quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Escola para os árbitros

Observando os constantes equívocos e algumas deficiências da arbitragem no Brasileirão/2010, procurei identificar as causas e constatei: falta aos árbitros brasileiros um curso teórico que enfatize o posicionamento nas áreas negras. São nessas regiões do campo de jogo onde estatisticamente têm ocorrido vários incidentes que o posicionamento usual não permite visualizar.
Falta enfatizar o trabalho em equipe e discutir a atuação do assistente, a comunicação corporal, a visualização entre outros. Falta aos assistentes treinamentos de como usar a bandeira e o posicionamento do árbitro no campo de jogo, abandonando a clássica diagonal e posicionando-se mais próximo dos incidentes.
Existem árbitros que não abandonam a diagonal uma única vez durante a partida. Isso é péssimo, pois faz o árbitro perder o contato visual não só com o assistente, em determinados lances, mas também impede-o de observar a jogada na sua totalidade em algumas situações.
Falta aos árbitros do Campeonato Brasileiro um psicólogo para acompanhá-los, com palestras em grupos e com exercícios práticos. Falta material voltado para a concentração e motivação do árbitro. Falta curso prático, que inclua o posicionamento em situação de jogada parada, de acordo com o que consta nos manuais da Fifa. Também faltam exercícios de interpretação de jogadas e treinamentos de faltas nas proximidades da área, com ajuda do árbitro assistente para indicar se a infração aconteceu dentro ou fora da área penal.
Falta para os assistentes um treinamento que inclua exercícios de fora de jogo, com uma câmera filmando todos os lances que, posteriormente, poderiam ser exibidos num vídeo com as deficiências que necessitam ser corrigidas. Falta gravar os equívocos de arbitragem em DVD, quando são constatadas dificuldades de interpretação, dando ênfase aos motivos pelos quais não estavam corretos.
Faltam instrutores com qualificação para ministrarem aulas, objetivando mostrar ao árbitro e ao assistente o posicionamento correto e de que a concentração é fundamental para uma margem expressiva de acertos no jogo. Faltam treinamentos físicos totalmente direcionados para o campo de jogo, com os mesmos movimentos que ocorrem numa partida - desde o aquecimento até os treinos específicos.
Falta orientação ao árbitro e aos assistentes para jogos com alto índice de dificuldade, sendo que, aos assistentes, devem ser enfatizadas as variáveis da Regra XI, o impedimento. Faltam pessoas com capacitação para analisar os lances e discuti-los. Faltam instrutores que realizem reuniões com definições sobre lances, que devem ser reproduzidos em vídeo - como, por exemplo, se é lance para cartão amarelo, cartão vermelho, se foi falta ou não ou se ocorreu simulação. Faltam observadores de arbitragem com notório conhecimento sobre as Regras do Jogo. Em resumo: sente-se falta de uma Escola Brasileira de Arbitragem de excelência em tempo integral.
Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com

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