terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

TV em outra finalidade


Depois de séculos de isolamento, os ingleses, rapidamente vão se globalizando. De início deram cor e ginga ao seu pálido futebol, importando atletas negros  de todos os cantos, da África ao caribe. Logo a seguir, se livraram daquele trambolho enferrujado que emperrava o avanço tático da velha ilha, o chuveirinho. E agora querem mesmo ir muito além: já reivindicaram em 2005 e voltaram a reivindicar recentemente da Fifa,  o direito de usar a TV como um elemento auxiliar do árbitro nos lances de dúvida ou as denominadas jogadas polêmicas.
Na nossa opinião, não acredito que a entidade que controla o futebol no planeta vá ceder aos apelos dos ingleses, até porque, na semana que antecedeu o Carnaval, o cartola-mor do futebol mundial, Joseph Baltter, afirmou que a dúvida é o sal do futebol. Que dúvida doutor? Não há mais dúvida, não. Hoje em dia, aqui como no Alasca ou na Patagônia, bola ainda quente, rolando no gramado, e já todo mundo viu, reviu e treviu  o tal  lance duvidoso, por todos os ângulos possíveis e imagináveis, em câmera lenta, quadro  por quadro, e ainda por cima metem lá um tira-teima pra não deixar sequer traço de incerteza.
No período noturno, nas resenhas esportivas e nas mesas-redondas, os tais  lances polêmicos são repetidos a exaustão. Quem tem dúvida?  Resposta: Só o pobre do árbitro, a quem a lei do jogo conferiu os poderes divinos  da onisciência e  da onipresença para decidir numa fracão de segundos o que todos estão vendo nos mínimos detalhes.
Não conceder ao árbitro, ao menos a chance  de observar o que todo mundo  está observando, é além de cruel, estúpido. Foi com esse raciocínio  em 2005, que o  senhor  Philip Don – membro do Colegiado de Árbitros Ingleses de Futebol, sugeriu junto à Fifa da possibilidade de os árbitros do País inventor  do futebol utilizarem câmeras de vídeo para equacionar lances polêmicos que ocorram numa partida.  Por ora, não acredito que a Fifa vá encampar a idéia. Tudo vai depender do desempenho da arbitragem na Copa do Mundo no Brasil.
PS: falando em resenhas esportivas e mesas-redondas, é deprimente, inaceitável e até vergonhoso o desconhecimento que se vê e se ouve dos membros dos  programas esportivos domingo à noite na televisão, no que tange as Regras do Jogo de Futebol, sobre as tomadas de decisões da arbitragem no campo de jogo. Mas o ouvido do torcedor começa ser bombardeado  com o desconhecimento das leis que regem o futebol nas quatro linhas no período diurno, quando ocorrem as transmissões esportivas via emissoras de rádio. É uma pena, porque isso desinforma o torcedor e às vezes pode levá-lo a tomar atitudes impensadas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Condições obrigatórias para ser assessor

Diferentemente dos e-mails que recebi no dia de hoje,  quando sou acusado de ocupar este espaço para “inventar” condições para que uma pessoa possa ser designada como assessor de arbitragem ou compor a comissão de árbitros, informo que tal afirmação não tem procedência. Para informar aos que se indignaram com os nossos comentários e, sobretudo  informar ao leitor, transcrevo a Circular 763/2001 da Fifa, que determina: a composição das comissões de arbitragens, os instrutores de árbitros e os observadores/assessores de arbitragem, devem ser ex-árbitros com notório conhecimento sobre  as Regras do Jogo de Futebol. Portanto, a decisão é da Fifa  e suas determinações são universal.   

Escassez de bons árbitros
Essa questão está ligada diretamente a ausência da formação de  Escolas  de Árbitros de Excelência, no processo seletivo dos futuros apitos e, por extensão, na metodologia empregada na didática ministrada aos novos árbitros. Se a CBF não interferir para que  essas medidas sejam  implementadas no futebol brasileiro, em curto espaço de tempo, o País pentacampeão do mundo terá que importar árbitros de outros Continentes.

Os cursos para árbitros de futebol no Brasil atingiram níveis comerciais  e devem ser revistos, normatizados. É inconcebível a formação desmesurada  de árbitros a cada temporada, sem critério, nem mesmo de idade, se não há mercado e nem plano de acompanhamento para eles após a formatura.

O uso do quadro de arbitragem inchado só beneficia os que querem pressionar  e tirar proveito da situação de alguma forma. Os cursos de arbitragem devem estar vinculados as comissões de árbitros ou aos sindicatos dos árbitros, fazendo parte de um planejamento de formação e organização  dos quadros estaduais.  

É obrigação das associações/sindicatos coibir a utilização meramente comercial dos cursos de arbitragem, ajudando a fiscalizar e orientar as pessoas que, porventura, sintam-se prejudicadas. Aliás, a função das associações e sindicatos dos árbitros é outra questão que precisa ser revista, discutida, pois é inaceitável o grau de subserviência  dessas entidades em relação as federações estaduais de futebol, o que as impede de exercer suas verdadeiras atribuições junto às essas mesmas federações e, por conseguinte, aos clubes, na defesa dos seus associados.  

