quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Opinião - O árbitro vê o árbitro como adversário



Estar inserido no seio da arbitragem de futebol é conviver num mundo com particularidades e susceptibilidades que desconhecemos à partida, e com as quais nos vimos mais tarde a surpreender.
Entrar para esta família é sinónimo de ganhar experiências pessoais e crescer.
Quando, geralmente jovens, aderimos a esta causa naturalmente conhecemos algumas pessoas do meio, embora com a maior parte não tenhamos ligação pessoal, e começamos a travar amizades com os que acompanhamos nos primeiros jogos.
Os jogos sucedem-se e cada vez estamos mais integrados na função e nas relações. Passado algum tempo ouvimos algures um dos nossos, um qualquer "velho do Restelo" dizer em tom de brincadeira «o árbitro é o pior inimigo do árbitro», e de imediato discordamos totalmente. E fazemo-lo porque julgamos que a tal família é unida e coesa. Mas será que esta realidade existe, nesta ou noutra qualquer família tradicional? Creio que não.
Os árbitros correm pelos seus objectivos, querem chegar ao fim da prova e cortar a meta em primeiro. Ou chegar ao fim de semana e ter o melhor palco para actuar.
Sentimentos como a frustração pelo objectivo perdido, como o desapontamento pela nomeação não desejada ou insegurança por não saber uma classificação são normais, estão estudados e são uma realidade. São portanto aceitáveis.
Todavia outras coisas há que são completamente descabidas, por vezes existem ambições desmedidas que trazem situações menos bonitas e que por arrasto magoam os intervenientes. Nem sempre os fins justificam os meios!
Uma vez que estamos a recomeçar uma nova época, tivemos todos tempo para uma reflexão pessoal, lutemos então para unirmos o nosso sector. A esperança é sempre no amanhã, fantasiando que a presente geração de árbitros (rejuvenescida) se venha a verificar, nestes parâmetros, bem melhor que as suas antecessoras. A expectativa é sempre elevada.
Fonte: Dinis Gorjão
Publicada por RefereeTip (Texto em escrito em Portugal)

Em tempo: Opinião do Apito do Bicudo: A propósito do artigo em tela, aguarda-se que a Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf), agora com nova diretoria, numa demonstração de transparência e como forma de unir a heterodoxa confraria do apito brasileiro, procure saber e informe aos árbitros do quadro nacional, o conteúdo do contrato com as duas empresas (Penalty e Centauro), que estampam suas logomarcas no uniforme dos árbitros que atuam nas competições da CBF. A saber: Qual é o tempo da duração do contrato. Quais são os valores. Quem recebe e que destino tem o montante arrecadado e quais são os benefícios que recebem os apitos brasileiros ao fazerem propaganda das nominadas marcas. Digo isso, porque fiz esta pergunta a alguns árbitros e assistentes do quadro nacional e recebi como resposta que nunca ninguém viu a cor de um único centavo. Como pleitear o direito de imagem , a regulamentação da categoria dos árbitros e outros benefícios se eles sequer sabem porque utilizam as logomarcas acima nominadas? Aliás, os entrevistados me fizeram a seguinte pergunta: Para que serve a Anaf?
Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com

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