes e bolas, a partida não pôde ser reiniciada. Loebeling afirma que, de início, contou a história verdadeira na súmula. “Mas fui coagido pelo Armando a adulterar o relatório. Ele me obrigou a dizer que eu encerrei o jogo e dei dois minutos de acréscimo em vez de três. Depois, na CBF, negou tudo e ameaçou acabar com a minha carreira”, denunciou o árbitro, que admitiu também ter pisado na bola ao sucumbir à pressão. Os dois levaram suspensão preventiva de 30 dias e o nominado árbitro sumiu do cenário do apito. Profissionalizar o árbitro é a única maneira de acabarmos com isso, disse Teixeira à imprensa dias após o ocorrido. Ficou na promessa.
Uma promessa fraudulenta de anos (3)
Em 2005, nova problemática envolvendo o  ex-árbitro da Federação Paulista de Futebol, Edilson Pereira de Carvalho. Flagrado em escutas telefônicas, o indigitado apito confessou sua participação num esquema de apostas do Brasileirão daquele ano.  Resultado:  viu o sol nascer quadrado por algumas horas, e, logo a seguir fez uma composição com a Justiça. “Pego de surpresa”, Ricardo Teixeira, após consultar o presidente do (STJD) à época, Luiz Zveiter, decidiu anular as partidas que o árbitro em tela tinha apitado. Acoplada a anulação dos jogos, Teixeira, voltou a  afirmar, que a situação da arbitragem no País pentacampeão, diante do episódio negativo sofreria profundas modificações em poucos  meses, citando mais uma vez a profissionalização como solução para equacionar o imbróglio.
Uma promessa fraudulenta de anos (4)
Corria o mês de setembro de 2007, quando uma verdadeira catástrofe se abateu na arbitragem em âmbito nacional, com uma série de erros grotescos de árbitros e assistentes no Campeonato Brasileiro, conjugado com um teste teórico sobre as Regras do Jogo de Futebol, onde apenas 45.1%, dos 416 árbitros obtiveram nota 7.  Inconformado com a repercussão do fato, o presidente da CBF determinou ao então presidente da CA/CBF Sérgio Corrêa, a elaboração de um grupo de estudos com o objetivo de preparar a profissionalização da arbitragem brasileira num futuro não muito distante. Ricardo Teixeira renunciou a presidência da CBF e nada aconteceu.
Uma promessa fraudulenta de anos (5)
No último final de semana, no prélio Internacional/RS x Palmeiras/SP, o árbitro Francisco Carlos Nascimento (Fifa/AL), validou um gol em que o atacante Barcos da equipe do Palmeiras, utilizou a mão para conseguir seu intento. Detalhe: além do árbitro central, não observaram a atitude  antidesportiva do atleta esmeraldino, o assistente adicional que fica postado atrás da meta e o assistente que corria do lado onde aconteceu a infração. Qual foi a expressão que mais se ouviu após o incidente? Temos que profissionalizar o árbitro de futebol. Mentira! Hipocrisia! Não  vai acontecer nada.
Como melhorar a qualidade (1)
Como a temporada já terminou, resta a CBF se deseja mudar o quadro de  pauperidade vigente, iniciar um processo de renovação e requalificação na Renaf para o ano que vem, a partir das federações estaduais. Renovação que deve ser efetivada a partir dos membros das Comissões de Arbitragens, que em alguns casos são leigos nas regras do futebol e semianalfabetos na língua portuguesa. Além disso, iniciar um processo de motivação no sentido de que os árbitros e assistentes leiam e muito o livro Regras do Jogo de Futebol. É o caminho para uma melhora sensível na qualidade do apito brasileiro, que está às portas de dois eventos importantíssimos. A Copa das Confederações em 2013 e o Mundial de 2014.
Como melhorar a qualidade (2)
Uma outra situação que precisa ser definida pela CBF, é a participação dos dirigentes de entidades classistas, que estão exercendo a função de observadores de arbitragem, delegado especial nas competições da CBF e membros das comissões de árbitros em algumas federações. Isso é incompatível, antiético, imoral. Como pode um dirigente da Anaf ser observador de árbitros (terá que relatar as deficiências do quarteto de arbitragem CA/CBF), e posteriormente vir a defende-los? Não se pode servir a dois senhores.
                                                       Foto: Julio Cancelier/Anaf
 Projeto de Lei 6405/2002
Quanto a Associação Nacional de Árbitros de Futebol, não resta outra alternativa. Ou se envolve de corpo e alma no projeto aqui nominado, que versa sobre a regulamentação da profissão do árbitro de futebol, ou então, o discurso da sua diretoria em curto espaço de tempo cairá na vala comum. Projeto que se encontra dormindo numa das gavetas do Congresso Nacional. Nunca é demais lembrar, que ele foi aprovado por unanimidade no Senado Federal em março/02, e aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Congresso Nacional. O projeto precisa ser remetido a Câmara dos Deputados, que definirá os mecanismos da profissionalização e quem é que vai pagar o árbitro e  os tributos (INSS, FGTS, PIS).
PS: Diante do que se leu, pergunto: se há interesse da confraria dos homens de preto em obter a aprovação do Projeto de Lei 6405/2002,  por que a maioria dos árbitros não se mobilizam em conjunto com a Anaf, sindicatos de árbitros com (Carta Sindical), Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, realizam um périplo até Brasília, acionam seus representantes no Distrito Federal com o intuíto de aprovar a profissionalização do árbitro de futebol?

