domingo, 22 de maio de 2011

Blatter discute legado do Mundial na África

Foto: toemfortaleza.blogspot.com
 
Enquanto a África se prepara para celebrar o aniversário de um ano da primeira Copa do Mundo da Fifa realizada no continente, diversas personalidades do futebol se reuniram na África do Sul para discutir a preservação do legado do torneio, além de novas formas de ampliar esse legado. Organizado por entidades que regem o futebol na região subsaariana, o encontro em Johanesburgo contou com a presença do presidente da Fifa, Joseph S. Blatter, e dos dirigentes máximos de 37 federações afiliadas à Confederação Africana de Futebol (CAF).
O presidente do Conselho das Federações de Futebol do Sul da África (COSAFA), Suketu Patel, declarou que a reunião foi importante para mapear o caminho a ser seguido e para reviver os momentos inesquecíveis proporcionados pela experiência de organizar a maior competição do esporte mundial.


"Por estarmos nos aproximando do aniversário de um dos momentos mais gloriosos da África, quando sediamos a Copa do Mundo da Fifa, a COSAFA decidiu se aliar à Federação Sul-Africana de Futebol (SAFA) para celebrarmos a ocasião", disse Patel. "Em seguida, convidamos o presidente Blatter e estamos contentes que ele tenha decidido participar desta reunião sobre o legado do Mundial e os seus benefícios de longo prazo para a África. Ele desempenhou um papel decisivo nesta jornada."
O presidente da Fifa ressaltou que sediar o Mundial marcou o início de uma nova era tanto para o país-sede quanto para o continente como um todo. Para Blatter, a mudança na maneira como o resto do mundo percebe e avalia a África provavelmente é a maior herança deixada pela edição de 2010 do torneio.

"A intenção do nosso encontro com algumas das federações nacionais era definir o que o fato de ter sediado a Copa do Mundo da Fifa 2010 significa para a África e garantir que continuemos com o trabalho".

O chefe da entidade máxima do futebol mundial afirmou que a bem-sucedida organização do evento provou inclusive aos mais céticos que os africanos são capazes de cumprir expectativas e que merecem confiança. O suíço disse ainda que considera fundamental que o momento ganhe sequência e que as federações locais trabalhem para preservar o legado da competição.
"A intenção do nosso encontro com algumas das federações nacionais era definir o que o fato de ter sediado a Copa do Mundo da Fifa  2010 significa para a África e garantir que continuemos com o trabalho", explicou Blatter. "É emocionante ouvir as histórias dos sul-africanos e africanos sobre o impacto que a Copa do Mundo da Fifa provocou nas suas vidas. Mas devemos nos perguntar o que faremos com este legado. Todos nós sabemos que a edição de 2010 foi um tremendo sucesso financeiro. Depois do Mundial, conseguimos prestar maior auxílio financeiro às federações afiliadas."


Blatter lembrou o papel de embaixador desempenhado por Nelson Mandela, elogiando os esforços e a contribuição do primeiro presidente sul-africano eleito democraticamente não só à África, mas ao mundo. "Vocês recordarão que a Copa do Mundo da Fifa 2010 deveria celebrar a humanidade — o que significa que o futebol é mais que um mero jogo; é uma maneira de tocar as vidas das pessoas — e ninguém representa tal humanidade melhor do que Nelson Mandela", afirmou o dirigente. "Ele foi o homem que trabalhou incansavelmente quando a África do Sul se candidatou a sede da Copa do Mundo. Ele batalhou para mudar as coisas neste país."

"Celebramos este aniversário com entusiasmo. Sediar a Copa do Mundo continuará sendo um dos grandes marcos do nosso país. Agora a África está assumindo o seu lugar no cenário internacional".

Para o ministro do Esporte da África do Sul, Fikile Mbalula, é importante que os africanos aproveitem as comemorações do aniversário para discutir formas de preservar o legado do primeiro Mundial africano. "Eu gostaria de manifestar a nossa gratidão pela iniciativa da COSAFA, que tornou este evento possível", destacou Mbalula. "As belas lembranças de termos organizado a Copa do Mundo da Fifa no ano passado nos inspiram. Discutir a Copa do Mundo é tão importante quanto discutir a luta para libertar o nosso povo das injustiças do apartheid e do imperialismo."
"Celebramos este aniversário com entusiasmo", continuou o ministro. "Sediar a Copa do Mundo continuará sendo um dos grandes marcos do nosso país. Agora a África está assumindo o seu lugar no cenário internacional. Gostaríamos de agradecer o presidente Blatter por acreditar em nós e por possibilitar que a África do Sul fizesse investimentos enormes em infraestrutura e desenvolvimento. Esperamos que o legado do Mundial continue a inspirar o nosso povo a acreditar que existe um futuro para todos."


A Fifa investiu cerca de US$ 468,2 milhões no continente africano nos últimos 12 meses. A quantia foi distribuída por meio de iniciativas variadas que priorizam cinco aspectos principais: auxílio monetário com recursos do Programa de Assistência Financeira (FAP), financiamento de projetos através do Programa Goal, equipamentos esportivos, treinamento e capacitação. Tais aspectos são complementares e podem ser adaptados ao potencial e às necessidades específicas de cada federação.


Entre o anúncio da África do Sul como país-sede, em 2004, e o mês de junho deste ano, mais de 450 cursos foram oferecidos na África (cifra que representa mais de 30% do total de cursos organizados pela Fifa em todo o mundo) a um custo de US$ 14,6 milhões.
Além disso, o movimento Football for Hope vem estimulando a autoconfiança e a autoestima dos africanos através da implementação de centros comunitários usados para proporcionar mais autonomia à juventude local. A educação tem um papel central na melhoria das condições de vida e, como tal, não só ajudará as crianças da África como contribuirá para quebrar estereótipos, mostrando ao resto do mundo que os africanos são capazes de concretizar as coisas por si sós.
Fonte: Fifa.com

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