PS:  as excelentes atuações que vem realizando nas competições da Conmebol e da CBF, elevaram Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP), a ser o árbitro nº 1 do Brasil lá na Fifa.  A informação me foi passada através de um ex-árbitro, que está comentando arbitragem em âmbito internacional, que tem livre trânsito na entidade que controla o futebol no planeta e  tem conhecimento do assunto. A notícia acende a luz amarela  para  Heber Roberto Lopes (Fifa/PR), que precisa tomar uma posição se deseja continuar inserido no processo para a Copa de  2014.    

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Leigos não; especialistas, sim!

O plano de modernização do futebol brasileiro, celebrado em 2007 entre a CBF e a Fundação Getulio Vargas, criou a personagem do Observador de Árbitros, transformado recentemente em Assessor de Arbitragem.  Lamentavelmente, a CBF esqueceu de normatizar essa figura importantíssima na conjuntura do futebol pentacampeão do mundo.

Escalado pela CA/CBF, com a missão precípua de elaborar um relatório de forma independente e sem influência de terceiros, ou seja, um relato justo, equilibrado e tecnicamente correto do que aconteceu antes, durante a após os jogos, essa destacada função, ao longo dos anos, vem sendo atribuída a pessoas leigas, sem a devida qualificação.

É óbvio que os resultados desse desvirtuamento incidem em avaliações inconclusas, muitas vezes sem substância, já que a avaliação do assessor é de fundamental importância, não só para se medir a capacidade do árbitro, mas também para a melhora da imagem do futebol brasileiro da nossa arbitragem, que está às portas da Copa das Confederações e, por extensão, da Copa do Mundo, que será realizada em solo brasileiro.

Um contingente expressivo desses “assessores”, além de não terem exercido a atividade de árbitro de futebol, nunca apitaram sequer uma pelada de menino de final de rua.  Portanto, são leigos em termos de conhecimento das Regras do Jogo, na sua essência. Fico surpreso em ver as federações estaduais, mesmo tendo um número expressivo de ex-árbitros, contribuírem de forma negativa  à esse processo, indicando pessoas sem os requisitos exigidos para desempenhar tão importante missão.  Resta saber,  se a CBF continuará propiciando a escalação desses “alienígenas”, o que fatalmente irá aviltar e empobrecer a qualidade do árbitro de futebol brasileiro.
Adriano Milczvski, com o ponto eletrônico
  PS: encerrada a primeira fase do campeonato paranaense é nítida a falta de qualidade dos árbitros da Federação Paranaense de Futebol. Mesmo com a implementação da pré-temporada e do ponto eletrônico, avanços significativos,   ficou clarividente a falta de postura nas tomadas de decisões.  Outra deficiência  apresentada pelos  árbitros, diz respeito ao posicionamento com a bola em jogo. Salvo um ou outro apito, a maioria não sabe  se posicionar. Já nas jogadas  de média e alta velocidade, a deficiência atinge maiores proporções, porque o  apitador sai de um posicionamento errôneo  e até se posicionar de forma adequada como determina as Regras do Jogo de Futebol, se é que vai conseguir, a jogada já foi concluída. Em suma:  a arbitragem da FPF da primeira fase ficou em recuperação.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Profissionalismo na Espanha?

A Fifa deseja árbitros profissionais, por isso a Comissão Técnica dos árbitros estuda as maneiras possíveis de fazê-lo na Espanha. O objetivo é  que o árbitro se dedique exclusivamente  ao futebol e se concente cada fim de semana na cidade do futebol das Rozas . A idéia é reunir semanalmente os árbitros para preparar e analisar cada dia da temporada.

Sistema integrado
A Comissão de Arbitragem quer que os associados se concentrem toda quinta-feira para alinhar os detalhes e olhar de frente a arbitragem do fim de semana. Juntos, eles poderiam estudar as possíveis interpretações das regras, analisariam os dias anteriores, bem como os equipamentos e jogadores a quem vão apitar e poderiam afinar a sua aptidão antes do jogo. Isto seria repetido no fim do dia. Todos os árbitros se reuniriam novamente na cidade do futebol, para discutir os jogos e para analisar sucessos e fracassos. Também aproveitariam a sua estadia em las Rozas para qualquer outra formação complementar de beneficio para eles.

Em duas maneiras
A profissionalização da arbitragem é algo no qual vem insistido há algum tempo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Chegou a afirmar recentemente, que só aceitará árbitros profissionais para a Copa do Mundo de 2014. A verdade é que ainda não existe data fixada, mas pode ocorrer principalmente de duas maneiras: por indicação ou imposição da Fifa para todas as Federações Nacionais.  Ou começar a partir de uma negociação entre a Federação Espanhola e a Liga de Futebol Profissional.