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Federação Inglesa investiga árbitro de jogo entre Chelsea e Machester por insulto e racismo

A Federação Inglesa de Futebol (FA) abriu uma investigação contra a atuação do árbitro Mark Clattenburg (foto) na partida entre Chelsea e Manchester United no domingo. O juiz teria insultado o espanhol Juan Mata e o nigeriano John Obi Mikel.
                                                             Mark Clattenburg
 De acordo com a imprensa britânica, o clube londrino apresentou uma queixa formal à FA em que acusa Clattenburg de insultar Mata e utilizar linguagem racista contra Mikel no encontro que reuniu os primeiros colocados da Liga e que teve vitória do United por 3 a 2.

A Polícia Metropolitana de Londres abriu outra investigação por uma suposta agressão contra um dos membros de segurança do estádio durante o jogo polêmico, que terminou com dois expulsos do Chelsea, o sérvio Branislav Ivanovic e Fernando Torres espanhol.
“A FA iniciou uma investigação sobre as alegações que fizeram depois da partida disputada no Stamford Bridge entre Chelsea e Manchester United. No momento, a Federação não fará mais comentários sobre este tema”, anunciou em comunicado na web.
O sindicato arbitral britânico Prospect Union mostrou seu apoio total a Clattenburg, que após os incidentes não apitará nenhuma partida da próxima rodada do Campeonato Inglês.
“Nós oferecemos total apoio a Mark Clattenburg em relação às acusações feitas contra ele. É importante investigar cuidadosamente este incidente em um processo ´adequado e rápido´", ele disse.
O episódio acontece em um momento de muita sensibilidade no Reino Unido em torno da questão do racismo depois da punição de quatro partidas contra o capitão do Chelsea e ex-capitão da Inglaterra Jon Terry por fazer comentários xenofóbicos contra Anton Ferdinand.
Foto: UOL

Comissão de arbitragem sobre mão de Barcos: "beira a imoralidade"


Presidente do Conar cometeu um deslize ao dizer que jogador de verde usou a mão. Foto: Roberto Vinícius/Futura Press

Presidente do Conar cometeu um deslize ao dizer que "jogador de verde usou a mão"
Foto: Roberto Vinícius/Futura Press

