segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Inimigo do torcedor


Foto: flickr.com
O poder da Fifa, como que insuperável, chega a extremos incompatíveis à sua própria atividade, que é desenvolver o futebol, não apenas como exercício esportivo, mas também ingressando no território da ética. Apesar de ingentes estudos científicos, a Fifa não abre mão do seu direito de exigir que a morte possar campear nas competições que patrocina, e isso já aconteceu na África do Sul e irá acontecer no Brasil em 2014.

Digo isso porque a entidade que controla o futebol no planeta, já decidiu em conjunto com o Comitê Organizador da Copa que será realizada em solo brasileiro, e as cidades-sedes já foram notificadas de que terão que flexibilizar as leis no que tange a venda de álcool nas cidades onde forem realizados jogos. A cerveja Budweiser, segundo informações, tem contrato com a Fifa até o final do Mundial de 2014, e no contrato está previsto a venda da “espumosa” no interior dos estádios.

Segundo a Universidade de Michigan (Estados Unidos), o álcool mata 2,5 milhões de pessoas em todo planeta ao ano, o que dispensa qualquer manifestação, por ser secularmente notório. É o fascínio materialista que se sobrepõe contra o mais relevante direito da humanidade, que é o direito a vida. Deveria oportunizar-se uma política mundial para acabar com a venda do álcool nos estádios de futebol, em função do histórico negativo em relação as bebidas alcoólicas. Feito esse exercício preliminar de análise, resta agora apresentar os efeitos de uma verificação científica, que operou o sociólogo Maurício Murad, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, recentemente.

O indigitado sociólogo é um dos pioneiros no estudo da sociologia no futebol, que ora se reescreve: “O estudo aponta que, entre 1999 e 2008, a média foi de 4,2 mortes por ano, num total de 42. Considerando o período de 1999 a 2006, foram 28 mortes, média de 3,5 a cada ano. Quando o intervalo pesquisado se restringe a 2007/2008, o índice saltou para 7 mortes. Traduzindo: Nos dois anos aqui nominados, o número médio de mortes foi o dobro dos 8 anos anteriores. O estudo levou em conta as mortes nos estádios de futebol, nas adjacências das praças esportivas e em confrontos provocados entre membros das torcidas organizadas, mesmo longe dos gramados. Em todos os casos, vítimas e agressores estavam altamente alcoolizados”.

A Fifa deveria adotar os mesmos procedimentos que adotou a prefeitura de Roma (Itália) recentemente. A proibição de vendas de bebidas alcoólicas, 48 horas antes de qualquer evento esportivo num raio de dez quilômetros dos estádios de futebol. Para isso, a polícia e a fiscalização foram colocada nas ruas e os resultados foram auspiciosos. Murad encerra o seu estudo afirmando que: “O álcool é o principal combustível gerador da violência nos estádios de futebol”.

PS: Ainda não foram computados os estudos sobre a violência que o álcool proporcionou nos estádios nos anos de 2009/2010/2011.

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