Tempo integral
Segundo o atual acordo, a LFP repassa para a Federação um montante a cobrir as despesas de arbitragem. Um passo para a futura profissionalização seria não só definir um salário fixo para a carreira da arbitragem.  Seria necessário buscar uma espécie de compensação financeira após a conclusão das carreiras, bem como as carreiras futuras. Não esquecer que a carreira de um arbitro tem idade limite aos 45 anos. Atualmente, alguns árbitros espanhóis estão dedicados exclusivamente à atividade de arbitragem, como os Fifa, Carlos Velasco Carballo e Mateu Lahoz.

Remuneração fixa
Um árbitro da Primeira Divisão na Espanha, ganha cerca de 10.000 euros brutos fixos por mês, mais 3.438 euros por jogo. Geralmente, a menos em meses excepcionais cada arbitro apita dois jogos por mês. Em cada partida, recebe também diárias e custos de locomoção. A isto é preciso acrescentar 12.000 euros que recebem em uma única parcela de publicidade. Os árbitros cederam à Federação os seus direitos de imagem. Os assistentes ganham 1.440 euros por jogo e os árbitros de segunda divisão, 1.512 euros, reduzidos a 682 no caso de seus assistentes. O processo de profissionalização na Espanha está começando.

Fonte: Revista Árbitros/José Borda

PS: ao tempo que na Espanha, os apitos vivem a independência econômica, com remuneração profissional  invejável, no Brasil, ainda estamos abrindo terreno  para o fim da implantação de um instituto, que possa melhorar a situação desses profissionais na forma coletiva. Surge a verdade que nunca alcançaremos o que sucede naquele País, pois aqui vige a política segundo a qual, cada um olha para a sua taxa, sem que se pense em formar uma categoria profissional sólida, que possa fazer reivindicações como as demais procedem.  O árbitro de futebol brasileiro, é individualista na condição financeira, sem qualquer preocupação de organizar-se como um grupo capaz de exigir dos seus patrões  uma melhoria salarial, pois por incrível que pareça, os árbitros no Brasil, ao menos sabem quem são os seus empregadores.  Dito isso, se a situação vigente perdurar, no próximo século estaremos nas mesmas condições de hoje. Agradecimento especial ao amigo fraterno, José Borda, Diretor da Revista Árbitros.    

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Explorações visuais

A visão na arbitragem é muito importante, como é conhecido, 80% da informação dos jogos vem por este meio. Contudo após aproximarmos as regras do futebol  e ao trabalho da arbitragem em si, quem exerce a profissão percebe o indispensavel pode ser a visão. A exploração e desenvolvimento desta última é apontado pela FIFA e UEFA pois os árbitros que participam em seus torneios são avaliados em detalhe a este respeito.

Abranger, definir e focar
Na arbitragem é fundamental saber onde a bola está, como está se desenvolvendo o ambiente e manter contato com os assistentes. Portanto, os olhos dos árbitros devem abranger não só o campo de jogo, mas também controlar 22 jogadores, porque baseado no que é percebido deve tomar decisões rápidas, firmes e precisas. Os árbitros no decorrer das partidas devem ser capazes de definir a sua visão nos fatos, focar seus olhos em objetos próximos e móveis e reagir ao movimento por lá.

Ampliar e aplicar
As associações nacionais devem ampliar e aplicar os testes de acuidade visual nos seus apitos porque, embora eles julguem que todos estão tem boa saúde ocular, estudos recentes mostram que isso não é verdade porque alguns árbitros têm problemas como sensação de perda do campo visual, sensação de um nevoeiro nos olhos, inflamação dos tecidos ao redor dos olhos, visão turva de longe ou perto, dor ocular ou visão dupla, raramente eles têm o cuidado com esses sintomas, que no decorrer de um jogo pode lhes causar muitos problemas.

Testes regulares
"Na Uefa,  agora são feitos testes de acuidade visual", comentou o instrutor escocês Hugh Dallas. "Daltonismo, miopia, glaucoma, catarata podem ser um problema e hoje a entidade não quer deixar as peças soltas. Nossos especialistas analisam cuidadosamente os olhos dos árbitros para evitar problemas", disse Dallas, que também afirma que até agora não tiveram problemas neste sentido com os arbitros. Optómetristas, árbitros ou qualquer pessoa que deseja estar em dia com as novidades do setor óptico deverá participar em Madrid (Espanha), na Expooptica 2012.

Pilar para o desempenho
Os especialistas e visitantes da feira, que terminou neste domingo, tiveram a oportunidade de saber como são os testes da visão esportiva do protocolo de examens para os arbitros da Uefa e Fifa,  segundo explicaram representantes do Centro de Optometria Center (COI) e os que colaboram com essas organizações desportivas para avaliar os árbitros mostrando que a visão é um dos três pilares nos quais se baseia seu desempenho. Além disso, o COI realizou uma oficina de terapia da visão onde explicou didaticamente como aprender a fazer exercícios e técnicas para otimizar a visão.
A proposito como está a sua visão, árbitro de futebol?
Revista Árbitros/José Borda

CBF promove curso de requalificação à arbitragem