Presidente da Comissão Nacional de Arbitragem (Conar), Aristeu Leonardo Tavares criticou a postura do Palmeiras, que contesta a anulação do gol de mão de Barcos na derrota por 2 a 1 para o Internacional, no último sábado.
"É lamentável tentar validar um gol claramente feito com a mão. Só pode ser desespero de quem está há várias rodadas na zona de rebaixamento. É uma coisa que beira até a imoralidade", declarou em entrevista à Fox Sports.
Na 18º colocação, o Palmeiras alega que o delegado da partida, Gerson Baluta, avisou Jean Pierre Lima (quarto árbitro), que então repassou a informação ao árbitro Carlos Nascimento dentro do campo. Não é permitida a interferência externa, apenas a comunicação entre o juiz e seus auxiliares.
Porém, para relatar a conversa que teve com Nascimento e Lima, o presidente da Conar cometeu um deslize ao afirmar que Jean Pierre Lima justificou ter visto um jogador de verde colocar a mão na bola, mas o Palmeiras usou uniforme branco em Porto Alegre.
"Conversei com o árbitro e com o quarto árbitro, e foi o quarto ábitro que viu que houve houve a mão de uma camisa verde que efetuou o toque em direção ao gol", acrescentou.
O jogo ficou paralisado durante alguns minutos até que o gol fosse anulado. Segundo Tavares, a demora aconteceu para a aplicação do cartão amarelo a Barcos. No entanto, essa advertência não aconteceu.
"A demora aconteceu porque a regra determina que uma conduta antidesportiva como essa requer a aplicação do cartão amarelo de quem faz o gol com a mão", afirmou.
De acordo com o dirigente, o clube não tem direito de fazer nenhum protesto com relação à postura da arbitragem diante do clube gaúcho. "O Palmeiras acabou se preocupando com a arbitragem e perdeu o jogo de maneira lícita, sem nenhum tipo de contestação", finalizou.
Embora a avaliação de Tavares seja essa, o Palmeiras tenta colher provas para pedir a impugnação da partida no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sindicato de juízes critica protestos contra gol de mão anulado do Palmeiras: "É muita hipocrisia"

O árbitro Francisco Carlos Nascimento não deu entrevista após anular o gol irregular (de mão) de Hernán Barcos na partida entre Internacional e Palmeiras no sábado. Mas o sindicato que representa os juízes do Brasil não ficou calado.
Para Marco Antônio Martins, presidente da Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol), os protestos dos palmeirenses contra a anulação de um gol claramente irregular são manisfetações de “muita hipocrisia”.
O sindicalista também classificou como “absurda” o que chamou de “tentativa de ludibriar o juiz”.
“É um absurdo isso. É a velha mania do futebol brasileiro de ludibriar o juiz. O Barcos fez um gol com a mão, o árbitro não viu o lance, recebeu a informação via assistente adicional. O Chicão acertou, não prejudicou o Inter”, disse Martins. “O Barcos deveria ter recebido cartão amarelo e, se já tivesse amarelo, deveria ser expulso.”

No lance em questão, o atacante palmeirense subiu na grande área com o braço para o alto e, com a parte de trás da mão, empurrou a bola para as redes.
O Palmeiras perdia por 2 a 1 e comemorou bastante quando o juiz, em um primeiro momento, validou o gol. Segundos depois, Nascimento foi orientado via rádio sobre a irregularidade do lance e voltou atrás na sua marcação.
O Palmeiras reclamou bastante da indecisão do juiz. O técnico Gilson Kleina disse que houve “interferência externa” na atuação do árbitro. O cartola alviverde Piraci Oliveira cogitou pedir a anulação do resultado do jogo por causa do lance. Até o ex-goleiro Marcos reclamou usando o argumento de que, se foi usada tecnologia para anular o gol de Barcos, isso deveria ser feito em todos os jogos.
Para o sindicato dos juízes, porém, essa postura se trata de manifestações de hipocrisia.
“Eles estão questionando a anulação de um gol de mão? Todo mundo pede uso de tecnologia no futebol, que o jogo tem que ser justo, limpo. Quando o árbitro acerta e vai contra os interesses de um time, esse time se diz prejudicado? Temos que combater essa hipocrisia que impera no futebol brasileiro”, afirmou Martins.
O sindicalista não descarta adotar contra os críticos mais exaltados a mesma postura que a Anaf vem tomando quando um de seus representados se sente ofendido: a abertura de processo.
“Se houver má intenção de algum dirigente de ofender o árbitro, dizer que ele prejudicou deliberadamente, a gente vai mais uma vez acionar a Justiça. A gente não vai deixar o árbitro sozinho. Mas vamos analisar. Não se discute se o árbitro acertou ou errou nesse caso. É óbvio que ele acertou.”
A derrota em Porto Alegre tornou mais critica a situação do Palmeiras na luta contra o rebaixamento. A equipe paulista estacionou na 18ª posição, agora cinco pontos atrás do Bahia, o primeiro time fora da zona.
Fonte: UOL/ESPORTE

