quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cruzeiro quer colocar na próxima reunião do Clube dos 13 a discussão sobre a atuação dos árbitros


Valdir Bicudo

O Cruzeiro de Belo Horizonte quer colocar na próxima reunião do Clube dos 13 a discussão sobre a atuação dos árbitros no Brasileirão/2010. Os dirigentes do clube mineiro acreditam que levando essa pauta na reunião da entidade mobilizará os demais a pressionar a Comissão de Arbitragem da CBF. A questão é que a pressão não tem relevância, pois os árbitros são autônomos em relação aos clubes. O correto, seria o Clube dos 13, do qual a equipe da capital das alterosas é membro, e que fatura uma grana altíssima a cada temporada, apresentar um projeto de excelência em conjunto com a CBF para a melhora da qualidade da arbitragem no Brasil.
Por exemplo: viabilizar mecanismos para que a Comissão Nacional de Árbitros (Conaf) implemente o ponto eletrônico para o quarteto de árbitros utilizar em todos os jogos das Séries A e B e estabelecer critérios de requalificação dos árbitros na própria federação, de onde o árbitro é originário, como faz a Premier League na Inglaterra e a Uefa nas suas competições. Gestionar junto ao presidente Ricardo Teixeira para que seja extinto o atual quadro de Observadores de Arbitragem, instituído pelo ex-presidente da Conaf Edson Rezende, que foi banalizado em todo o País, com a presença de uma legião de "alienígenas " e "apadrinhados" dos presidentes das federações e recriar este quadro com ex-árbitros com notório conhecimento sobre as Regras do Jogo. Só para argumentar: A Federação Paranaense de Futebol indica para desempenhar a função de Observador de Arbitragem nas competições da CBF, quatro pessoas que nunca apitaram sequer uma partida de futebol de pelada. É aviltante e um escárnio para a arbitragem nacional este fato.
Quando ficar comprovado que houve equívocos de arbitragem poderia submeter o árbitro ou assistente a uma bateria de testes e somente escalá-lo novamente após apresentar totais condições. O Clube dos 13 poderia formar uma comissão de no máximo três pessoas para auditar a atuação dos árbitros nos quesitos psicológico, teórico, físico e prático, para daí questionar junto à Conaf.
Também poderia realizar uma audiência pública na sede da CBF todas as vezes que ocorrerem equívocos de arbitragem e, através da Conaf, convocar a imprensa, os torcedores e principalmente os atletas e dirigentes para esclarecer se o árbitro ou assistente tomou a decisão em consonância com a regra.
E, por derradeiro, de onde virá o numerário para a implementação dessas medidas revolucionárias para a melhora qualitativa do árbitro de futebol no Brasil? Resposta: da CBF e do Clube dos 13, já que são eles que celebram os vultuosos contratos publicitários e recebem as estratosféricas verbas de patrocínio do Campeonato Brasileiro. Ou investe-se naquele que interpreta e aplica as regras do jogo no retângulo verde ou então manter-se-á o status quo vigente. Com a palavra o Clube dos 13 e a CBF.

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