Observando
as interpretações equivocadas e as dificuldades demonstradas pelos
árbitros assistentes nas rodadas iniciais do Brasileirão/2012, no
momento de sinalizar se um jogador está ou não em posição de
impedimento (Regra 11) - lembrei-me de recente estudo científico
realizado pelo doutor Francisco Belda Maruenda, publicado na
conceituada revista British Medical Journa,l que pediu depois dessa
pesquisa, que a Fifa alterasse a regra que versa sobre o impedimento.
No
estudo, Belda especifica que é humanamente impossível para um
assistente constatar se um atleta está em posição de impedimento. De
acordo com o médico, o olho e o cérebro humano não possuem a capacidade
de processar toda a informação visual necessária para aplicar a regra.
Na
entrevista que concedeu a imprensa após a publicação da sua pesquisa,
Francisco Belda se mostrou satisfeito pela publicação do seu estudo
numa das revistas mais importantes do planeta, que versa sobre o tempo
de reação do olho humano. Na oportunidade, Belda afirmou que encaminhou
a nominada pesquisa científica à Fifa , à Federação Espanhola e à
Uefa, embasada por mais de cento e vinte e sete cientistas,
objetivando a mudança na metodologia na regra do "off side".
No
estudo o médico afirma que o bandeirinha deve olhar ao mesmo tempo para
o jogador com a bola para comprovar quando fará o passe, para o seu
companheiro o mais distante e o último defensor, em um processo que
requer pelo menos dois movimentos sacádicos. Que são movimentos oculares rápidos e pequenos, que têm por
finalidade posicionar a imagem em movimento sobre a fóvea, e, com isto,
melhorar a acuidade visual. Podem, também, aparecer sobrepostos no fim
do rastreio. Existem subdivisões do movimento sacádico, mas, talvez, a
mais importante seja aquela de correção, que aparece dentro dos
movimentos de perseguição, em resposta a estímulo móvel. Dois
parâmetros são considerados de fundamental importância: o ganho e a
latência. O ganho é a comparação entre a velocidade dos olhos e a do
alvo, expresso em porcentagem. A latência é a diferença entre o momento
de início do movimento do alvo, em relação ao dos olhos.
Ao
final do seu estudo científico o médico espanhol afirma que há erros na
aplicação da regra porque o árbitro tem de mudar de objeto, de visão em
curto espaço de tempo, e não tem condições físiológicas para isso. E
que para minimizar os equívocos de impedimento durante uma partida, são
necessários meios técnicos, como a imagem da Tv, para se ter a certeza
se a regra foi ou não infringida.
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