Repórter admite ajuda a delegado na anulação de gol do Palmeiras

Palmeirenses reclamaram da forma como o gol foi anulado pelo árbitro. Foto: Ricardo Rimoli/Agência Lance
Palmeirenses reclamaram da forma como o gol foi anulado pelo árbitro
Foto: Ricardo Rimoli/Agência Lance

O Palmeiras ainda reclama da anulação do gol de Barcos na derrota por 2 a 1 para o Internacional, no último sábado, no Estádio do Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. E agora o time tem mais um motivo para alegar que houve influência das imagens da televisão na decisão da arbitragem: a repórter Taynah Espinoza, da TV Bandeirantes, admitiu que ela e alguns companheiros de profissão contaram ao técnico colorado Fernandão e ao delegado do jogo, Gerson Baluta, que o atacante alviverde realmente tocou com a mão na bola para fazer o gol de empate.
De acordo com Taynah, o técnico do Internacional foi o primeiro a apelar para os repórteres: "o Fernandão, na hora que saiu o gol, já achou que tinha sido invalidado. Quando viu que o gol havia sido validado, correu aqui, falou a todo momento que tinha sido mão, gritou muito, e aí eles perguntaram para nós da transmissão", contou ela.
Quando os repórteres admitiram o gol de mão, rapidamente a informação chegou a Gerson Baluta, delegado da partida: "foi dito que foi mão pelo que se viu, e agora o delegado está perguntando para quem está fazendo a transmissão, se pelas câmeras de televisão vimos que foi gol. Parece que estão usando mesmo a tecnologia, mesmo que não seja de forma legal, entre aspas", disse ela na hora da confusão.
O quarto árbitro e o delegado podiam ajudar o juiz da partida, Francisco Carlos Nascimento, desde que não utilizassem informações externas, como a ajuda de imagens da TV. Para tentar impugnar o jogo - vitória do Inter por 2 a 1, o Palmeiras tem de provar que houve uma ajuda não permitida em regulamento no sábado.
Fonte: www.terraesportes.com.br

domingo, 28 de outubro de 2012

Notícias do apito


                                                              Foto: Apito do Bicudo

 Arbitragem é o ponto negativo do Brasileirão (1)
A escalada de equívocos de árbitros, assistentes, quartos-árbitros e assistentes adicionais, que aconteceram até o presente momento, atestam de forma irretocável, que várias equipes foram beneficiadas e outras prejudicadas.

Arbitragem é o ponto negativo do Brasileirão (2)
O equívoco perpetrado no final de semana que passou, na partida Internacional/RS x Palmeiras/SP, pelo árbitro Francisco Carlos Nascimento (foto-Fifa/AL), que validou o gol do atacante Barcos da equipe esmeraldina - (o atleta usou a mão para tocar a bola para a rede), espelha com precisão a carência urgentíssima de uma mudança radical de comportamento e de ação da CBF no setor de arbitragem. Equívoco que foi reparado após cinco minutos de paralisação, com muita discussão e de acordo com informações da imprensa presente ao Beira-Rio, com a interferência de pessoas que não estavam dentro do campo de jogo. 

Arbitragem é o ponto negativo do Brasileirão (3)
Aliás, é bom lembrar que não é a primeira vez que o indigitado árbitro se equivoca. Recentemente, no jogo Atlético/PR X Joinvile/SC, pela  Série B, na cidade Paranaguá (PR), Francisco Carlos, assinalou pênalti a equipe catarinense,  em lance que aconteceu há mais ou menos dois metros fora da área penal. Alertado do “fiasco” pelo quarto árbitro, após uma celeuma enorme, voltou atrás e marcou tiro livre direto contra o Atlético/PR. E, por derradeiro, há quinze dias no Couto Pereira, no prélio Paraná Clube/PR x Criciúma, Série B, inexplicavelmente, o árbitro em tela não assinalou um pênalti indiscutível em favor da equipe paranaense.  Neste lance  específico, a falta foi clarividente e aconteceu dentro do campo de observação visual do árbitro.

Arbitragem é o ponto negativo do Brasileirão (4)
O que se espera para as próximas competições da CBF, é que haja uma melhor preparação da confraria do apito, objetivando que os mesmos ao tomarem decisões no campo de jogo (interpretar e aplicar as regras) - o façam de forma correta e valorizem o mais disputado campeonato de futebol do planeta. A impressão que se tem em alguns jogos, dada a  interminável série de equívocos, a “pusilanimidade” e o desinteresse dos guardiões das REGRAS DO JOGO DE FUTEBOL, é que a arbitragem está fazendo turismo pelo País afora. 

Arbitragem é o ponto negativo do Brasileirão (5)
Mas para isso acontecer, é imperativo um novo modelo de gestão substanciado a partir da CA/CBF, que rompa com o sistema de formação vigente nas escolas de arbitragem, e no “apadrinhamento vergonhoso” na indicação dos árbitros ao quadro nacional, que vigora há muitos anos nas federações estaduais. 

Arbitragem é o ponto negativo do Brasileirão (6)
O árbitro é humano, não é uma máquina. Por isso tem o direito de errar. É importante lembrar, que estamos às portas da Copa das Confederações e logo a seguir da Copa do Mundo. E se medidas eficazes não forem colocadas em prática, visando extirpar os  vícios de origem que trazem no bojo os árbitros das suas federações, fatalmente a arbitragem brasileira no Mundial de 2014, terá funções secundárias. 

Incompatível (1)
A CBF, objetivando conseguir uma fiscalização mais eficiente dos árbitros nos seus campeonatos, implementou a função dos Observadores  de Árbitros, cujas missão precípua é avaliar o desempenho dos membros desta categoria, para que se possa  obter a verdadeira capacidade do quarteto de arbitragem. Sucede que essa função vem sendo designada há vários anos  a  pessoas sem o devido conhecimento das leis do jogo e sem a menor identidade com o árbitro de futebol. 

Incompatível (2)
Explico: a CBF concedeu autonomia as federações estaduais para que as mesmas indiquem os nomes para exercer tal mister, que é remunerado. Resultado: a coisa desandou e há informações de que há gente laborando nessa função, que não domina as Regras do Jogo de Futebol e é semianalfabeto na língua portuguesa. Já imaginaram a qualidade das avaliações que estão chegando as mãos da CA/CBF?

Incompatível (3)
Não obstante o exposto na nota acima, dirigentes de entidades de classe eleitos para defender os interesses da categoria dos apitadores, passaram a exercer a função de observadores/assessores de arbitragem na Copa do Brasil e no Brasileirão e na composição das Comissões de Arbitragem em diferentes federações.

Incompatível (4)
Pergunta-se: com que imparcialidade esses dirigentes de entidades classistas, que prometeram quando eleitos defender os interesses da categoria (árbitros) junto as federações/clubes e CBF, irão se posicionar na defesa dos seus associados, se estão  exercendo funções remuneradas e gozando das prebendas na CBF e nas federações? Esse tipo de comportamento é aético, inconciliável e está conspirando contra a independência, a qualidade  e o avanço no processo de profissionalização do árbitro de futebol no Brasil.

Incompatível (5)
Aos que defendem essa posição de dubiedade antiética dos dirigentes classistas, informo que o futebol do Paraná vivencia há oito anos situação similar e os resultados  estão expostos na fragilidade que tomou de assalto o quadro de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol. Fragilidade que não revelou nenhum árbitro ao longo do tempo mencionado, e não conseguiu indicar nenhum apito para participar do processo seletivo de Asp/Fifa, em 2010/2011/2012.   
XXXI da Anaf (1)
Acontece nos dias 9, 10 e 11 de novembro na sede da Federação Paulista de Futebol, o 31º Congresso Brasileiro de Entidades e Árbitros de Futebol. Espera-se nesse evento, que a direção da (Anaf) Associação Nacional de Árbitros de Futebol, apresente uma posição factível em relação ao Projeto de Lei 6405/2002 e seus apensos, que versam sobre a profissionalização do árbitro de futebol, que está estacionada no Congresso Nacional.

XXXI da Anaf (2)
Recebo informações de Brasília de que a regulamentação da profissão do árbitro de futebol como planejam os homens da arbitragem é inviável. Por quê? Porque ninguém quer assumir (CBF, federações, clubes e a TV) -  a responsabilidade de ser o empregador do árbitro e, por extensão, pagar as taxas de arbitragem e os tributos como INSS, FGTS e o PIS sobre o total da folha de pagamento.

XXXI da Anaf (3)
A outra informação que recebi, diz que  para não confrontar a Fifa que exige árbitros profissionais no Mundial/14, no Brasil,  há um grupo de juristas estudando a legislação brasileira no sentido de viabilizar a profissionalização dos dez árbitros que compõe o quadro da Fifa e dos dez árbitros assistentes do quadro internacional do futebol brasileiro. 

XXXI da Anaf (4)
Diante de tudo que se leu,  se a  Anaf deseja obter o reconhecimento e a credibilidade  dos homens do apito em âmbito nacional, só há uma saída: sair do evento  nominado muito maior do que é. Ou seja: apresentar um estudo alternativo de alto nível ao Projeto de Lei 6405/02, com embasamento jurídico a Câmara dos Deputados. Caso contrário, “tudo continuará como Dantes no Quartel de Abrantes”.  
Em tempo: nada mudará



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Fifa treina árbitros da Copa para identificarem e punirem simulações

MARCEL RIZZO
DE SÃO PAULO
2014 O cenário é o estádio do Arsenal, em Londres, março de 2011. Neymar fez os dois gols na vitória da seleção brasileira sobre a Escócia, mas o que ficou na lembrança do atacante foi a vaia que levou.
A torcida, na maioria escocesa, não perdoou o que pensou ter sido uma encenação de lesão no primeiro tempo.
O cenário agora é Zurique, setembro de 2012, num campo de treinos da Fifa. Os 52 árbitros pré-selecionados para a Copa-14 participaram de um treinamento para identificar simulações dos atletas.
Os juízes tinham de saber se juniores do suíço Grasshopper se jogavam para cavar o pênalti ou se eram de fato derrubados. Havia reclamações, gestos de negação e até lesões imaginárias.
O "fair play", termo que a Fifa usa para ressaltar a importância do jogo limpo e ao qual concede até prêmio, tem agora um inimigo número 1.
"O jogo limpo é fundamental para o futebol. O árbitro tem que saber identificar jogadas que não são feitas dessa forma", disse Massimo Busacca, chefe do departamento de arbitragem da Fifa.
Busacca orientava o treinamento antissimulação na Suíça. Para jogadas identificadas como dissimuladas, a ordem era clara e deverá ser seguida à risca na Copa das Confederações-2013 e no Mundial-2014: punição com cartão amarelo e, na reincidência, a expulsão.

Steffen Schmidt/Efe
Árbitros treinam na sede da Fifa, em Zurique
Árbitros treinam na sede da Fifa, em Zurique
Na Inglaterra, casos recentes, a maioria envolvendo atletas sul-americanos, geraram enxurrada de protestos de treinadores e jornalistas.
O brasileiro Oscar foi acusado pelo técnico do Stoke City, Tony Pulis, de tentar cavar um pênalti no empate por 2 a 2. O brasileiro se defendeu: "não foi falta, mas não me joguei. Houve o contato e caí".
Pulis se tornou o porta-voz contra o que chamou de "malabarismo do futebol". Em jogo de seu time contra o Liverpool, afirmou que deveria haver punição, com suspensão, para atletas que simulassem faltas. Ele se referia ao uruguaio Luis Suárez.
Neymar voltou à Inglaterra para disputar a Olimpíada e foi vaiado por supostamente tentar enganar o árbitro simulando faltas. No Brasil, é criticado por cair demais.
"Ele está maduro. O convívio na seleção com os brasileiros que atuam na Europa fez com que entendesse a importância de estar de pé", diz Wagner Ribeiro, seu agente.
A fama de "cai-cai" é algo tratado com cuidado pelo estafe do atacante porque pode atrapalhar contratos publicitários. Mas uma alusão de Neymar a um graveto, criada pelo pai do atleta, é usada por pessoas próximas sempre que o assunto é tratado.
A teoria diz que um graveto, se fincado na terra e chutado, quebra facilmente.
Mas se ele é jogado para cima e atingido, não se despedaça. Por isso a ordem para Neymar é apanhar, mas sem estar com o pé no chão.

Notícias do apito



Novembro é a vez dos assistentes (1)

No último mês de setembro, a Fifa realizou o Seminário para os árbitros pré-selecionados para a Copa do Mundo de futebol de 2014. No rigoroso teste físico, três apitos sul-americanos rodaram. Diego Abal (Argentina), Roberto Silvera (Uruguai) e Wilson Luiz Seneme (Brasil).

Novembro é a vez dos assistentes (2)
Em se tratando do futebol brasileiro, viajam a Zurique nas próximas horas, os assistentes Alessandro Rocha Matos (BA) e Emerson Augusto Carvalho (SP), que ao lado Seneme completam o trio da CBF indicado para o Mundial.  

Novembro é a vez dos assistentes (3)
Os testes que foram aplicados aos árbitros (médico, físico, técnico, psicológico, conhecimento fluente de inglês) - serão repetidos na mesma intensidade aos assistentes. Porém, aos bandeiras, não será exigido apontar apenas se o atleta está ou não em posição de impedimento. 

Novembro é vez dos assistentes (4)

Além de explanar fluentemente em inglês o “Off side”, os denominados Lines man (homens linha), deverão explicar as treze situações de impedimento conforme descrito no livro de regras da Fifa. Elas envolvem o movimento do atleta, a trajetória da bola, o árbitro, o atacante, o defensor e o goleiro. Além do exposto, os assistentes deverão exibir as técnicas de utilização da bandeira de acordo com manual da Fifa, quando por exemplo, acontecer uma falta que fuja do campo visual do árbitro central. 
 
                                                 Fifa.com
Fifa quer o fim da cera (1)
No Seminário destinado aos árbitros, Massimo Busacca, o preparador técnico dos árbitros da Fifa, elencou que a catimba dos jogadores em campo prejudica o desenvolvimento do futebol e vai na contramão do que deseja a entidade internacional, que é transformar as partidas num espetáculo de entretenimento. 

Fifa quer o fim da cera (2)
Além de combater de forma rigorosa a “cera” dos atletas, inclusive punindo o infrator com cartão amarelo pela prática do antijogo, Busacca orientou os árbitros pré-selecionados para a Copa, que, é imperativo acrescentar toda e qualquer perda de tempo de jogo, o que não está acontecendo em alguns locais do globo terreste onde se pratica o esporte das multidões.

Fifa quer o fim da cera (3)
Essa decisão vem substanciada em duas vertentes: o acréscimo do tempo de jogo está determinado nas Regras do Jogo de Futebol, e, na análise de setecentos DVDs realizadas pelos técnicos da Fifa após a Copa na África do Sul.

Fifa quer o fim da cera (4)
E, por último, Busacca lembrou que o árbitro de futebol é o guardião das leis do jogo e se ele se omitir a coisa vai para o beleléu.

Fifa estuda limitar faltas (1)

Enquanto muitos esperam a implementação de novas tecnologias (teremos a bola com chip) no Mundial de Clubes no Japão, para auxiliar a arbitragem a dirimir lances que fujam do campo visual dos homens de preto, a Fifa, em silêncio vem desenvolvendo estudos desde a Copa na Alemanha (2006) e África do Sul (2010), no sentido de limitar o número de faltas nas partidas.  

Fifa estuda limitar faltas (2)
Embora não admita publicamente, a entidade que controla o futebol mundial tem parâmetros para implantar a medida, e, vem recebendo sugestões que visam tornar os jogos mais atraentes como defende o presidente Joseph Blatter.

Fifa estuda limitar faltas (3)
Nas pelejas disputadas nos campeonatos europeus, o número de faltas vem caindo de ano para ano. Na temporada 2008/2009/, foram 39 faltas por jogo e em 2010/2011, 35. Ainda não foram divulgados os dados das competições de  2011/2012.

Fifa estuda limitar faltas (4)
No futebol brasileiro, acontece o oposto, já que é comum observarmos de 55 a 63 faltas por prélio. Inclusive há técnicos no Brasil que incentivam seus comandados a “parar”  o jogador com talento a qualquer custo. E na maioria dos casos, isso acontece sob o olhar “pusilânime”  do árbitro e dos assistentes que vivenciam o “rodízio de faltas”, mas nada fazem para punir os infratores como determina a regra.  
PS: o tempo de bola em jogo na Europa é de 78 a 83 minutos. No Brasileirão até o ano passado, era de 56 minutos.